Eu: “Otto, quando tempo você ainda precisa?!” (Segunda vez que pergunto; ele não respondeu a 1a)
O: “eu tou pensando! Você tá sem paciência né?”
Eu: *rolling eyes*
O: “5 minutos, ó”
Eu: “Otto, quando tempo você ainda precisa?!” (Segunda vez que pergunto; ele não respondeu a 1a)
O: “eu tou pensando! Você tá sem paciência né?”
Eu: *rolling eyes*
O: “5 minutos, ó”
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[fev-2016]
Eu coloquei foto sobre ser mãe, quando azamiga convocaram [a respeito de uma corrente de Facebook mostrando fotos dos filhos, e de como é bom ser mãe]. Porque, meu, ser mãe é louco: eu reclamo muito, puxo os cabelos, acho muitos momentos insuportáveis. Porque a gente é julgada o tempo todo, e a gente se julga também. A carga é pesada (física e emocional), e sempre tem alguém pra dizer que a gente tá fazendo errado, pouco, muito. Nunca tá bom. Aí achei legal olhar do lado positivo né? Me animei.
E levei um balde de água fria porque ouvi dizer que essa “campanha” era uma resistência à descriminalização do aborto! Fiquei chateadíssima, porque eu, mãe, sou 100% a favor da descriminalização do aborto. Quem faz aborto não é SÓ porque não quer ser mãe. Tem mãe que faz aborto. Tem não-mãe que faz aborto. Aborto não diz nada sobre seu caráter nem sobre seu desejo / capacidade de ser mãe. Não diz nada sobre o quanto você gosta ou desgosta da função, não diz nada sobre o quanto você é boa mãe.
Descriminalizar o aborto é questão de saúde pública e de direitos da mulher!
Mas voltando:
Inicialmente achei meio estranho algumas mulheres resistindo em compartilhar aspectos positivos de ser mãe. Mas percebi que achei estranho porque eu reclamo bastante 😀 e consigo me posicionar muito bem sobre tudo que me incomoda. Sou privilegiada, neste aspecto entre tantos outros, essa é a verdade, e não tinha me tocado disso.
Vendo a reação que teve o post da mãe que disse amar o filho e odiar a maternidade (I HEAR, YOU, SISTER), ficou claro que nossa sociedade é escrota com as mães que não atendem ao padrão propaganda de margarina e não têm lastro pra lidar com isso.
Eu lido com os mesmos dramas, mas tenho uma condição que me permite passar por eles e mandar um foda-se pra quem me encher o saco. O pai do meu filho é um parceiro, e não mais um fardo pra eu carregar. Minha família não me enche o saco (e se encherem eu tenho como mandar catar coquinho).
Dito isso tudo, não podia deixar de colocar esse texto pra complementar as lindas fotos com o Otto. Não existe nada mais incrível que amor de filho, pensando no aspecto puramente afetivo, é verdade. É lindo!
Mas a maternidade é foda, sim. E um mundo mais feminista vai ajudar muito a tornar essa experiência mais plena e mais leve.
**
E tem a obrigação de ser mãe, pra completar.
Não tem. Ninguém precisa ser mãe. Ser mãe não torna ninguém melhor que ninguém. Não ser mãe é uma ótima opção (mais sustentável inclusive). E você pode ser mãe sem ter filhos, sabe? Pode sim. Tem gente que é mãe dos pais. Do amigo.
Ser mãe não é nada além de desempenhar (mais uma) função. Às vezes será feliz e às vezes não. E nem todos precisam desempenhar a função. O mundo não será melhor nem pior.
É totalmente legítimo e lindo não ser mãe. Chega de mais essa cobrança.
Categories: maternidade
[fev-2015]
A gente não ensina o Otto a ler, porque achamos que não precisa e que ele terá todo tempo do mundo pra aprender, mas preciso contar pra vocês que hoje ele “leu” (reconheceu, né) a 1a palavra da sua vidinha! (Além de OTTO que ele conhece há um bom tempo, claro)
***
PIZZA.
Hahahhahahahahha 🙂 Atestado de ogro assinado e carimbado, junto com a confirmação de DNA.
Parabéns, papai Fernando, excelente trabalho! \o/
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[fev-2015]
Quem reclama de mulher na TPM é porque nunca teve que lidar com crianças de 4/5 anos.
Hoje eu brincava com o Otto de desenhar, mui pacificamente, eu tinha feito um arco-íris e ele me ajudava a pintar um “unicorn” (segundo ele) vermelho de bolinhas roxas.
O lápis é caran D’ache, aquarelar é legal né? Peguei a água, o pincel e encostei no unicorn, que virou um vermelho vivo, lindo.
Otto: “NÃAAAAAOOO!” (Coloque aqui a trilha de Psicose)
Mãe louca: “que foi???”
Otto: “eu queria o vermelho claaaaaaaaaaarooooooooooooo” (as lágrimas correndo, nível final de Titanic)
Mãe arrependida: “meu amor, desculpa a mamãe, achei que você ia gostar da aquarela e…”
Belzebu lvl1: “NÃO GOSTOOO, eu quero quero o unicórnio SECOOOO”
Mãe ficando impaciente: “Otto, eu pego um papel, eu seco!” (Conjura um papel. Seca. Considera pegar um secador de cabelos e se acha louca que mima o filho, se minha mãe visse isso me dava um sopapo)
Belzebu lvl5: “CLAREIA ELEEEE!” — enquanto limpa a meleca de nariz na minha calça limpinha.
Mãe já perdendo a paciência: “NÃO LIMPA O NARIZ NA MINHA ROUPA!” (“Mas eu quero te abraçar mamaiiimmmmm”) — tá bom, limpa aqui na blusa, tá bom.
Mãe culpada: “você tá triste, amor. Fica aqui que já já melhora e você fica bem…”
Pazuzu, girando o pescoço: “EU NÃO VOu FICAR BEM, EU NÃO QUERO FICAR BEEEM!!!”
(Pausa para ligar para o Padre Karras)
**
Eu poderia continuar esse diálogo por eras, que foi quanto durou o chilique.
Aí o pai chegou e ele mudou de assunto, enquanto eu fiquei com desejo de matar alguém, comer bife de unicórnio e com a calça cheia de meleca.
**
Ser mãe é tão bonito, né? <3
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[feb-2016]
Vocês sabem que quando eu coloco os diálogos com o Otto sempre é EXATO, eu não corrijo e nem interpreto, escrevo exatamente o que ele disse. Se ele fala errado eu coloco errado.
Então: liguei aqui em casa antes de chegar, pra perguntar se queriam alguma coisa da rua.
<triiim triiiiim>
O: “alô, aqui é o Otto falando!”
Eu: (Hahahahhahaha!!) “oi meu amor! Aqui é a mamãe!”
O: “olá, Ivanise, tudo bem?!”
HAHAHAHAHA!!!!!!
(Mal consegui seguir a conversa de tanto que ri)
**
Mais cedo, a Maria leva ele pra arrumar a própria cama. Ele avisa:
“Sabe o que é, Maria? Não vamos arrumar, porque eu gosto da minha cama assim: SELVAGEM.”
Hahahahahahahhaah!
Ai gente, de onde saiu esse menino?!
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Diálogo do Fernando com Otto:
O: “papai, por que as girafas não fazem som?”
F: “hmmm… tenho 2 hipóteses: ou elas não precisam fazer som, ou… o que as girafas têm de diferente dos outros bichos?”
O: “elas não fazem sons!”
F: “… e…?”
O: “… ahhhh elas têm o pescoço muito comprido!”
F: “essa é minha segunda hipótese!”
O: “eu acho que não é por isso, porque os avestruzes também têm pescoço comprido e fazem som!”
F: “… verdade. Então vamos pesquisar…”
😀
YOU GO, BOY! 👊🏻
Categories: educação
Otto a respeito da escola, explicando pra Maria:
– “eu gosto da escola; eu não gosto é das REGRAS. Quando eu crescer, vou fazer um mundo sem regras!”
Anarquistas, graças a deus? 😀
**
É interessante observar que ele se percebe bem, mas ele gosta de regras, sim: as DELE.
E não é esse um dos grandes problemas de relacionamentos? As regras do outro são sempre erradas, as minhas é que são boas.
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Fernando leva o Otto no dentista, hoje:
D: Ele está deixando fazer tudo, que legal!
F: É, não tem mais medo. Medo agora só da maquininha do cabeleireiro.
D: É mesmo? Qual maquininha? Aquela que faz bzzzzzz no cabelo?
O: Olha, eu não quero entrar nesse assunto…
😂😂😂
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[fev-2017]
Começou o ensino fundamental e todos sofrem aqui em casa. Fomos orientados a definir regras claras pro Otto pra ajudar a equalizar um pouco o ambiente da escola com o de casa (ou seja — a escola começa a ter regras mais rígidas, e se aqui “pode tudo” fica difícil convencê-lo de que a escola pode ser legal).
O que entendemos é que mais importante que ser rígido / inflexível é que ele entenda que disciplina é parte da vida, seja onde ele estiver. A escola pega leve no 1o ano, mas tem “matérias” e tem tarefas.
Ele tá odiando, claro. E #todassofre.
Ele reclama que as tarefas são muito fáceis, que ele já sabe fazer tudo. E que “ele não é obrigado” (dê autonomia para um cerumaninho e ele agarra com unhas e dentes).
Expliquei que não é questão de “ser obrigado”, mas de estar lá exatamente pra isso: realizar as tarefas com os colegas e com as professoras. A experiência em si, não só o conteúdo. E se manifestar, falar com as professoras e os colegas. Que ele pode questionar e perguntar mas TEM QUE participar.
Chegando em casa, mostrei a grade de atividades da semana. Avisei que tem o intervalo pra brincar, mas que tem também agora outras coisas pra fazer.
Ele me olha bem sério e diz “mas mamãe — toda criança tem o direito de brincar!”
E começa a chorar, abraçado comigo.
**
Alguém faz uma intervenção, por favor, que estamos a um cabelo de pegar o menino e ir morar no mato feito curumim.
💔
**
Update: E não é que a escola é super rígida não, tá? Ele não quer ser dirigido, seguir instruções. Ele questiona TUDO, até porque tem que colocar o nome na folha!!!! 😱
Categories: alfabetização · educação · escola
Tá puxado hoje, pessoal! 😀
— “mamãe, o que é SUSTENTÁVEL?”
(…)
— “mamãe, o que significa FUTEBOL?”
Eu: “hm, é o jogo, ué!”
O: “mas por que ele usa palavras inglesas? FOOT é pé, e BALL é bola!”
Eu: (hahhahahaha) “ah, tá! Então, nós em português falamos FUTEBOL, mas a palavra vem mesmo do inglês, FOOTBALL, porque nesse jogo se chuta a bola com os pés e…”
O: “mamãe, chutar é SEMPRE com os pés…”
Eu: (Afe!) “Fernando, vem aqui acabar de dar banho nesse menino, vai?”
🙄😂
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