Meu coração acaba de quebrar em 1000 pedaços de pena e ternura.
Otto todo dia quer brincar com o Fernando de se esconder na cama, logo antes de dormir. Ele me pede pra ajudar a enganar o papai, cobre a cabeça e o corpo e pede pra eu chamar o Fer.
Óbvio que dá pra ver que tem alguém escondido, né. O Fer entra na brincadeira e finge que deita em cima, dá um jeito do Otto rir ou reclamar, que é a desculpa para “encontrar” o menino escondido.
Hoje ele reclamou que o pai achou ele rápido demais, e o Fer disse alguma coisa que deixou claro que era uma brincadeira que ele também fazia, e o Otto sabia que era o papai escondido, mas brincava mesmo assim, CERTO?
Otto ficou sério, seríssimo.
O: “papai, você sempre sabe que sou eu aqui escondido? Então por que você diz que não sabe e me procura?”
(O conceito da mentira proposital por motivos de piada ou manutenção da sociedade civilizada é problemático aqui, como vocês verão)
F: (pude sentir na hesitação dele a dúvida: minto pra ele ficar feliz ou falo a verdade e estrago a vida do menino?) “… eu sei sim, Otto, do mesmo jeito que você sabe que sou eu escondido. Eu finjo que não sei pra ter graça a brincadeira.”
É, não dá pra mentir mais nessa idade. Não consigo também. Saí correndo e deitei junto na cama e abracei muito ele, que tava com a carinha de maior decepção, quase chorei.
F: (chateado, né. Destruiu a ilusão de Houdini do menino) “quer falar sobre isso, Otto?”
O: “acho que quero dormir.”
AHHHHHHHHHHHHHHHH!
Não há terapia cara o suficiente, gente. Especialmente depois de ter filhos.
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Pensa no que será o dia que ele confirmar que não tem Papai Noel nem Coelhão nem Fada do Dente?!
😬😱😭