Dia desses, na aula on-line, uma das professoras trouxe o filho dela pra apresentar pro Otto (ela é brasileira, professora de apoio dele). Nosso LORDE imediatamente informou — “mas eu não quero conhecer ele!”. Fer, é claro, interferiu, explicou, deu um sambarilove, pra situação não ficar horrível. Ela conhece o Otto, então acabou achando graça, mas depois teve DR.
Explicamos pra ele que isso não se diz. Que por educação, quando alguém nos diz que vai apresentar um membro da família, é educado simplesmente cumprimentar e não dizer se queria conhecer ou não 🙄 mesmo que a gente não queira
Ele ficou indignado — “mas se eu não quero conhecer eu PRECISO dizer isso. Vocês não dizem que mentir é errado? Eu não quero mentir!”
Putz. E a complexidade da explicação sobre os limites da mentira social, e da omissão por educação? É uma enorme sutileza, e pra alguém tão direto como ele, é muito difícil entender porque tanta volta, e tantos dedos.
Ele queria simplesmente avisar a outra pessoa que não está interessado, e vida que segue. Mas não dá, porque as relações são feitas de pequenas concessões (às vezes não tão pequenas… eu lutei por muitos anos pra aprender a impor limites), e ele precisa aprender, mesmo não gostando.
Como a gente ensina que mentir é uma coisa ruim mas que ao mesmo tempo é necessário? Mentira e omissão têm graus, essa é a verdade, mas que difícil explicar isso, e ensinar!
Fer e eu lembramos de um experimento que alguém fez, de tentar passar um período de tempo absolutamente sem mentir, e relatou que é horrível, ou melhor, as consequências são horríveis.
De modo que precisamos educar o menino sincerão a mentir.
Vai dar ruim, claro, mas pelo menos teremos histórias interessantes 😀