Sincronicidade, ou sinapses muito loucas: o trecho é roubado da Daniela, e ressoou aqui por outro motivo, mas que é o mesmo, como vocês talvez vejam.
“Como não tive filhos, a coisa mais importante que me aconteceu na vida foram os meus mortos, e com isso me refiro à morte dos meus entes queridos. Talvez você ache isso lúgubre, mórbido. Eu não vejo assim. Muito pelo contrário: para mim é uma coisa tão lógica, tão natural, tão certa. Apenas nos nascimentos e nas mortes é que saímos do tempo. A Terra detém sua rotação e as trivialidades em que desperdiçamos as horas caem no chão feito purpurina. Quando uma criança nasce ou uma pessoa morre, o presente se parte ao meio e nos permite espiar por um instante pela fresta da verdade –monumental, ardente e impassível.”
(Rosa Montero em “A Ridícula Ideia de Nunca Mais Te Ver”)
Hoje, no almoço:
O: “tirando o círculo, que eu sei que é o que vocês iam dizer, o que não tem começo, meio e nem fim?”
Eu: “o infinito!”
O: “hmmmm não exatamente. São os números. Porque tem todos os menos antes do zero, e os mais depois.”
Eu e Fernando: (eita!) “hmm interessante. É verdade — considerando todos os números, não tem meio mesmo não. Mesmo o zero, é só uma referência, não é o meio, se os positivos e negativos são infinitos cada um pro seu lado…”
(Nossos cérebros explodindo de ideias e o conceito do zero e tantas outras coisas)
O: “isso. Como no mundo do MineCraft, que o ponto zero não é o meio, é só o lugar onde eu cheguei no mundo”
Eu: …
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Quais são seus pontos zero? A chegada dessa criança tão peculiar definitivamente é um dos meus.