estou trocando emails com a bianca balassiano do possoamamentar.com.br, e ela tem dado ótimas dicas sobre como ordenhar quando voltar ao trabalho. dicas práticas, que venho experimentando, e agradeço a ela pela boa vontade, educação e disposição em ajudar alguém que não só não conhece como também é em muitos aspectos avessa às suas crenças. recomendo procurá-la quando precisarem de apoio individualizado na amamentação.
começo com essa breve introdução porque respeito a bianca, e agradeço sua gentileza, mas também discordo de algumas coisas que ela gosta e divulga, esse texto aqui por exemplo e tudo que ele implica.
considero esse texto um total desserviço às mulheres que se tornam mães e desejam amamentar, e vou usar trechos para explicar meus motivos (grifos meus):
Para dar de mamar deveríamos passar quase o tempo todo nuas, sem largar a nossa criança, imersas num tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem necessidade de defender-se de nada nem de ninguém, senão somente sumidas num espaço imaginário e invisível para os demais.
(…)
Isto é possível se se compreende que a psicologia feminina inclui este profundo afinco à mãe-terra, que o ser uma com a natureza é intrínseco ao ser essencial da mulher, e que se este aspecto não se põe de manifesto, a lactância simplesmente não flui.
faço antes um comentário breve mas importante: dou muito valor ao instinto, pois creio que são parte da nossa herança genética e nos direcionam para o caminho correto. entendo portanto que seja incentivado que cada mulher encontre seus instintos maternos, eventualmente escondidos pelo verniz da modernidade. isso é especialmente precioso para mulheres que, como eu, são excessivamente racionais. entrar em contato com seus instintos, seu eu-interior e tal é salutar e importante. mas, quero frisar com negrito, isso é assunto individual para ser tratado em terapia!
textos genéricos, apelativos e “definitivos” como esse são um banho de água fria em qualquer mulher que tenha dúvidas sobre sua capacidade de ser mãe e/ou amamentar. bem, vamos aos grifos.
passar quase todo tempo nuas é obviamente inviável, a menos que você seja naturista. e tem o inverno. e a convivência com outras pessoas, já que vivemos num mundo no qual não é natural andar pelado, por mais que seja gostoso. então já partimos da impossibilidade, o que me leva a perguntar qual é o benefício de escrever essa frase… vamos fazer então uma interpretação figurada, e torcer para que as demais coitadas que lêem esse texto tenham essa capacidade e não levem as coisas tão a sério. ela quer dizer que contato pele-a-pele com seu bebê é importante, talvez? genial, tenho certeza que é importante. por que então não dizer exatamente isso, já que estamos falando com mulheres procurando apoio para serem melhores mães? por que não falar sobre coisas possíveis, tais como massagem no bebê, banho conjunto, olho no olho, carícias durante o amamentar, etc.? não, vamos falar de coisas impossíveis, pra que a leitora não se identifique e se sinta inadequada.
imersas num tempo fora do tempo, sumidas num espaço invisível para os demais talvez se trate de desligar das outras coisas, cuidar somente do seu bebê e esquecer de todo o resto do mundo. é, talvez isso faça sentido nos primeiros dias depois que seu bebê nasceu, porque o tsunami de hormônios mais todas as novidades (sentimentos, pensamentos, rotina, etc.) mais a privação de sono realmente deixam a gente num outro universo, paralelo. fato é que passado esse choque inicial, a vida continua acontecendo ao seu redor. a roupa não se lava sozinha, as contas não se pagam, a comida não se apronta e você continua sendo parte de um sistema. o mundo não fica restrito a você e ao seu bebê. e não conta pra ninguém, mas você vai MORRER de saudade da sua vida anterior. você vai se arrepender de ter decidido ter um bebê, vai achar que não vai dar certo, que você não é capaz e que sua vida piorou pra sempre. e logo no mesmo segundo vai MORRER de culpa por pensar tudo isso, porque afinal você já ama aquela criatura mais que tudo na vida, e desejou muito ser mãe, quis e quer fazer o melhor por ela. por mais que as mães-odara tenham dito pra você que sua vida vai mudar pra melhor pra sempre, e que você será uma mamífera-empoderada, você vai se sentir mesmo é uma merda, e pior: sequer vai ter coragem de admitir. porque alguém fez a gentileza de escrever um texto deste tipo, dizendo que o certo é ficar nua, imersa num outro espaço-tempo, se dedicando à sua cria. e ai de você se sentir diferente. não é uma mãe perfeita, claro, e vai se sentir uma mãe de merda.
ser uma com a natureza é a melhor. por mais que eu creia (e creio) que precisamos sim nos conectar mais com nosso lado animal e natural, pois é benéfico em todos os aspectos da nossa vida (alimentação, comportamento, atividades fisiológicas, etc.), “ser um com a natureza” não quer dizer absolutamente nada. na-da. não consigo crer que exista uma pessoa com o racional e emocional em dia que possa dizer que é “um com a natureza”. primeiro porque não vivemos na natureza. eu não conheço uma única pessoa que viva na natureza, que só come o que planta/caça/colhe, que viva em meio à natureza de fato. só isso já é suficiente pra não permitir nenhum de nós ser “um com a natureza”. quando a autora diz que isso é intrínseco ao ser essencial da mulher, danou-se. porque se é intrínseco e você sequer entende o que isso significa e não sente isso, já se lascou toda sua capacidade de ser mãe, mulher, de amamentar. e a autora, ditatorialmente, ainda complementa dizendo que se esse não for seu caso (“ser uma com a natureza, como é intrínseco da essência feminina”), a lactância não flui. sério, gente? quem precisa ler isso? (eu já digo quem precisa ler isso, a pergunta foi retórica)
cara amiga autora, caras mães-odara que gostam muito desse texto, vou dar meu depoimento. eu não sou “uma com a natureza”; não passo o tempo todo nua e nem passei desde que meu filho nasceu; não fiquei num tempo-espaço diferente. inclusive assisti muito friends e tuitei enquanto amamentava meu filho a cada 2 horas. pois meu filho mamou lindamente até agora (está completando 6 meses), em livre demanda, e meu leite sempre fluiu firme e forte desde o dia em que ele mamou. e ele mamou de primeira, sem esforço. e foi na UTI, não numa caverna com sua mãe pelada e bem louca da cabeça, viu?
caras amigas leitoras que se sentem inadequadas com esse texto e essas idéias, eu explico como foi possível amamentar meu bebê sem ser essa mãe-gaia-telúrica perfeita: muita água, alimentação adequada, descanso (conforme possível), fé na fisiologia humana e força de vontade. o negrito na força de vontade, amiga, não é à toa. todas nós viemos prontas de fábrica pra amamentar, basta ter estímulo físico e psicológico. eu comecei a produzir leite DEPOIS que meu filho nascer e ANTES dele mamar. meu corpo estava lotado de prolactina, como é normal para as grávidas recém-paridas, prontinho pra produzir leite. eu ordenhei, e o leite começou a aparecer. aos pouquinhos, gotinhas, e foi aumentando conforme eu insisti. ou seja: fisiologia pronta + força de vontade = sucesso. não é fácil, e às vezes dói (seja ordenhar, seja o bebê mamar), mas dá certo. insista, beba água, SAIBA que você é perfeita e está pronta, pois a natureza fez você assim. não é necessário ser uma com a natureza, nem ficar pelada ou trancada numa caverna. a “lactância” vai “fluir”, sim. e se não fluir? é porque alguma dessas coisas deu errado – às vezes as coisas dão errado, porra! – e também não será o fim do mundo. seu filho vai viver, e você pode ser sim uma boa mãe a despeito (ha) desse episódio.
se você ainda não entendeu meu incômodo com esses textos depois disso tudo, eu resumo: eles fazem a maioria das mulheres se sentirem inadequadas porque não se identificam com a imagem de mãe-telúrica pintada como ideal. ao sentir-se inadequada, a mulher se enche de medos e dúvidas, e esses sentimentos são um veneno para quem precisa de segurança e estímulo para cuidar do seu filho e amamentar. desserviço absoluto.
bem, agora eu respondo minha própria pergunta: quem precisa ler isso? quem se identifica com essa imagem e quer se auto-afirmar. as mulheres que por algum motivo encarnam a mãe-gaia quando engravidam e dão seus filhos à luz gostam de se ver como provedoras absolutas, necessárias, mágicas e especiais. por mais que remetam à natureza, elas não se vêem como meros animais com tetas, não senhores. elas se vêem como deusas superpoderosas, sobrenaturais. a maternidade dá a elas uma dimensão que antes não existia, dá SENTIDO às suas vidas e as definem. antes de serem mães elas eram meras mortais; depois do parto, se tornam algo especial, fora do alcance dos que não passaram por essa experiência, são mamíferas (todos somos, os homens inclusos, dã), gaia. em bom português, elas piram na batatinha.
volto ao título: faço questão de comentar sobre isso, porque estou muito bem resolvida com meu papel como mãe e ser humano, com todas as minhas falhas. ser mãe, ou dar a teta pro meu filho, não define quem eu sou nem me torna melhor ou pior que ninguém. até porque já passei pela experiência e vi que sou capaz (a despeito de não ser “uma com a natureza” e tal), isso já não me afeta. mas e as muitas mulheres que vão passar ou estão passando por isso? espero que encontrem esse post e suspirem aliviadas. que digam “graças a GAIA tem mais gente nesse mundo que não pira na batatinha quando vira mãe”.
amigas mães-não-telúricas, esse post é pra vocês: vocês não estão sós! se precisarem de um conselho ou uma história que não passe por soluções mágicas e elfos na floresta, deixa um recado que se eu não souber, consulto as minhas amigas mães de verdade.
13 responses so far ↓
Teca // February 23, 2011 at 2:41 pm |
Zel,
Esse post lavou minha alma! Eu fui pega pela armadilha “é tudo um processo natural, você vai ver!”. Natural uma pinóia. Amamentar é um processo que tem que ser aprendido por mãe e filho e, no meu caso, com muitas dificuldades. Minha pele é fininha, e eu sentia tanta dor, mas tanta dor, que nos primeiros dois meses era caso de lágrima. Eu fiz um esforço grande – esforço mesmo, não é uma coisa “natural”, vc tem que estar a fim, correr atrás – e ele mamou até os oito meses. Menos do que eu queria, mas o suficiente pra garantir um menino forte e muito saudável.
Pior do que tudo: textos odáricos e opiniões “amigas”, inclusive do primeiro pediatra que eu larguei rápido, me fizeram sentir uma culpa e um stress tamanho que causaram o efeito inverso: num dado momento meu leite praticamente sumiu. Aí, nesse ponto, eu descobri que talvez fosse uma odara wannabe e que estava buscando um ideal de maternidade que, além de impossível, não era o que eu queria! Virei a página e fui atrás de outros faróis pra me encontrar.
Amo meu filho e faço tudo por ele, mas preciso trabalhar, ser um indivíduo, ter meu espaço. Quando isso acontece menos, dentro desse processo que é irregular e heterogêneo, eu sou uma mãe pior. Ponto final. Já fui recriminada duramente na sala de espera de pediatra por ter tido que dar fórmula pra complementar a amamentação (como se a culpa e o sentimento de incapacidade não fossem suficientes), por levar meu filho ao cinema e exposições, por trabalhar, pelo mesmo sim e o mesmo não. E, sabe? Agora tento deixar entrar por uma porta e sair pela outra.
Bora ser feliz, que viver não se ensina, a gente tem é que aprender.
Beijos,
Teca
Neda // February 23, 2011 at 4:21 pm |
Zel,
Creio ser esta a primeira vez que comento em um blog seu, apesar de ler de vez em quando desde que a Denize uma vez falou sobre algo que vc escreveu. Hoje, não foi diferente.
Adorei suas observações e depois de dar uma olhada no site em questão me senti meio alienigena (risos). Para mim, amamentar simplesmente aconteceu. Eu já tinha leite antes do parto para espanto do médico, tive rachaduras apenas nos primeiros dias e apesar da dor, foi tranquilo. Eu sei que tive sorte e que amamentar não é assim tão “natural”. Eu achava bom dar de mamar, não me importava em passar o dia com um bebê pendurado no peito e as vezes sinto saudades. Mas, claro, que houve dias em que eu não queria sair da cama de hora em hora para dar o peito, que eu queria mesmo era ter uma mamaderia por perto para que outra pessoa fizesse isso (o pai). O dia em que ele não quis mais o peito eu fiquei feliz, um ano e oito meses de amamentação tá de bom tamanho.
Mas assim como a Teca acho que passei por uma fase “odara wannabe”, hoje vejo que em parte era por que tudo o que eu encontrava naquele momento era meio assim, mas era o que minimamente ia ao encontro daquilo que penso, mas a experiência é uma boa escola e acho que levaria tudo com mais leveza.
Beijos
Neda
zel // February 23, 2011 at 4:42 pm |
teca, só pelo seu comentário já valeu ter escrito esse post. você é uma mulher incrível, e uma mãe maravilhosa. esse foi o propósito desse post: mostrar que não é preciso ser mãe idealizada pra ser ótima mãe.
neda, que bom ouvir sua história, obrigada por compartilhar. acho essencial que outras mulheres saibam que existem mulheres NORMAIS, pé no chão, felizes e boas mães e que não são essas do texto telúrico 🙂
criss // February 23, 2011 at 5:26 pm |
Eu não canso de repetir o quanto você é lúcida, sincera, real.
Quero ver este texto ornar com mais de um filho.
Minha segunda nasceu que a mais velha tinha 4,5 anos, imagine abandonar ela pra viver com a bebê no colo? Eu amamentei muito, em quantidade, qualidade, e duração, mas cacetada, fui mãe da primeira, com muito amor por ela, fui esposa, não tive empregada no primeiro ano, nem faxineira, a casa não encheu de ratos porque, justamente, eu não vivi absorta numa outra realidade, não virei o dia pelada numa rede, além de ter sempre parido no inverno 🙂 🙂
Sempre li estes textos com desconfiança. Na minha primeira experiência era bem mais raros e dei sorte, agora são reproduzidos como cartilhas para a maternidade perfeita.
E eu conheço metade destas Odaras há 7 e mais anos, Zel, são madames, raramente tem 2° filho e se tem tem uma equipe que não deixa a peteca cair. Você sabe que aprecio muito quem pode pagar profissionais eu estou querendo dizer daquelas madames mesmo, que capricham até no luxo de não ler mais um livro. Amen.
Odara // February 23, 2011 at 8:43 pm |
Zel, leio seus posts desse blog só pra poder ficar perplexa. Mas dessa vez nem consegui terminar de ler, pra ser sincera.
Eu acho que generalizando os sentimentos você está tão errada quanto quem generaliza pro outro lado, as radicais naturistas, as radicais da cesárea, enfim, todo radicalismo é burro.
Eu nunca tive nenhum dos sentimentos que vc descreve, de querer a vida anterior de volta, e sim, me sinto empoderada, mãe, completa. Os primeiros meses dos meus bebês são pra eles exclusivamente (até acabar a licença maternidade, que é onde acordo do sonho e preciso voltar à vida real), não tenho vontade sequer de ir ao mercado sem eles, não tenho saudade do que ficou, mesmo amando muito tudo que vivi antes de ter filhos.
E posso dizer de camarote, tenho 3 filhos, nunca tive babá e sim, o sentimento de entrega e de completude é inteiro pra cada um deles, seja na amamentação, seja nas noites mal dormidas, no corpo que nunca mais será o mesmo, nada me faz sequer pensar em me arrepender de tê-los nem me faz querer passar 15 minutos longe deles.
Sei que não sou regra, só queria que vc soubesse que vc também não é regra, não existem regras nem quanto à amamentação, nem quanto a nenhum, absolutamente nenhum aspecto da maternidade.
Zel // February 23, 2011 at 10:03 pm |
Cara Odara anônima: o fato de você não se identificar é significativo… Por que o anonimato, se está em paz com você mesma? Pra se pensar!
Mas vamos ao que importa: não há generalizações aqui. Há a minha realidade, que é sim a realidade de muitas mulheres. Não, eu não sou exceção, como você diz. Não sei se você é, e não me importa. Escrevo e continuarei escrevendo porque há eco, porque recebo emails e mensagens (muitas) de mulheres que se sentem melhor quando me lêem e percebem que não são aberrações, erradas. São normais, e se aliviam saber que não precisam ser como você.
Esse blog não existe pra irritar ou atacar mulheres como você, mas pra abrir espaço para a realidade mais real, que é a minha e de outras tantas mulheres. Porque essa maternidade que você descreve é, pra dizer o mínimo, obsessiva. Não querer ficar longe dos filhos 15 minutos é sinal de que algo realmente não vai bem com você. Mas isso é assunto pra SUA terapia, seja agora, seja quando seus filhos tiverem vida própria e você encarar a sua própria vida, com você mesma, sem “muletas”.
E ainda reforço o seguinte: não estou ditando regras aqui. Você está interpretando muito mal meus escritos. Estou compartilhando meus sentimentos e experiências para que as regras vigentes – que exaltam as mães como você, a propósito! – não massacrem as mulheres que não se enquadram.
Recomendo inclusive que você não leia esse blog, ele não é feito pra mulheres como você. Passe mais tempo com seus filhos e menos tempo aqui…
Rosa // February 24, 2011 at 12:14 am |
Zel, não sei se já te falei do meu horror por “mãe de messias” (aquelas que se sentem incríveis, sobrenaturais e superpoderosas, claro, porque geraram o filho/a mais incrível inteligente e especial ever!) e graças a Deus a maioria de minhas amigas não pirou assim ao ter filho mas tem umas três ou quatro…
Eu continuo na dúvida se vou parir ou não, mas ler o fabricando me deixa tranquila por que aconteça o que acontecer eu sou mamífera, normal.
Mães-Odara-Telúricas são o equivalente materno àquela pessoa que quando você conta um problema tem um problema maior, se você conta uma viagem, fez uma viagem melhor, se você tem uma conquista elas tem quatro ou cinco, se você compra um anel elas te contam da joia da tia que é raríssima e elas herdaram, etc, ad eternum… Ainda bem que não somos todas iguais…
Mariângela // February 24, 2011 at 1:59 pm |
Zel,confesso que me divirto lendo tuas histórias(mãe-odara,então,é para rir muito).
Eu introduzi os sólidos pouco antes de ti,aos 4 1/2 meses,porque minha filha(hoje,12 anos) emagreceu do terceiro para o quarto mês ,na época eu estava passando por algumas situações muito difíceis e isto influenciou e muito na amamentação,mesmo tomando liquidos feito louca não produzia mais leite suficiente,enfim…Mas tudo isto para dizer que introduzi sem a menor culpa,não sou o tipo de pessoa e de mãe que gosta de ficar criando muita história em cima dos fatos,gosto de ser bastante prática na medida do possível , a medida que aparece algo gosto de resolver sem muito rodeio. A mesma coisa com o parto,sonhei com o natural,deu tudo errado,tive ZERO contrações,a bolsa estourou e toda história que isto envolve,e te digo,culpa ZERO também por ter feito cesariana. Sinceramente,as pessoas tentam achar cabelo em ovo o tempo todo!!
Hoje somos muito felizes com nossa filha única(se prepare para colocar os outros para correr,existe uma cobrança enorme por irmãos por parte da família etc etc) mas posso dizer que minha filha já é uma super parceira para muitas atividades,já vamos assistir alguns filmes no cinema juntos,shows idem, conversamos abertamente,etc, tudo isto também para dizer que já temos muito mais liberdade(meu marido e eu) que tínhamos anos atrás,quando ela era bem menor.Por isso não queremos repetir a experiência de outro,e sim, amamos a menina feito loucos.Mas amamos nossas vidas próprias também e disto não abrimos mão.
Apesar de comentar raramente me identifico com os relatos,muitas coisas que passamos são bem parecidas.Beijo!!
zel // February 24, 2011 at 10:10 pm |
cara odara (e outras com o mesmo modus operandi): não tenho problemas em publicar opiniões contrárias à minha, farei com prazer e discutirei com mais prazer ainda. mas não discuto com anônimas, porque eu não sou anônima, as pessoas que aqui se expõem também não. é injusto!
então fique à vontade para comentar, mas se identifique e arque com as consequências, como todos os demais.
e continua valendo o que comentei antes: o que está aqui escrito é minha experiência e minha opinião, que é 100% válida e tem eco, queira você ou não. não importa se eu tenho 1 (ou nenhum!) filho. se minha opinião a incomoda, mude-se, oras. não estou aqui pra agradar você, afinal…
Aline // February 26, 2011 at 5:49 pm |
Oi, Zel
Eu sou amiga da Denize e comecei a ler seu blog há um tempao atrás e, apesar de nao querer ter filhos, tenho acompanhado seus textos lúcidos, esclarecedores e amorosos sem ser mae-odara. Acho muitíssimo divertido quando vc diz que às vezes tem vontade de “devolver pra fábrica”. Admiro esta coisa tao simples que é se assumir humana, nos momentos bons e nos nem tao bons assim. Como vc diz, tem que estar muito doidona de hormônios para achar que cocô e pum de bebê nao tem cheiro!
Mas só resolvi escrever porque comentei com meu marido sobre as maes-odara-gaia-mamíferas e ele saiu com este comentário genial: “as mamíferas comem a placenta para se fortalecerem após o parto e serem melhores maes para a cria, essas tais maes-odaras-mamíferas fazem isso tb?!”
Se é pra ser radical, ser “um-com-a-natureza” e outros exageros, entao que seja all the way, né!
Um grande abraço para vc e sua família!
*foi mal pela deficiência de acentos, meu teclado nao tem til!
Zel // February 26, 2011 at 8:01 pm |
Aline, bem-vinda 🙂 Não quero assustar você, mas já ouvi falar de mulheres que entraram nessa de comer a placenta (!) e outras PLANTAM a placenta, num ritual.
Não quero nem comentar…
Camila // February 27, 2011 at 12:58 pm |
E será que a cada menstruacao as odara ficam em luto pelo óvulo nao fecundado? 😛
Kelly // February 27, 2011 at 6:20 pm |
Oi Zel!
Li uma vez uma entevista com filha de uma mulher que dedicou a vida a ajudar outras mulheres a amamentar (infelizmente nao me lembro do nome dela). Ela disse que a mãe odiava quando diziam que a amamentação é um gesto de amor, pois considerava este comentário um desserviço. Oras, então uma mulher que, por qualquer motivo que seja, não pode/consegue amamentar ama menos seu filho do que outra que amamenta? Ela afirmava que amamentação era somente uma questão de oferecer o melhor alimento possível a seu filho. Amor, é outra coisa.
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