[out-2015]
Otto gosta de comer pasta de dente, é um terror (deixou ele sozinho escovando e ele come). Fico lá, de olho, dando instrução. “Escova! Cospe! NÃO ENGOLE!”
Mas ao mesmo tempo fico tentando não exagerar nas ordens, que afinal ele é mandão porque somos mandões, claro. Tento não reclamar quando ele erra (difícil pra caramba), procuro elogiar as tentativas mais que o acerto — “a gente erra às vezes, todo mundo erra, é difícil acertar na primeira, o importante é tentar” e por aí vai.
Estou lá com ele na escovação, me distraio e vejo que ele não cuspiu a pasta.
— “Otto, você não cuspiu?”
— “Era pra cuspir, mas eu engoli, mamãe. Mas a gente tem que tentar de novo né? Na próxima eu acerto!”
Mas não falou num tom arrependido (que me daria uma culpa danada), ele falou OBVIAMENTE usando o que eu tinha ensinado ele pra me “enganar”!
Como pode ser tão sem vergonha ainda tão pequeno?!