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diário do otto: 1 ano e 10 meses

July 4, 2012 · Leave a Comment

otto,

esse mês foi, de longe, o mais interessante e legal desde a sua chegada. você começou a falar há apenas 6 semanas, e é simplesmente inacreditável o que aconteceu entre a primeira palavrinha (“pé”) e a situação atual. já não é mais possível contar quantas palavras você fala, seja por repetição (o que é engraçadíssimo, você ouve uma palavra nova e repete-repete-repete) ou por elaboração da sua cabecinha mesmo.

é curioso como você ainda não fala frases completas, só combinações de 2 ou no máximo 3 palavras, mas consegue flexionar verbos da forma correta (apaga; apagou; apaguei; fugi, fugiu, fugindo!) e aprendeu a contar (2 e 3 coisas) sem que a gente percebesse desde o mês passado. você sabe repetir os números até 15, na ordem certinha e pronúncia super fofa, mas é só uma lista de números relacionados a quantidades; a contagem de 1, 2 e 3 você já SABE o que significa. é verdade que aqui em casa gostamos de números, e de contar, e talvez sem perceber tenhamos ensinado você, mas juro que não foi proposital. depois dessa 1a vez da “contagem”, achamos tão fofo que começamos a brincar de contar até 10, até 15 e você se diverte bastante, então vamos continuar 🙂

você também gosta de a-e-i-o-u (adora repetir em voz alta, e vira e mexe anda pela casa repetindo), e tem se divertido especialmente desenhando no papel ou na lousa/adesivo que colocamos no seu quarto. você reconhece o “desenho” do seu nome e pede pra gente desenhar O-T-T-O. o mais bonitinho é que você gosta da bolinha, e fica tentando desenhar bolas imitando os Os! desenhar é uma das coisas que você mais gosta de fazer, além de ler livrinhos, bagunçar as coisas jogando tudo pelo chão (“baguncha!”, você mostra com as mãos abertas, num tom indignado. imitando QUEM, eu pergunto?), varrer a casa com a “ashôra”, limpar com “apá”, regar as plantas (“plantiiiiinha”), e a maior alegria de todas, que é “pasheá! úa! paquinho!”. a coitada da sua babá passa boa parte do dia com você no mato, na areia e fazendo bagunça pelos parquinhos do condomínio. e nos fins de semana, o papai leva você passear de bicicleta, e você também adora.

esse mês foi muito difícil, pois você passou 2 semanas dormindo MUITO mal. foi quase tão difícil quanto o comecinho da sua vida, quando passávamos a noite em claro. você acordou várias vezes nestes dias chorando e chamando “mamãeeeeee” e a gente simplesmente não consegue deixar você chorando. levamos você pra nossa cama, e fico lá juntinho até você dormir de novo. só que nestes dias, cada vez que você acordava, chorava e não sossegava enquanto eu não pegava você. na cama, estava muito difícil também: você chutava, rolava, reclamava, a mamãe estava querendo ligar pro disque-saruê de novo 🙂 mas finalmente melhorou, há 2 dias, e espero que estabilize por um tempo. durante o dia você agora só dorme depois do almoço, cerca de 1h e meia.

você teve um pouquinho de febre alguns dias, e a pediatra que examinou você disse que seu ouvido estava um pouco infeccionado. esperamos passar, e pelo jeito passou e melhorou sozinho. ufa! fora isso, tudo nota 10 com sua saúde.

a alimentação continua ótima, ainda não encontramos nada que você se recuse a comer. esse mês você esteve especialmente apaixonado por vagem (tipo salada), e comeu loucamente. além dos amados “piábo” e “bocóli”, que você continua comendo muito. sempre que está em casa, damos sua comida separada (é a mesma que a nossa, só que sem sal), mas quando estamos na rua ou não temos sua comida pronta, você come a nossa comida normalmente, não recusa nada nem dá trabalho. você ainda não come doces, bolachas, sobremesa e nem nada industrializado de forma geral. mas quando a gente come algo desse tipo que não seja muito trash, damos pra você experimentar (chocolate, bolacha, salsicha, por exemplo). refrigerante e bolachas recheadas nós nunca demos e nem daremos, porque achamos que é trash demais. aliás, você não liga pra suco (só toma água) e realmente não se interessa por doces em geral (só bolo-de-bolo, daqueles caseiros, que você adora. cobertura e recheio você normalmente não gosta). o leite você toma 3x por dia (quando acorda, à tarde e a mamadeira do meio da noite ainda permanece).

falando em doces e comidas, você escova os dentinhos 2x por dia, uma graça! aliás, desde que nasceram seus primeiros 2 dentinhos a gente escova seus dentes, e você se diverte bastante. escovamos sempre depois do almoço e antes de dormir. adaptamos a musiquinha do “lava, lava, lava / uma orelha outra orelha” do palavra cantada pros dentinhos: “escova, escova, escova / um dente outro dente” e você AMA. aliás, você pega a escova e já começa a cantar (e agora a dançar também :D), pedindo pro papai cantar E dançar DE PÉ (sentado não serve). coisa mais fofa!

neste mês que passou visitamos o rio de janeiro com você pela primeira vez, e foi bem legal. você conheceu os melhores amigos da mamãe e do papai por lá, a claudia letti + família e dani/felipe e meninas (além da verônica, amiga da mamãe de longa data). você gostou de todo mundo e foi um príncipe, mas sua paixão foi a marina. até hoje você fala da “mariiiina”, e lembra da “claudjia” e do “obérto”. passeamos, comemos fora, visitamos pessoas, tudo muito tranquilo apesar de cansativo, claro.

você tem agora interagido muito com todos ao redor, reconhece todo mundo da família e os amigos mais próximos (vê as fotos e fala os nomes, muito fofo) e está mais sociável que nunca. temos muito orgulho de você, meu menino, especialmente porque você tem se mostrado cada dia mais esperto, sem-vergonha e muito muito feliz. a mamãe e o papai apertam MUITO você o tempo todo, e ficar com você tem sido uma delícia.

um beijo cheio de amor da MAMI.

PS: veja aqui as fotos de você com 1 ano e 10 meses.

Categories: alimentação · diário · saúde · sono

só no filé

June 26, 2012 · 18 Comments

já disse e repito: sou a favor de escolhas. acho que cada mulher deve mesmo ter o direito de parir onde e como quiser. parto é um processo fisiológico, individual e não deve ser tratado como condição médica. a intervenção deve acontecer quando necessária, e somente com consentimento da gestante ou da família. no mais, os profissionais da saúde devem apoiar o parto, dar segurança à gestante e garantir que em caso de problemas a devida assistência será dada. acho legítimo e muito interessante parir em casa, com a assistência de médicos qualificados, doula, obstetriz, com o apoio da família, enfim, o que quer que a gestante escolha e se sinta à vontade em encarar.

dito isso, quero fazer algumas considerações sobre a marcha do parto domiciliar, este é o motivo do post. acho incrível que mulheres se reúnam e saiam às ruas para defender o direito de parir em casa e ter um parto natural ao invés de irem a um hospital, especialmente num país cujo índice de partos via cesárea é muito superior ao recomendado pela OMS. parir naturalmente é melhor para a mãe e para o bebê, e o índice de partos normais nos hospitais públicos vem subindo, felizmente. com mais rigor e acompanhamento dos motivos de cesárea creio que em alguns anos esse número chegará a um nível aceitável.

e chegar a 15% ou menos de incidência de cesárea é suficiente ou significa que os direitos da mulher estão garantidos? NÃO, é claro que não. porque mesmo quando parto é normal, em hospitais públicos e privados, quase nunca há respeito pelo direito da mulher de viver seu processo de parto, escolher posição, quem estará acompanhando. quase sempre as mulheres são sujeitas a episiotomias “preventivas”, procedimento extremamente invasivo e francamente quase tão impactante quanto uma cesárea, apesar de menos arriscado (o impacto deste procedimento na vida sexual da mulher e sua autoestima são significativos, e não devem ser esquecidos).

gestantes são frequentemente chamadas de “mãezinha” por enfermeiras e médicos, como se não tivessem nome e identidade, e no momento em que deviam estar no controle do processo, são infantilizadas ou desrespeitadas. quantos já ouviram histórias sobre mulheres em trabalho de parto sujeitas a frases como “na hora de fazer tava bom, né? agora aguenta!”. e pior: precisam passar por isso num dos momentos mais difíceis e impactantes da vida de uma mulher, que é trazer ao mundo seu filho.

ou seja: na rede pública, 67% das mulheres são sujeitas a partos cirúrgicos (com todos os riscos envolvidos) com recuperação lenta e dolorosa (quem acha que cesárea é moleza é porque não passou por uma, obviamente); os outros 43% das “sortudas” que fazem parto normal estão sujeitas a trabalhos de parto sem apoio emocional e não raro tratadas com desrespeito no processo. animador, não?

vou dar um chute aqui, para efeito de argumentação — suponho que cerca de 90% das mulheres brasileiras usam o sistema público de saúde para dar à luz. muitas sem pré-natal, diga-se, seja por ignorância seja por falta de estrutura da rede de saúde.

diante deste quadro, volto à marcha e ao parto domiciliar — vocês sabem quanto custa esse parto domiciliar defendido na marcha, quando cobra uma obstetriz ou um médico como o jorge (com o qual me consultei, quando grávida. ele é ótimo!)? cerca de R$1.500 o médico e mais uns R$1.000 a doula/obstetriz. além das consultas de acompanhamento, claro, todas particulares e nunca menos de R$400. faça as contas, por favor, e voltemos aos 90% da população.

parto domiciliar é assunto para mulheres RICAS. mulheres pobres têm seus filhos em hospitais, aqueles que descrevi lá em cima, ou nas (raríssimas) casas de parto, que enfrentam inúmeras dificuldades, inclusive para se manterem abertas graças ao preconceito e à pressão de médicos para fechá-las. bem, e as mulheres paupérrimas têm seus filhos em casa, como as ricas, porém sem o auxílio luxuoso de profissionais.

chego finalmente ao assunto que me motivou a escrever o post: chega a ser um pouco ridículo ver a elite das mulheres, representantes orgulhosas do feminismo, sair às ruas de grandes centros para protestar pelo direito de parir em casa, considerando que essa opção só existe para mulheres que são ricas e representam a minoria da população.

onde estão as marchas, blogs, tweets, abaixo-assinados e campanhas online desse público engajado para melhorar as condições de parto da maioria das mulheres? não seria mais útil e humanitário fazer barulho e lutar por melhores condições de parto considerando a realidade da maior parte da população feminina?

uma coisa não invalida a outra, é claro, que venham mais marchas e protestos. mas se for para protestar e apoiar movimentos, da minha parte gostaria de ver estas mulheres muito mais engajadas em mudar as condições para TODAS e menos preocupadas com as que podem pagar pequenas fortunas para exercer seu direito de escolha (e já o fazem, a propósito). queria ver estas mesmas mulheres defendendo a descriminalização do aborto, tratamento humanitário em hospitais, mais casas de parto, pré-natal disponível para todas.

o que vejo, aqui à distância e metaforicamente, são mulheres ricas (antes de dizer que não são, que não somos ricas, lembrem da distribuição de renda, pensem bem…) protestando pelo direito de comer filé e não pé de galinha. com suquinho de maçã.

Categories: maternidade · parto · saúde
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em uma palavra: empatia

May 23, 2012 · 30 Comments

pretendo escrever sobre este assunto pela última vez, não só porque não sou engajada e nem tenho tempo para bandeiras mas principalmente porque ser mãe é muito, muito mais que parir. é, eu sei que quando estamos grávidas do primeiro e único filho sentimos que aquilo é a coisa mais importante e intensa e uau! e etc. mas a verdade é que o restante, o que vem depois, é mais intenso, mais punk, mais incrível e (é óbvio, mas enfim…) mais importante.

já afirmei aqui inúmeras vezes que sou 100% a favor de parto natural. sem drogas, sem intervenção, completamente humanizado. e que acredito que quem faz o parto é, sim, a mãe. processo fisiológico, complexo, intenso e cheio de significado, e que deve sim ser conduzido pela grávida. médicos devem ser apoio, suporte, ajuda, e nada mais. a menos, é claro, que a gravidez ou o parto sejam caso médico, o que é realmente a minoria.

acho que os médicos são mal preparados para lidar com partos. tratam como procedimento médico, não sabem lidar com o imprevisto, são muito inseguros quanto ao processo fisiológico e se apegam em horas, dias, tamanho. muitas métricas para tentar controlar o que não é tão simples controlar (e por que afinal precisa ser controlado?). acho que os médicos têm muito a aprender com as parteiras, e as próprias parturientes. deviam aprender a acompanhar o processo, e se adaptar à realidade de cada ser humano que atendem, aprendendo a cada experiência, ao invés de repetir mecanicamente procedimentos. aliás, todos os médicos deviam ser assim, não? (mas essa discussão de perfil do médico é OUTRA, não cabe aqui)

dito isso, lembro que meu parto foi um pesadelo. a gravidez foi perfeita, eu sonhava (e me preparei) para um parto natural e humanizado, ainda que dentro de uma maternidade, que foi minha opção. na prática, fiz uma cesárea de emergência e meu filho quase morreu. além de ter passado por um risco IMENSO de ter sequelas. felizmente ele aparentemente não tem sequelas (nunca saberemos com 100% de certeza, na verdade), mas a experiência do parto emergencial e filho na UTI por 8 dias foi horrível, não desejo pra ninguém.

ordenhei desde o primeiro dia, quando o otto nasceu, e jogava o leite fora, pois ele não podia ainda se alimentar e não era possível congelar no hospital. essa rotina, além de fisicamente desgastante foi muito difícil, pois me lembrava a cada ordenha que ele devia estar ali, se alimentando, e estava numa estufa na UTI. fer e eu visitávamos o menino a cada 3h no mínimo, às vezes mais, e só saímos quando nos expulsavam, ou quando eu precisava descansar. passei por uma cirurgia muito pesada e estava ali, andando pra cima e pra baixo pra visitar meu filho, cantar pra ele, acariciar seu corpinho pela parede da estufa. e no quinto dia depois de nascido eu pude finalmente pegá-lo no colo e dar o peito, e ele mamou tranquilamente, sem dificuldade. e eu tinha tanto medo de perdê-lo, dele ter algum problema, que nem me deixei apaixonar nestes primeiros dias. vivi dias de sombra, anestesia emocional. foi só quando ele chegou em casa que me permiti sentir amor, emoção, apego, e tudo o mais que precisava sentir. adoeci enquanto ele estava na UTI, e era tudo emocional. stress, medo, tudo misturado.

meu plano de parto deu todo errado. mas eu continuava a mesma pessoa, procurando fazer o que achava melhor pra mim e pra ele, a partir dali, depois do trauma todo. e aqui é que começa o que eu realmente quero dizer pra vocês sobre os movimentos e grupos de parto humanizado e “maternagem” (vejam que é preciso inclusive inventar uma palavra nova para a atividade mais antiga desde que o primeiro animal apareceu nesta terra).

não existe apoio, conforto e nem empatia deste grupo seleto de mulheres que “buscam os melhor para si mesmas e para seus filhos” quando acontece de você parir seu filho via cesárea. a única explicação possível é que você foi ENGANADA (ou seja: é ignorante ou idiota). e que infelizmente seu parto não é um parto, é uma cirurgia. e que seu vínculo com seu filho jamais será igual ao que as mães-de-verdade têm, porque afinal o vínculo se estabelece no instante em que a criança nasce e é colocada no seu colo ou no seu peito.

vocês leram tudo que escrevi ali em cima, sobre minhas crenças antes da maldição da cesárea se abater? ofereço mais informação: consumo alimentos orgânicos, sempre prefiro este tipo para o meu filho e para minha família. tudo feito em casa. sou contra deixar bebê chorando, sou a favor de amamentação em livre demanda (e assim fiz, até quando o otto quis e meu horário de trabalho permitiu), não tenho nada contra os pais dormirem junto com os bebês, e acho que lugar de bebê é no colo.

parece que sou parte da minoria, e que me daria muito bem nestas comunidades, certo? ERRADO.

procurei informação e apoio através da leitura de blogs e sites sobre parto, amamentação, maternidade em geral, e em todos que se preocupam com as coisas que eu me preocupo predominam as xiitas. ou você abraça completamente a “causa”, ou é mãe-de-cesárea. não há lugar, nestas comunidades, para mulheres que fazem opções diferentes das que elas propõem como perfeitas ou “naturais”. exemplifico: quando relatei meu caso, ouvi / li coisas como “ah, mas isso só aconteceu porque você foi para o hospital e aceitou a indução do parto. se tivesse ficado em casa, o menino poderia ter nascido sem complicações”. é, ele poderia ter morrido também, já que eu estava com 38 anos tendo meu primeiro filho e ele teve compressão de cordão. mas vamos convenientemente esquecer essa probabilidade.

também li que meu cansaço e saco cheio com o bebê pequeno, a rotina intensa de amamentação eram consequência do meu parto. cesárea = não tem vínculo = fico cansada e de saco cheio de cuidar de bebê o dia todo.

aí eu pergunto: por que mulheres que são minoria, e estão lutando pelo direito a parir e criar seus filhos de uma forma alternativa, anti-mainstream, são tão incapazes de sentir empatia por outras, como eu, que estão MUITO mais próximas delas do que das mães que marcam hora da cesárea logo depois da manicure e alimentam os filhos com danoninho?

eu respondo — porque elas deviam estar lutando pelo seu próprio direito de escolha, mas estão lutando na verdade contra as escolhas DOS OUTROS. é tudo ou nada: se você fez uma cesárea e não se arrepende e não tem ódio de médicos e do “sistema”, você é um DELES, e não merece simpatia alguma.

mas elas são minoria, então por que você se importa e reclama? porque a causa delas É A MINHA TAMBÉM, só que elas estão estragando tudo! e é minha causa parcialmente, claro, pois não concordo com o pacote todo. mas quando pessoas radicais e que, no fundo, só se importam com “a causa” predominam, a mensagem importante que está por trás disso tudo se enfraquece. eu mesma me sinto muito menos inclinada a defender essa bandeira, já que fui excluída da “patota” porque não guardo rancor contra minha médica e nem acho que cometi nenhum erro. foi como foi, e sigamos.

alguém cruel pode dizer que eu sou contra esses grupos porque fui excluída, que é puro rancor e despeito porque não “consegui” parir. já devem ter dito, aliás, se me lembro de alguns comentários aqui no blog. a verdade é bem mais simples e menos intrincada emocionalmente: eu sou pró escolha. em todas, absolutamente TODAS as instâncias da vida, desde a concepção de um filho até o dia da própria morte. e estas senhoras tão cheias de boas intenções, no frenesi do “empowerment”, esquecem que todas as escolhas são possíveis e ABSOLUTAMENTE TODAS devem ser respeitadas.

acho incrível alguém se permitir dizer a uma mãe que seu amor por seu filho é menor porque ele nasceu através de um corte na barriga e não através da vagina, ou porque mamou na mamadeira e não no peito. seja por ignorância ou por escolha, esse julgamento devia estar fora de questão. o empenho devia estar na informação, educação, apoio e não no julgamento! afinal, por ignorância ou simples opção, escolhas devem ser respeitadas.

no mais, vida longa a todos os blogs e sites com informação sobre parto natural, amamentação, contato prolongado com o bebê. a grande maioria das mulheres realmente precisa de mais informação para tomar decisões melhores e com mais confiança, sem precisar delegar a outros a decisão sobre seu corpo e sua vida.

update 1: excelente artigo sobre tolerância, completamente relacionado a esse assunto, dica da denize barros.

update 2: não mencionei isso no post, mas é tão importante que resolvi atualizar. tenho certeza que o parto/amamentação no peito/proximidade da mãe nos primeiros meses de vida faz MUITA diferença para o bebê. mas se fosse TÃO determinante, pobres dos seres humanos adotados, não? estariam condenados para o resto da vida! não duvido se encontrar por aí alguém dizendo que amor pelos filhos adotivos não é igual ao que temos pelos filhos biológicos.

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diário do otto: 1 ano e 8 meses

May 10, 2012 · 3 Comments

otto,

você completou 20 meses imediatamente após a volta da sua primeira viagem internacional, e foram muitas novidades em pouco tempo. viajamos de avião por 15h (com intervalo em frankfurt), andamos de trem, ônibus, metrô, barco, a pé, dormimos em 8 hotéis diferentes, comemos em vários restaurantes, você experimentou um monte de comidas novas e se adaptou muito melhor do que eu esperava.

passamos praticamente este mês todo viajando, conhecendo lugares e pessoas novas, e você se mostrou quase sempre simpático e bem humorado. em compensação, quando o humor azedava… aiaiai. suponho que o temperamento “fácil” do papai e da mamãe foram transmitidos pra você também, não? 🙂 não tivemos problema com fuso horário e nem com seu sono. em compensação, você gripou (eu também!) e ficamos os dois cansados e reclamões. o papai, felizmente, não adoeceu e nos aturou neste período.

você começou a ficar mais mandão e cheio de vontades, quer fazer tudo do seu jeito. o que é compreensível, afinal está na idade de entender que você e as demais pessoas são distintos, que você é um ser único, um indivíduo, e tem suas próprias vontades e desejos. é difícil às vezes lidar com seu desejo de independência (não quer que troque fralda, que dê banho, que coloque/tire roupa e sapato, que dê comida ou água…) já que você ainda não aprendeu a fazer tudo sozinho. mas por outro lado, é tão bonito ver você tomando as rédeas das pequenas coisas da sua vida, como colocar sapatos e comer sozinho! acho uma graça você concentrado segurando os talheres, brincando com o iPad ou tentando colocar sapatos.

no meio da viagem você comeu sua primeira refeição completamente sozinho. pedimos um prato de macarrão à bolonhesa, você pegou seu garfo e se recusou a comer se a gente oferecesse. foi pra cima do prato e comeu, com gosto, um MONTE de macarrão. ficou imundo, derrubou um monte, mas ficou super feliz, e nós deixamos você dar seu primeiro passinho de independência, cheios de orgulho (ou no caso do seu pai, nojo da meleca! hahahahaha).

também foi neste mês, faltando 1 semana para completar 20 meses, que você falou sua primeira palavra “completa”, com intenção e significado: . meu filho, saiba que uma das coisas mais difíceis de ser pai/mãe é não comparar, não criar expectativas e respeitar sua individualidade. a mamãe falou muito cedo (10 meses) e o papai a gente não sabe, mas também foi bem antes de 2 anos. ficamos apreensivos porque você não começava a falar, porque os pais sempre acham que tem alguma coisa errada quando os filhos não se desenvolvem como “os outros” ou eles mesmos quando bebês.

sabemos que isso é bobagem, e que cada pessoa é única, tem seu tempo e personalidade própria, mas sempre queremos que nosso filho seja o melhor, o mais rápido, mais inteligente, mais tudo. quando, de verdade e lá no fundo, pra nós você é e sempre vai ser o mais lindo, inteligente, esperto e divertido dos bebês, independente de qualquer coisa que você faça. nunca duvide disso!

dizem que “palavra” na sua idade é qualquer expressão verbal que represente alguma coisa, mas eu e seu pai não contamos assim; se fosse assim, sua comunicação por vogais tônicas já contaria como um vocabulário bastante impressionante desde muito cedo! atualmente você fala: pé (é pé mesmo e ipad também), mão (seu ã é super engraçado!), chão (muito frequente, quando quer que a gente deixe você solto andando), có (colo), tetê (chupeta), pão, papai, tia, pau (paula), aía (maria), qué, não, roXão (rojão), dirigí (você adora sentar no banco do motorista no colo do papai quando estacionamos na frente de casa!), xixi, cocô, pum, pepé (papel), iX (lixo), papá, fofô (vovô). e nada de mamãe, seu sem-vergonha!

seu sono melhorou MUITO. você simplesmente não deu trabalho a viagem toda com sono (só nos dias de nariz entupido, claro), e agora dorme muito bem das 19:30-20:00 até 7:00 mais ou menos. às vezes não acorda nenhuma vez, às vezes acorda para mamar somente por volta de meia-noite. seu pai e eu nem conseguimos acreditar, parece milagre! depois de 1 ano e 8 meses, seu sono finalmente estabilizou à noite. agora a única coisa que dá trabalho é a hora de dormir, pois você tenta se manter acordado (apesar de cair de sono), e tem demorado até 1h para pegar no sono. mas teremos paciência, e ficaremos ali do seu lado, até você aprender a dormir e (com sorte) apreciar a delícia de descansar 🙂

bem, você continua comendo feito um ogro, apesar de ter dado trabalho para comer na viagem (sem apetite algum, super seletivo e querendo comer sozinho somente). em casa, tudo vai muito bem e você come tudo e de tudo. continua super fã de brócoli e cenoura, e está numa paixão incrível com quiabo (come 2 bandejas por semana, sozinho!). nas frutas, continua fã de melancia, morango, pera e agora adora abacaxi também. além das outras todas, tem aqueles que pega direto do pé, que você come na pracinha (pitanga, amora, goiaba).

seus passeios estão muito divertidos, você caminha bastante sozinho (mas às vezes pede colo, e está PESAAAADOOO), começou a se interessar por brincar com outras crianças, interage mais e adora areia, carrinhos, pazinha, etc. tem sido interessante observar seu interesse pelas outras pessoas aumentar, suas tentativas de socialização. aliás, na viagem, você foi muito simpático e aprendeu a piscar para todo mundo, sorrindo, como quem flerta. essa gracinha fez MUITO sucesso e arrancou risadas das pessoas mais sérias. você foi total sucesso em todo lugar, e batemos muito papo pela rua graças a você e sua simpatia! muitas pessoas elogiaram seu cabelo (que é lindo mesmo, e bem dourado), seu sorriso, enfim, sua lindeza. nós somos suspeitos, afinal pra nós você sempre vai ser o bebê mais lindo do mundo. e agora, que manda beijo então? (com a mãozinha e com barulho) de morrer de fofura.

meu amor, este mês foi incrível. foram 3 semanas intensas, 24/7 com você e apesar do cansaço de ter alguém pra cuidar o tempo inteiro, foi muito gostoso também. você está cada dia mais divertido, esperto e comunicativo, e temos brincado muito juntos. tenho certeza que cada ano que passar será mais e mais legal!

ah, esqueci de contar: eu faço uma brincadeira com sua tia kelly desde pequena, a gente imita ogro (imitando dentões fora da boca), e descobri que você acha O MÁXIMO a cara de ogro. morre de rir, e imita (tenta, por enquanto), fechando a boquinha. e fala OGR (opa, mais uma palavra!)

um beijo e abraço daqueles bem apertados da mamãe, cada dia mais apaixonada por você.

PS: veja as suas fotos neste mês!

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intuição my a$$

March 21, 2012 · 2 Comments

eu já não acreditava em intuição como algo sobrenatural antes de engravidar e ser mãe. quando a gente ainda não é mãe, sempre tem alguém pra dizer “quando você for mãe, vai entender…” ou “ah, quero ver quando o bebê nascer! você vai mudar”.

não mudei nada. continuo achando que intuição não é sexto sentido, continuo achando chato cuidar de crianças. amo o otto de todo coração e gosto de ficar com ele, brincar e tal, mas simplesmente porque ele é meu filho e tudo que ele faz me interessa e é lindo. todas as demais crianças eu continuo achando legais nos 10 primeiros minutos e depois já quero um drink 😀

mas voltando à questão de intuição, achei essa matéria sobre como funciona o pressentimento, e achei muito legal. confirma o que sempre acreditei: intuição ou pressentimento nada mais são que nosso cérebro reconhecendo sinais não verbais antes da nossa consciência. e mulheres são especialmente boas em captar sinais não verbais, creio que até como especialização evolutiva, afinal somos nós que cuidamos dos bebês, que passam anos sem se comunicar verbalmente de forma eficiente. essa nossa habilidade (nada sobrenatural, inclusive) é tão somente uma evolução do que funciona melhor.

mas isso não significa, em absoluto, que todas as mulheres são intuitivas e muito menos que a intuição funciona 100% por si só. uma das coisas mais importantes e essenciais na evolução e dominação do ser humano como espécie é o acúmulo de conhecimento e principalmente a propagação dele para as gerações futuras. o conhecimento se propaga de várias formas, de geração a geração: escritos, vídeos, arte, etc. mas principalmente através da cultura, dos conselhos dos mais experientes. ou seja: precisamos de ajuda, de conselhos, do conhecimento adquirido pelas gerações anteriores. o conhecimento nos dá as opções e a intuição pode nos direcionar para decidir o que vamos fazer.

estou certa de que usar a intuição sem conhecimento é pouco eficaz. por isso me incomoda muito essa onda de “volta às origens” exaltando a intuição e o “natural” como a coisa certa a fazer. até porque as mães-odaras-cheias-de-energia-positiva-e-intuição-aguçada esquecem que viver em grupo e usar os conhecimentos das gerações anteriores é que é “natural”. um casal (2 pessoas) criar filhos sozinhos, no contexto e história da espécie humana, é completamente antinatural. ouvir conselhos, receber ajuda, dividir a carga de criar uma criança com mãe, avó, irmãs, amigas é o que mais se aproxima da forma “natural” de criar crianças.

sim, faça sempre o que “sentir” que é a melhor coisa para o seu filho, pra você e sua família. mas não deixe de ouvir conselhos e procurar ouvir o que outras pessoas mais experientes têm a dizer, antes de decidir. nem que seja do seu XAMÃ 😀

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a fisiologia do gosto (*)

January 4, 2012 · 2 Comments

(*) roubei o título do ótimo livro de brillat-savarin, pois o assunto do post é não só alimentação do bebê mas principalmente o desenvolvimento do paladar.

não sou especialista no assunto (aliás, não sou especialista em NENHUM assunto :D), mas tenho cá minhas convicções a respeito de comida, culinária e alimentação de forma geral. sempre acreditei na importância do que chamarei de educação alimentar ou gastronômica, não só no sentido da experiência sensorial mas também o processo de escolha e preparação dos alimentos.

quando chegar a hora, pretendo ensinar o otto a cozinhar, pois acredito que isso é conhecimento básico e fundamental para todo ser humano. saber escolher e preparar seu próprio alimento (além de poder alimentar outros) é não só importante mas um grande diferencial. além de ser muito prazeroso 🙂

mas hoje não quero falar da preparação, mas da educação do paladar. percebi que o paladar pode ser educado com 16 anos, quando decidi parar de consumir açúcar em todas as minhas bebidas. nem lembro mais o motivo, mas com essa decisão um mundo se abriu pra mim: pra começar, percebi o quanto as pessoas ao meu redor eram viciadas em açúcar, e consumiam em excesso. foi difícil convencer minha mãe a parar de adoçar tudo, e deixar que cada um se servisse à sua maneira (o que por si só é interessante — que tal respeitar que cada pessoa tem um gosto DIFERENTE do outro, e dar a oportunidade de escolha?). quando eliminei o açúcar das bebidas, descobri um mundo de sabores que estavam mascarados pelo doce-melado, o sabor dos alimentos puros!

daí pra adiante, fui experimentando reduzir sal, cebola, alho, azeite, pimenta e tudo o que modifica o sabor dos alimentos. fiz uma regressão alimentar 🙂 e comecei a retomar os temperos e alteradores de sabor lentamente, e com muito mais cuidado e precisão. pois aprendi a apreciar o sabor do alimento e não do sal e outros temperos. a docura do tomate, da cenoura, o amargor da escarola, a acidez da berinjela, o sal natural das carnes, o amanteigado dos peixes.

pois quando começamos a introduzir o otto ao mundo dos alimentos além da teta, havia uma preocupação em fazer do processo de se alimentar um prazer e também aprendizado sobre sabores e texturas. fomos orientados pelo pediatra a iniciar com sucos coados de fruta (laranja, mamão) primeiro, depois frutas peneiradas (uma de cada vez, por 1 semana), depois legumes peneirados, e por último as carnes.

pois assim fizemos, seguindo uma dica que acho importante: nas primeiras 4 semanas, insistimos com a mesma fruta por 1 semana cada, observando se a consistência estava OK para o bebê deglutir. cada bebê é diferente, e uns têm mais facilidade que outros para engolir, é preciso respeitar os limites naturais de cada um e adaptar. e insistir em 1 só fruta ajuda a desenvolver o paladar, acostumar-se ao novo e apreciar as características de cada fruta.

algumas frutas o otto gostou mais, outras menos, mas provou muitas delas. e não recusou nada pelo gosto, mas pela textura (banana amassada, por exemplo, ele não gosta de forma alguma, embora coma a banana hoje mordendo direto da fruta).

expor a criança aos cheiros, texturas, sabores e cores dos alimentos puros ajuda a desenvolver a percepção sensorial de forma mais ampla, a criar memória gustativa / olfativa / tátil. deixar a criança PEGAR os alimentos, sentir a textura, morder, lamber e cuspir, cheirar, interagir e descobrir por si própria o que prefere.

logo que o otto aprendeu a ensaiar uma mastigação mesmo sem muitos dentes (entre 7 e 8 meses), começamos a dar alimentos em pedaços maiores (sempre cozidos, sempre com supervisão) para que ele pudesse triturar, morder, e ver os pedaços maiores de alimento, com suas cores e texturas. ele gostou muito mais de comer depois de começar a ver pedaços. a partir dos 8 meses começamos a preparar o prato com os alimentos dispostos em separado (nada de “sopão”!), pra que ele também pudesse apreciar o visual dos alimentos.

ah, e tudo desde o início sem sal, açúcar, cebola, alho ou qualquer outro “alterador” (mas sempre usamos um pouco de azeite, como parte da dieta). por volta de 1 ano comecei a temperar a comida dele com ervas e um pouco de cebola, mas sempre pouco. e o sal foi fortemente NÃO recomendado pelo pediatra na alimentação diária.

não tenho evidências científicas de que a prática de alimentar a criança com alimentos “puros” ajuda a educar o paladar, mas me parece tão óbvio… o otto aprendeu a comer os alimentos como eles são, com seus sabores e texturas originais, e qualquer adição a eles é um elemento a mais na harmonia dos sabores, digamos. o sal, a pimenta, o azeite, adicionam complexidade ao básico, e como conhece os sabores básicos, vai conseguir apreciar melhor os outros componentes!

tanto é verdade que ele come (e ama) brócoli cozido (só na água) todos os dias, e quando damos brócoli com sal, pimenta, azeite e alho em restaurantes ele também come, com o mesmo prazer. e volta depois a comer seu brócoli simples do dia a dia sem problema nenhum.

preparar alimentos básicos e simples para crianças não dá trabalho. é cozinhar no vapor ou na água, assar, coisas simples. não é preciso se preocupar se está com muito/pouco tempero, ou se está “bom”: basta confiar no sabor do próprio alimento, e tudo dá certo.

o que dá trabalho é convencer o mundo ao redor que não, a criança não vai sentir falta de açúcar, sal, cebola, alho ou pimenta. e que comida sem tempero não é RUIM!

o que passa, obviamente, por convencer as pessoas que elas precisam parar de pautar o comportamento e gosto do restante do mundo por elas mesmas. mas isso é assunto pra outro post 🙂

Categories: alimentação · educação · saúde

o cardápio do ogro

September 23, 2011 · 6 Comments

não sei muito bem como é a dieta de outros bebês, mas sei que nem todos comem muito bem. aqui na família a exceção é só minha irmã, que sempre deu muito trabalho pra comer, e até hoje é bem seletiva. eu e meu irmão, por outro lado, comíamos até pedra (segundo minha mãe, enquanto minha irmã apanhava pra comer, eu e meu irmão apanhávamos pra parar :)).

tenho seguido a recomendação do pediatra desde o início, com toques e dicas da babá. as diretrizes são:

– cerca de 750ml de leite ao dia, espalhados

– 2 refeições principais (almoço e jantar) com todos os componentes: carboidratos, vegetais, grãos, proteína

– nada de sal, nada de açúcar. ervas e temperos com moderação, um pouco de azeite nas 2 refeições

– aumentar os pedaços dos alimentos conforme o bebê vá aprendendo a mastigar (no caso do otto, com 8 meses já dava pra dar pedaços)

– conforme o bebê for crescendo, separar mais a comida (evitar sopinhas, papas, comida toda misturada), pra ele se acostumar às cores, texturas e gostos diferentes

– frutas, várias, todos os dias

– (dica da babá) quiabo, sempre, pra ajudar o intestino

 

bom, seguindo essas dicas, a dieta do otto com 1 ano tá assim:

 – acorda entre 6am-7am
 – entre 7:30 e 8am mama 120-150ml, come um pedaço de pão (pequeno), um pouco de queijo cottage (2 colheres de sopa, mas se deixar come mais, hahahaha), ou um biscoito de polvilho. se quiser fruta, damos, mas normalmente ele não quer
 – 10:30am come fruta, e o tipo e quantidade variam de acordo com a vontade dele. a gente oferece sempre banana, pera, mamão, melancia e pêssego. ele adora também caqui e abacaxi, quando tem. tem dias que ele come um pouco de cada (1/2 mamão + 1/2 pêra, ou 1 banana inteira e mais amora ou goiaba ou jabuticaba, que a gente pega do pé e ele adora). mas tem dia que come 1/3 de banana, só, ou um pedaço de pêssego
 – 12:30 ele almoça, servimos sempre arroz (3 colheres de sopa) e feijão (3 colheres de sopa) + 2 colheres de sopa de carne/frango+ovo/peixe refogados com tomate, cebola e algum vegetal (quiabo, brocoli, couve, cenoura, abobrinha, a mistura mais de 1 às vezes e varia) + 2 colheres de sopa de um purezinho de abóbora ou mandioquinha (ou as 2 misturadas). colocamos sempre azeite (1 colher de chá) e vários temperos, normalmente os frescos que tem no quintal (manjericão, orégano, alecrim). às vezes misturamos um pouco de queijo no purezinho, mas normalmente é simples. ele odeia comida seca, então tudo tem que ser bem molhadinho 🙂 depois do almoço ele gosta de fruta, a gente oferece sempre laranja (ele come no mínimo 1/2, às vezes ela toda), melancia, pera e melão. a proteína é assim: frango+ovo 3 vezes por semana, carne 3 vezes por semana e peixe 1 vez por semana. ele come proteína em todas as refeições.
 – 3pm mama 180ml, e a gente sempre oferece fruta também. normalmente ele come
1 pedaço pequeno de fruta, às vezes mais (pêssego, que ele ama, às vezes come inteiro)
 –  5:15pm janta, normalmente damos uma sopinha de macarrão com tudo
 (legumes, alguma hortaliça, mandioquinha, abóbora/cenoura e alguma carne +
 temperinhos e azeite). ele come 2 conchas enormes cheias! depois ainda come
 alguma fruta (ele adora laranja e melancia de sobremesa, mas come também
 pera e melão)
 – 8pm mama 180ml
 – meia-noite mama 210ml, e aí vai mamar de novo só no dia seguinte

 vejam que seguimos basicamente a recomendação do pediatra dele na dieta de todo dia: proteína, arroz e feijão (ou macarrão, ou batata), legumes (cenoura ou abóbora, abobrinha ou chuchu ou beringela, mandioquinha ele mandou dar SEMPRE), hortaliças escuras (brócoli, couve, espinafre, pra evitar anemia) e frutas todas. pão, queijo e biscoito de polvilho a gente dá pra ele ter como acompanhar a gente no café da manhã e não se sentir excluído, mas é pouco 🙂

 quase não dou batata pra ele, porque desde o início deu muitos gases e prendeu o intestino. damos pouco, preferimos outros carboidratos (macarrão, arroz, feijão, nhame, cará e sempre a mandioquinha). ele AMA macarrão, então damos na sopa.

 sobre o comportamento: ele gosta de ajudar a comer, temos dado arvorezinhas de brócoli, por exemplo, ele adora. mas qualquer coisa que der ele come, embora ele não goste da consistência de coisas melequentas (por exemplo: banana muito madura ele não come!). ele gosta das frutas mais aguadas, tipo melancia, laranja e melão. e tem outra coisa: ele ADORA que a gente coma a comida junto com ele, faz questão que a gente experimente tudo (brincamos que ele nunca vai morrer envenenado, hahahaha). e gosta muito de comer junto com a gente, embora ele coma sozinho no cadeirão, todo dia. quando comemos e ele está junto, ele faz questão de comer da nossa comida (e às vezes almoça dobrado por isso).

 a verdade é que fora o sal e temperos mais fortes, a comida dele é basicamente igual à nossa. nossa alimentação é no dia a dia é arroz, feijão, alguma carne, legumes, salada. eventualmente comemos alguma fritura, mas é tipo 2x semana. ele ainda come a comida separada da nossa, mas estamos aos poucos convergindo 🙂

 fomos inserindo cada uma das coisas aos poucos. o otto nunca recusou nada definitivamente – com a devida paciência e insistência ele experimentou quase tudo até o momento e come numa boa. mas também seguimos a dica dele de não insistir muito: não quer, tenta depois, vai oferecendo uma fruta aqui e outra ali, complementando, e dá certo. e fomos aumentando as quantidades (e o tamanho dos pedaços) conforme ele pedia e aprendia a mastigar a única coisa industrializada que ele come é pão (se é que posso considerar assim) e biscoito de polvilho, que ele come quase nada, só pra fazer graça.
 de resto, nada de sal, açúcar, bolacha, nem cereal ou iogurte (até porque não temos costume de comer). suponho que manteiga e requeijão ele vá comer, porque a gente AMA 😀

ele dorme super cedo (7:30pm no máximo ele tá dormindo), por isso damos o jantar bem cedo, e aí acabou a comilança, só leite. até poucos dias atrás ele tirava 2 sonecas por dia (manhã e tarde), 1:30 cada, mas percebemos que ele está dormindo menos. mas basicamente ele passa o dia comendo, como dá pra perceber pela rotina.

vamos aproveitando enquanto ele tem bastante disposição pra comer, pois sabemos que algumas crianças perdem o apetite (ou ficam mais seletivas) depois. mas se ele puxar o pai e a mãe, vai comer bem sempre 🙂

Categories: alimentação · saúde

a primeira doença

May 26, 2011 · 23 Comments

o otto já tinha tido febre (38.5) quando tomou a primeira dose da hexa, com 2 meses, teve também um pouco de catarro (pouco mesmo, não chegou a tampar o nariz nem nada) aos 4 meses, depois de algumas horas de viagem de carro com ar-condicionado ligado, e tomou label aos 2 meses por causa de suspeita de refluxo (melhorou, inclusive). mas doença tipo virose, essa foi a primeira e descobrimos o quanto é ruim ter um bebê doente em casa.

tudo começou com uma febre baixa na sexta-feira que se transformou numa febre de 38.5-39.5 que durou 3 dias inteiros, sem trégua. segundo nossa amiga pediatra, febre de 38.5 é baixa, mas os pais frescos aqui não conseguem ficar tão tranquilos assim, e obviamente apavoramos, fomos pro PS, procuramos outro pediatra (porque o dele não atendeu telefone e nem retornou, falo disso no fim do post).

prefiro sempre não medicar, especialmente se a febre não passar de 38, 38.5, mas ele estava incomodado demais, e ficamos preocupados à noite (e se a febre subir muito e não percebermos?). usamos tylenol, que se mostrou ineficaz para a febre, e a cada 2 ou 3 horas a febre voltava. alternamos com alivium (que foi melhor), e também adotamos de dia o banho morno, e à noite recorremos aos “paninhos úmidos na testa”, aquela coisa de filme. e somente febre, nenhum sintoma.

no final do terceiro dia a febre desapareceu milagrosamente. no quarto dia, o sintoma que faltava para o diagnóstico apareceu: ele encheu de bolinhas, tipo brotoejas (que somem quando pressionamos a pele). ou seja – roséola, doença típica da idade (ele completa 9 meses amanhã), na sua manifestação mais típica. são 3 dias de febre persistente, com bolinhas no quarto dia (que podem durar de 2 a 3 dias) e muita irritação do bebê.

foi muito, muito chato, estressante e preocupante. acho que vai demorar ainda um pouco pra ficarmos mais tranquilos quando ele tiver essas doenças da infância, gripes e etc. mas aprendemos um pouco sobre algumas coisas, e vou aproveitar para compartilhar o que nos foi ensinado pelos médicos que nos apoiaram nestes dias:

– febre é bom, a febre é nossa amiga 🙂 aprendemos que subir a temperatura do corpo é a forma que temos de impedir os vírus/bactérias de se multiplicarem e proliferarem. a recomendação de todos os médicos que consultamos foi a mesma: se a criança não estiver desconfortável (não mudar muito de comportamento), deixe a febre agir;

– quando a febre é preocupante? quando afeta a criança, quando ela fica muito “largada” ou, ao contrário, quando chora muito e reclama. essa é a hora de medicar. se ao medicar a criança volta rapidamente ao normal (ou quase, diante das circustâncias), é porque tudo está bem. quando a criança mesmo medicada ainda continua mal, é hora de se preocupar e procurar ajuda;

– febre que vem juntamente com lesões de pele é motivo para procurar o médico;

– caso seja preciso medicar – sempre sob orientação do pediatra! – , tylenol é a melhor opção para dor (ele é pouco eficaz para febre); alivium é antitérmico mas é também antiinflamatório, e por isso não deve ser usado quando ainda não se sabe a origem da febre (ele pode mascarar outros sintomas); dipirona é o mais eficiente para febre, consulte o pediatra sobre essa possibilidade;

– a tal convulsão febril acontece raramente. leia um interessante relato de médico aqui;

– precisamos encarar a febre, e essas doenças comuns na infância, com mais tranquilidade, pois elas são muito frequentes até os 4-6 anos. essa parte a gente aprendeu só na teoria, porque na prática dá um pavor danado, ai credo!

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bom, e o pediatra, né. as consultas dele são excelentes, nós adoramos o estilo e confiamos na opinião profissional dele. seria perfeito, se atendesse telefone ou se pelo menos retornasse ligações. já é a terceira ou quarta vez que ligamos para tirar dúvidas e pedir orientação e ele não atende e nem retorna. ou seja: vamos mudar. acho que pediatra tem que orientar por telefone, sim, faz parte da profissão. então, vamos ao próximo!

Categories: doenças da infância · saúde

homeopatia: por que não acredito mas acho legal

April 11, 2011 · 3 Comments

esse post foi movido pra cá, porque não é assunto específico desse blog, afinal.

dentro do contexto de maternidade e saúde da criança, acho que é preciso ser responsável quando se trata de cuidar de crianças, já que elas não podem escolher por si mesmas. submetê-las a tratamentos alternativos pode até ter algum valor mas deve ser feito com muita cautela, garantindo que o risco de erro é mínimo.

andar pelo lado mais conservador quando se trata da saúde dos nossos filhos nunca é demais, but that’s me. mas enfim, se tem gente por aí dizendo que ir ao pediatra é ruim, suponho que deve ter quem ache que não tem problema tratar doenças graves com placebo. paciência, que arque com as consequências depois.

Categories: maternidade · saúde