fabricando

[nov 2012] Ontem o Otto nadou “sozinho” (com bóias de braço) pela primeira vez, e fez xixi na privadinha também pela primeira vez! Uma das coisas mais malucas de ser pai/mãe é acompanhar tantas “1as vezes”…

[Nov 2012]

Otto saiu pro parque pra “buscar lichia pra mamãe”. Voltou sem nenhuma, perguntei: “cadê a lichia da mamãe, Otto?”. “O Otto comeu tudo!”

Se depender desse aí pra comer, tou ferrada 😀

Esse post é de Novembro de 2014, ele tinha 4 anos. ATÉ HOJE ele se recusa a usar facas porque “são perigosas”. PUXADO 😂

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E o prêmio #mãedecesárea do ano vai pra mim — achei boa ideia deixar o Otto me ajudar a cortar batatas CRUAS. Mesmo com faquinha de criança, com todo cuidado que ele tem e do meu lado, como a batata é muito dura a faca escapou e cortou o dedinho dele 🙁

Foi superficial mas saiu tanto sangue que preferi ir pro UPA. A médica olhou (ele não só mostrou como contou a história toda direitinho, parecia um menino crescido) e mandou passar mertiolate e colocar um band-aid 😀

Mas ele se recusou: “quero esperar e fazer o curativo”. Esperou, explicou tudo pra enfermeira e deixou fazer um curativo enorme.

Saiu todo orgulhoso, andando, da UPA.

Só tenho a agradecer esse menino tão sério, que me fez sair de um estado de culpa absoluta de mãe pra um orgulho besta (também de mãe).

“Facas são perigosas, não é?” — foi essa a lição do dia. Pra ele, 4a3m, e pra mim, quase 43 na cara.

[nov 2014]

Fernando – “dá esse pé aqui, que eu vou comer!”
Otto – “Não podeeee, senão vai faltar pé!”

Gente, foto do Otto tá difícil porque ele não deixa tirar mais 😂 mas acho que vale dar notícias:

Ele está indo muito bem na escola como sempre (notas) mas este ano (que começou aqui em Agosto) ele também está indo muito bem no comportamento, o que é novidade 😂

Está muito mais maduro, controlando melhor a frustração, seguindo instruções e fazendo muitas coisas de forma independente.

A parte de relacionamento ainda falta muito pra ficar BOM mas ele vem melhorando progressivamente – eles medem na escola a adequação das relações sociais, e está cada vez melhor.

Em casa ele está MUITO melhor, atende aos pedidos sem reclamar muito, tolera mais coisas que não gosta sem dar chilique. Viajamos pro Colorado neste mês (3h de avião, 4 dias lá), e ele até assistiu um Bat Mitzva inteiro (1:40! É uma cerimônia judaica) sem reclamar, sem precisar sair.

Estamos super orgulhosos dele é imaginei que vocês iam querer saber ❤️

E finalmente ele começou a aprender química, e está gostando! As matérias favoritas dele são química e francês.

Beijão procês todos, saudades.

Hoje veio e-mail da escola contando que o Otto teve uma discussão com um colega, que a professora teve que intervir, e aí obviamente chegando em casa sentamos pra conversar, entender e aconselhar.

Em se tratando de belzebu-adolescente, vocês já sabem que nunca é uma história simples né 🙂

Fernando, tentando fazer cara neutra: “Otto, conta pra mamãe o que aconteceu.”

O: “o menino X me provocou, ficou falando que o Kirby [um dos personagens favoritos dele] é inútil e feio. Tenho certeza que falou pra me provocar!”

Eu: “é possível. E você fez o quê?”

O: “retaliei — falei que inútil ela ELE e que nunca ia ser bem sucedido na vida, nem arranjar um emprego.”

(EITA)

Os adultos, tentando disfarçar mas não deu certo: “HAHHAHHAHHAHAHAHAHHA!!!”

(Cof-cof)

Fer ainda rindo, eu tentando aconselhar: “o insulto foi ótimo, mas você sabe que não pode e nem deve né? Não só porque isso causa problema pra você mas porque você exatamente o que ele queria — reagiu. Melhor resposta é ignorar e se estiver te atrapalhando, fala com a professora.”

Fer concorda, já tinha falado a mesma coisa no caminho pra casa. Evitar confronto é difícil mas é mais prático.

Mas ficamos curiosos sobre de onde vinha esse insulto tão específico , e a explicação dele é que “o menino não prestava atenção em nada e só falava o tempo todo, por isso não conseguia terminar as coisas”.

Antes da professora intervir, o menino ainda na discussão disse que o Otto ficava fazendo piada com tudo (é verdade) e por isso “não tinha amigos”. Otto, sem titubear, “eu tenho amigos sim. Só não fico falando com eles o tempo todo” (não sei se ele respondeu isso, mas falou isso pra gente )

Eu quis saber se ele havia se incomodado com essa parte da conversa, e explicamos que de fato ele precisa ficar atento a fazer piadas — se a pessoa envolvida não rir junto, não é piada. A lógica dele é imbatível: “se a pessoa não gostar da piada, eu espero que ela me diga, e eu paro”.

❤️

Ah, menino, como o mundo seria mais simples assim. Mas não — explicamos que precisa observar, e caso não fique claro, perguntar.

Ele meio que vira os olhos graças a todas as complicações envolvidas em relacionamentos, mas aos poucos vai aprendendo.

Tão grande, tão engraçado, tão direto. AMO. Mas que vai sofrer pra entender que a mentira move o mundo, vai.

Enquanto isso a gente chora, ri, e segue um dia de cada vez.

[set 2015]

Otto com o Fernando antes de dormir:

O: “papai, vamos brincar de o que é o que é! — o que é o que é que tem bico mas não bica e tem asa mas não voa?” (< Cocoricó)

F: “um bule!”

O: “o que é o que é que tem boca mas não fala?”

F: “não sei!”

O: “um pinguim!”

F: “hahahaha! Ok, ok.”

O: “o que é o que é que tem orelha pontuda, uma capa, uma corda e uma nave?”

F: “é o Batman?! Você que inventou esse, Otto?”

O: “sim! Fui eu!” orgulhoso

<3 <3 <3

[set 2015]

Perto de Inhotim, ficamos num sítio. Nosso quarto era bem rústico (nível: banheiros não funcionavam), tivemos que ir tomar banho em outro quarto mais moderno.

No banheiro novinho, Otto entra e fala pro Fernando:

“Olha, papai, esse banheiro é mais CHÃO ESTICADO(*)!”

(*) SOFISTICADO, hahahahahaha! Ele não entendeu a palavra mas entendeu perfeitamente o significado <3

[set 2022]

“Mamãe, eu estava testando a sua PERCEPÊNCIA” (perception)

Tá puxado esse negócio de criança bilíngue, viu?! 🤣🤣🤣

[set 2018]

Pergunta maravilhosa de hoje do Otto:

“Se a Islândia é o 1 e o Brasil é o 10, onde é o 5?”

❤️❤️❤️