ele come comida do lixo, pega bitucas de cigarro no chão e jamais, nunca mesmo, toma banho. barba comprida, com o bigode misturado, não se sabe onde começa o cabelo e termina a barba. a cor é curiosa, algo entre preto e branco, passando por todos os tons possíveis, um gradiente de sujeira e pele. histórias devem estar estampadas naquele corpo, cabelo, cheiro, gosto e hálito. ele não aceita comida fresca. ele não aceita água limpa. ele não quer dinheiro, nem esmola e nem cortesia. ele vive como um bicho, remexe o lixo e caminha pelas ruas há anos, descalço.
de certa forma o invejo: ele é, de fato, livre.