distrair-se da própria vida é uma arte e ao mesmo tempo um perigo. quantos anos vivi outras vidas que não a minha? a soma de pequenos minutos, insignificantes minutos somados: uma vida todinha. ocupar-se de outro com os olhos da mente é uma grande ilusão. melhor seria abordá-lo, carne com carne, para a lambida ou a mordida, para a vida. jamais o olho do pensamento e o escrutínio inútil, estéril. diabinho e anjinho batem papo nos nossos ombros, decidindo entre imaginar e viver, e vemos com certo alívio que deixamos de matar e morder, mas o fato é que também deixamos de lamber e amar.
aprender a viver a própria vida, sim, é uma arte.