minha alma canta…
nem o trânsito e o excesso de trabalho me irritam, aqui. nem lembranças que não são minhas, de uma lua-de-mel que poderia ter sido a minha mas que me foi negada consegue estragar meu amor por esse brilho que o rio tem. jogo no lixo os pensamentos insistentes de que foi aqui que eu me senti mais traída do que nunca antes, e olho (de novo, de novo) pra esse pão de açúcar e suas arestas insuspeitadas, pro céu azul, pra candelária maravilhosa e seu silêncio de catedral. caminho no saara pensando no meu carnaval (comprei um adereço inacreditável) e na felicidade de poder estar em outro lugar, de ser livre, se ver e ouvir e comer coco açucarado na rua, de conversar com o menino que vende bolsas. o calor sufocante me deixa melada, e eu adoro.
estou em copacabana, e no meu quarto há uma varanda imensa. vejo o céu, boa parte dele (meu deus, será que aquilo são as tais nebulosas, seão nuvens e eu estou louca?), estrelas muitas e ali um pedaço bom de areia e mar batendo, a espuma branquíssima refletindo a luz dos holofotes na noite. sinto vontade de ir até lá, mas tenho muito sono. abro as cortinas e as portas de vidro, deito, e pra minha surpresa, consigo ainda ver a praia, o céu… e uma lua amarela, sorrindo pra mim. rio alto, pra ela, e agradeço imediatamente antes de dormir.
eu gosto demais dessa cidade.