(sem título)

eu me sinto um tolo

como um viajante

pela sua casa

pássaro sem asa

rei da covardia

e se guardo tanto

essas emoções

nessa caldeira fria

é que arde o medo

onde o amor ardia

mansidão no peito

trazendo o respeito

que eu queria tanto

derrubar de vez

pra ser seu talvez

mas o viajante

é talvez covarde

ou talvez seja tarde

pra mostrar que arde

com maior ardor

a paixão contida

retraída e nua

correndo na sala

ao te ver deitada

ao te ver calada

ao te ver no ar

talvez esperando

desse viajante

algo que ele espera

também receber

pra quebrar as cercas

com que insistimos

em nos defender

(viajante, ney matogrosso)

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