meus pais sempre trabalharam fora, desde que me lembro. morávamos numa casinha de fundos com só um quarto (as crianças dormiam na sala — as três) e sempre teve a empregada pra cuidar de nós. nenhuma delas ficava mais de 2 meses e todas as moças que trabalhavam no bairro conheciam nossa fama. uma chegou a dizer pra minha mãe — no portão, com as malinhas — que tinha 10 filhos mas não dava conta de nós três… >:)
bem, disse isso tudo pra explicar que fomos criados pelas empregadas que escutavam rádio AM o tempo todo, assistindo sessão da tarde, pica-pau e cobrinha azul.
minha irmã, 1 ano mais nova que eu, não lembrava “aquela música da ceguinha”. eu lembro toda, canto a plenos pulmões balançando a cabecinha, e transcrevo aqui pra vocês voltarem no tempo (os que têm pelo menos 25, que fique claro).
já faz tanto tempo que eu deixei
de ser importante pra você
já faz tanto tempo que eu não sou
o que na verdade eu nem cheguei a ser
e quando parti deixei ficar
meus sonhos jogados pelo chão
palavras perdidas pelo ar
lembranças contidas nessa solidão
eu já nem me lembro quanto tempo faz
mas eu não me esqueço que te amei demais
e nem mesmo o tempo conseguiu fazer esquecer você
tentei ser feliz ao lado teu
fiz tudo que pude, mas não deu
e aqueles momentos que guardei
me fazem lembrar o muito que eu te amei
e hoje o silêncio que ficou
eu sinto a tristeza que restou
há sempre um vazio em minha vida
quando me lembro nossa despedida
eu já nem me lembro (etc.)
Kátia!
(por onde andará?)
Eu também sou da geração AM, só que não era todo dia que rolava a tortura. Passavamos as férias na casa de uma tia que começava o dia no Gil Gomes. Ou era Afanásio, tanto faz. Hoje ela não sai de casa, mantém tudo trancado e tem medo até da própria sombra. Sinistro…
oi, amore. Mudando de casa, é?
No rádio AM da empregada da minha mãe tinha Gilliard. Aquela nuvem que passa/lá em cima sou eeeeu…
cara, eu AMO música cafona… a AM deixou marcas na pessoa 🙂
(é gostoso ter comments, né??)
Então… eu tenho uma mãe que ouvia Cultura AM, a mãe da finada Musical FM, por assim dizer.
Acho que é por isso que eu não consiiiiiiiigo cantar Fantasma da Ópera em português, amore.
“Veeeeeeeeeeem comigo, meu amaaaaaaaaaaaado amigo…” Não dá! ;P
A Kátia não cantava aquela
Todo fim de tarde é sempre asssimmmmmm
E uma saudade vai batendooooo em mimmmmm???
Comments! uebaaaaaaaa!
Eu tb fui criada assim Zel, muita música AM e a minha predileta era:
Refrão: O telefone chora,
ela não quer falar,
pra que dizer te amo,
se ela não vem me escutar?
Mas acho que o supra-sumo era mesmo um programa do Eli Corrêa chamado: que saudade de vc! Era ouvir e passar a atrde depimida e chorando, mesmo sendo criança!
Beijos
Zel, ficou muito legal seu blog. O seu blog foi um dos primeiros que eu li na internet, há dois, três anos eu acho.