eu recebi, finalmente, e li o livro ontem mesmo, antes de dormir.
é um grande livro. e não digo isso porque foi uma menina que eu amo muito quem escreveu, não. é um grande livro porque toca aqueles lugares que a gente esqueceu de espanar durante a vida. porque ao terminar eu tinha muita vontade de chorar sem saber porquê. eu acredito na grande arte, talvez seja minha forma de ter fé. eu me deixo invadir por aquela sensação de fervor — que só quem é amante da estética entende — diante de uma obra. eu choro em museus, frente a algumas obras. eu choro quando leio guimarães rosa. e acho que não preciso explicar que lágrimas nem sempre têm relação com tristeza, certo?
mas eu falava de primavera eterna: é tocante. uma pequena obra de arte, com cada página muito bem lapidada (sim, você vai sentir como tudo foi cuidadosamente escrito, não existem vísceras ali, só sentimento e criatividade muito bem trabalhados). eu fiquei feliz com cada centavo que paguei no livro, e achei pouco. é como comprar um quadro e admirar as pinceladas, bem de pertinho (só eu é que faço isso com pintura?), ver um pedacinho de tinta a mais aqui e ali, um cinza bem calculado acolá. dá vontade de tocar a aspereza da tinta na tela e sentir os movimentos do artista, imaginá-lo com os pés sujos de azul.
eu vi outra paula no livro e foi um grande prazer. ela é uma grande escritora e uma mulher de extrema sensibilidade: escreveu um livro lindo e que deve enchê-la de orgulho. não é fácil ser tão leve num mundo de escritores que pesam toneladas. o livro é impecável, como aqueles doces de confeitarias tradicionais, que a gente come e suspira no fim, porque queria só um pouquinho mais; aqueles que deixam as mãos e o colo da gente com aquela nuvem de açúcar de confeiteiro que não sai nunca.
é, não posso deixar de falar do único problema do livro, pra mim: é tão curto! não que eu quisesse que a história se estendesse além do que está lá, eu só queria mais um pouco. mas eu espero o próximo livro, vai valer cada dia de espera.
ah, sim: e é um livro mulherzinha. mulherzíssima. recomendo o seguinte: dê pro seu homem ler. se ele não gostar, troque de homem, rapidamente. ele não merece você.
Ah, Zel, que lindo. Tô emocionada com as suas palavras, fora de brincadeira. Sempre fico me perguntando se eu consegui passar o que eu queria com o livro, e o seu texto me diz que sim, siiiiiiiim! :o)
Beijo!
Ni,
Eu qué!
Apesar que ultimamente choro até quando a “MariaClaraDinizAPentelhadoInferno” bate na Laura (“Celebridades”).
Chorei na escola da Ju só de ver a menina fazendo carinho na mãe dela e chorando?!
Isso significa que estou no fundo do poço ou sensível até demais?
Mas eu quero ler. Já aprendi que choro “porquê eu góóóstoooo” (lembra alguém?)
E o meu ainda não chegou … 🙁
Eu tbm comprei Primavera Eterna. Alias, eu fui a primeira a comprá-lo. E qd ele chegou aqui em casa, eu o li. Alias, eu o devorei. Todinho de uma vez. E chorei. De verdade! E até agora tow feito Maia, martelando na cabeça se não é mesmo nosso primeiro amor q nos guia na vida.
Um livro totalmente mulézinha blogueira, com frases q poderia ter sido ditas ou escritas por mim, mas q são muito melhor colocadas por Paula.
Qd q sai o próximo alguem sabe dizer? 😀
kika, se for o primeiro amor que guia nossa vida eu tou bem no retrato: o meu era um rapaz enorme, moreno, sexy (beeem mais velho) e que não me dava a menor bola 😀
Paulita, falo com isenção total, vc sabe… Teu livro é muito legal, uma bela estréia, vc é grande, eu sei, sempre disse. Basta me lembrar daquele texto do cara parecido com o seu professor, que vc viu no ônibus, da velhinha do veneno de rato, em Botafogo e essa maravilhazinha da bolha de sabão do avô que ainda está na tela pra ver que vc tem diferencial. Por isso é que eu te digo: o “Primavera” é um belo livro de estréia de uma escritora muito boa e potencialmente genial. E isso já é uma super conceituação. Mas uma das grandes atenções que um escritor – enfim um artista criador qualquer – tem que ter é a de estar sempre tentando ver além, não ficar só no “ao redor”, tanto em termos de obra, quanto de resultados. O Nélson Rodrigues tem um texto maravilhoso e auto-analítico sobre seu comportamento autoral logo após os primeiros sucessos teatrais, que é magnífico e, particularmente, eu posso te dar a dica de qual é o livro pra vc ler e entender minha amorosa colocação. Seu livro me passou como um quitute delicioso e rápido, li em tres tempos e curti muito. Gostei, de verdade, mas sei sei que é só o “couvert” do que Paula Foschia ainda me dará. Portanto creia e desfrute a alegria de saber que seu livro é um barato e as pessoas adoram, mas dimensione isso como um primeiro flerte com o que vc tem aí de grande, imenso mesmo. A porta está aberta, mas a casa da sua imaginação e do seu talento é um casarão, vc nos apresentou o hall, continue acreditando que existem vários comodos secretos que nos surpreenderão ainda mais e toque em frente. Estou ansioso. Super super beijo e parabéns. Vamos nos falar mais depois sobre o livro & outras coisas mais.
ops! Zel, me desculpe, postei aqui ao invés de no Epinion. delete, se achar que tem, estou levando o comm pra lá. tudo de bom.
A minha espera, infelizmente, é mais longa… O livro primeiro terá que chegar na casa dos meus pais, que certamente o lerão antes de enviar pelo correio para mim. Com essa desconfiança às vezes infundada com tudo que vem do exterior, o correio norte-americano leva mais de um mês para enviar aqui pra casa a caixa que os meus pais me mandaram. Sendo assim, acho que só vou receber a Primavera da Paula no meu aniversário, quando já estivermos no verão aqui nos EUA… Mas tenho certeza que essa espera que agora parece sem fim vai ser muito bem recompensada quando eu fechar o livro ao terminar a leitura.
Beijos Zel e Beijos Paula! ;o)
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