ontem tive um dia de folga e acordei tarde, com beijo de bom dia cheirando a banho. enrolei bastante minha preguiça, mas foi bom levantar pois a casa cheirava a café. tomei banho quente sem pressa, lavei o cabelo duas vezes e curti aquele monte de luz que entra no banheiro a partir das 8 da manhã. coloquei uma roupa quentinha e confortável, e fui pra cozinha bater papo com a mãe. ela fez café e esquentou o leite, trouxe pão fresquinho. comi sentada no banquinho, enquanto falava da vida, pensava em voz alta, fofocava. vi meus pequenos brincando e dando trabalho, falei pela milésima vez como eu amo aquelas criaturinhas pequenas enquanto eles fogem do meu abraço grudento.
fizemos feijão com costelinha de porco, e arroz e couve. almoçamos trocando receitas e elucubrando sobre conservação de sabor no congelamento. concluímos que comida fresca é sempre melhor, e que eu preciso usar mais o que compro. meu feijão já estava quase vencido, pra meu espanto (parece que foi ontem). saí pra fazer as unhas e me divertir no salão. leio revistas contigo e outros periódicos fofoqueiros, fico sabendo que a xuxa está nos US e compra 5 carrinhos de presentes para sasha. uau! enquanto isso dou um susto na manicure e peço pra pintar as unhas de branco. no fim, quem assustou fui eu: fiquei com mão de noiva, uma coisinha fofa que talvez combine mais comigo do que eu penso.
o dia está lindo, azul de doer, e eu quero descansar. levo ternos do meu menino pra lavanderia, dou uma volta a pé, passo na locadora e pego alguns filmes. na volta, minha mãe ainda está em casa, fazendo bolinhos de chuva de banana, com açúcar e canela. dou risada, porque só mães adivinham desejos que nem nós sabemos que temos. comemos bolinhos, lembrando do tempo que era minha avó quem os fazia. mas minha mãe agora é também avó, e pensamos se as meninas vão gostar de bolinho de chuva. combinamos que os domingos voltarão a ter tardes de café. ela confere meu pé de alecrim (que depois de batizado fernando começou a crescer que é uma loucura) e vai embora, com um beijo.
eu corro pra cama e me enfio nos edredons, passeando pelos canais antes de começar o filme. acho um canal de receitas, um bolo lindo de morrer, e fico ali curtindo as claras em neve que viram marshmallow. pensei em anotar a receita, mas caí num sono quentinho, com a luz da tarde entrando no quarto. acordei com um telefonema gostoso, de saudade, no fim da tarde, e decidi ver o filme. filme longo e gostoso sobre magia, mal vi o tempo passar, e o dia acabou. meu menino chegou tarde e feliz, depois de jogar bola.
não é à toa o título do post (que é título de um livro): aos poucos percebo o milagre das pequenas coisas, dos pequenos gestos, das pequenas alegrias. sei que me repito, mas é espantoso como a felicidade é bem diferente do evento cataclísmico que eu fantasiava. felicidade é um café com leite no fim da tarde, bem quentinho.
Nossa.. que texto lindinho. Parece aqueles comerciais de margarina, onde o céu é azul, a vida é bela e a felicidade até existe. Mas na verdade é assim mesmo, a gente é que tem mania de complicar as coisas. Um beijo, e tomara que os teus dias sejam sempre assim: como um comercial de margarina…
pois é, acho que a gente esquece de prestar atenção às coisas legais da vida e só se foca nos problemas. todo mundo tem problema, é verdade, mas as coisas boas são tantas que tenho achado um desperdício reclamar. e tem o detalhe de ganhar um feriado inesperado no meio da semana, isso não tem dinheiro que pague, a gente fica rindo à toa *hehehehehe*
Chorei. Esse texto PRECISAVA “aparecer no meu caminho” hoje.
Muito obrigado, Zel! Muito muito muito obrigado!
:’-)
ô marcos, fala assim não que eu choro aqui *hahahahaha* tou feliz que o texto te serviu de alguma forma. essa sensação é boa!
Zel,
O texto é fofo demais e inspirador… e que todo mundo tem problema isso tem, mas vc já experimentou bair a palavra problema do seu vocabulário e passar a chamar tudo de “questão”?… putzgrila, o mundo em cima dos seus ombros fica tão mais leve, juro…
zé, é essa a idéia. não é negar as dificuldades, fingir que elas não existem, é só questão de saber distribuir o peso das coisas. reparei que se a gente tá a fim de pesar nos problemas, esquece as coisas boas (o inverso é também verdade). vou começar a chamar meus problemas de “questões”, gostei 😀
vc me comoveu,brigada!
Cafeh quentinho e pao com manteiga para mim! 🙂
E bolo de aniversario velho!
Mas felicidade é isso mesmo, Zel. 🙂
E que criemos os nossos sem grandes expectativas e idealizações sobre isso, que é o que acaba virando depressão…
Lindo texto, Zel.