vamos a ele, então, pedro juan gutiérrez. o que eu li: animal tropical, o rei de havana e trilogia suja de havana. meu preferido é o rei de havana.
o que eu gosto: da putaria! o sexo é sujo, melequento, confuso, sem nada de pasteurizado. digamos que abomino fotos de playboy (menos aquelas da vera fisher, estavam ao meu gosto, digamos) e aqueles programas do multishow na madrugada, com homens e mulheres que mais parecem de plástico. não tem suor, cabelo despenteado, maquiagem borrada… pra quê viver assim? 😀
o que eu não gosto: o constante “autobiográfico” (prefiro a ficção) e a repetição ad nauseam. o primeiro livro é UAU! o segundo é legal e o terceiro eu comecei a bocejar. até as putarias são repetitivas, e essa coisa dele pagar de fodão-comedor incomoda a mulher-anos-90 dentro de mim, confesso.
nada que uma variada não resolvesse, mas acho que esse é o problema do pedro juan gutiérrez: ele não tem mais assunto, tudo se resume ao pau dele. eu-leitora sou como eu-eu: no começo a novidade é bem legal, me jogo de cabeça; mas se a coisa ficar sempre igual, enjôo. pode deixar o pau dele na história, nada contra :D, só que eu quero mais.
por enquanto, está na categoria autores-que-repetem-a-própria-fórmula.
Li só o Trilogia. Bocejei do começo ao fim. Sabe, acho que é um livro capaz de encantar somente mulheres. Sério. Porque, para mim, me pareceu aquelas histórias que homens que contam para os outros em churrascadas e tal.
E antes que me chamem de invejoso: meu pinto é maior do que o dele, tá?! Humpf.
Zel sempre surpreendente. Agora foi impiedosa e até mesmo má. Gostou de destruir. De “foder” também. Tudo bem. Eu concordo com tudo qye vc escreveu, mas eu gosto mesmo assim. Eu nao quero perfeição, se fosse assim eu sentiria tesào pela madre Teresa de Calcutá. O Gutiérrez é mesmo um autor viril, que agrada ao público masculino, machista que tem este tipo de conversa de histórias para serem contadas em churrascos. Aliás, um bom título: “Histórias para ser contadas em churrascos”.
Agora tudo que o Pedro Juan publicar, eu vou ler. Por mais que só fale do pau dele. A masturbação – e até mesmo a cópula – sao movimentos repetidos que a gente nunca deixa de fazer.
Eu só acho que nao podemos esquecer que enquanto estamos confortavelmente fazendo críticas no nosso computador, o Pedro Juan estava escrevendo no meio da merda, literalmente. Sabe o que é nao ter banheiro e fazer dentro de balde?
poxa, paulo m., fala sério que você se comove com isso? 😀 se eu pensasse nisso quando lesse o pedro juan eu não ia ter tesão nenhum… 🙂
polzonoff, eu tenho uma teoria sobre seu comentário, mas vou mandar em PVT 😀 (você vai se divertir)
Nao chega me comover, Zel, mas eu nao acharia nada confortável estar na maior miséria, nao tendo nem sabonete pra tomar banho, e ainda assim, escrever um livro. Vamos dizer que é uma façanha. O próprio Maiakowski dizia que julgava o valor de uma obra de acordo com as condicoes que foram escritas. Escrever versos, deitado numa rede, com um sol lindo, palmeiras e uma morena, nao é muito dificil. Aliás, nestas condicoes, pra que versos? Agora escrever versos, na Sibéria, com um frio 50 graus abaixo de zero, comida congelada, pau congelado, alma congelada, é muito mais difícil(estes exemplos foram dados pelo Maiakóveski). No caso do Pedro Juan, com toda miséria em volta, ela ainda consegue ficar de pau duro e nos fazer rir das suas desventuras.
O Juan tá nessa merda pq gosta de fazer a linha escritor-fudido, ele ja tem uma boa grana pra socar no cu do Fidel e ter assim uma vidinha (dos moderninhos: Tv, água quente, computador e suas adimiráveis possibilidades, boa bebida, bom cigarro,boa casa pra morar… mas o cara tá afim de quê?