passion fruit

dia ímpar tem chocolate

dia par eu vivo de brisa

dia útil ele me bate

dia santo ele me alisa

longe dele eu tremo de amor

na presença dele me calo

eu de dia sou sua flor

eu de noite sou seu cavalo

(sem açúcar — chico buarque)

não sei porquê, mas quando as coisas não funcionam bem no meu corpo, suco de maracujá puro opera milagres — bem azedo e gelado, parece que acorda as células. é refrescante como um banho frio no verão e me alimenta a partir dos pés, espalhando pelo corpo.

na seqüência vem a cenoura crua — a vontade de mastigar o crocantinho dela é imediata quando estou doente — o salsão temperado com limão, azeite e sal e o palmito frio, puro. e o limão, é claro.

quando o problema é emocional, vem a vontade de pão, leite e açúcar. chocolate, só quando preciso de energia pra mais uma desafio — um turbo temporário.

esse foi um fim-de-semana de azedos e frios, sono de muitas décadas e descanso por desistência. penso na ironia do ditado “quando a cabeça não pensa, o corpo padece”.

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