meu mundo caiu!

eu tenho pretensões de perfeição, é um fato, e isso se estende a todas as dimensões da minha vida: trabalho, relacionamento, amizades, etc. mas falemos de uma pretensão específica: a de ser uma dona de casa perfeita.

eu gosto dos assuntos domésticos, embora seja preguiçosa e entre fazer faxina e ver TV, eu prefira ver TV. mas quando baixa a benedita — a cabocla arrumadora/limpadora –, não há quem me segure: eu coloco o disco do benito di paula e, com a vassoura em punho, coloco a casa abaixo. gosto de arrumar coisas, colocá-las no seu lugar; adoro cozinhar, receber pessoas, deixar todos felizes e à vontade, isso me dá um prazer enorme.

mas eu continuo fugindo do assunto: fui ao mercado semana passada, pra repor frutas, verduras e outras coisas. adoro frutas, comprei pêssego, ameixa, abacaxi e mamão papaya. casa perfeita, não? linda, arrumada, limpa, com alimentos variados na geladeira…

nem tanto. ontem eu resolvi comer um papaya depois do jantar e, serelepe, fui pegar um dos bonitíssimos (escolhi o mais maduro, uma coisa linda). tasquei a faca nele e — surpresa! — estava duro, com a casca resistente, meio esbranquiçado por dentro, oco?… bem, antes de morrer de susto eu abri e percebi (depois de alguns segundos) que aquilo era um MARACUJÁ. vocês devem estar se perguntando: “como essa monga confunde papaya com maracujá?” e eu respondo, em minha defesa, que era IGUALZINHO. tá, eu sei que não tem desculpa, que nenhuma dona de casa perfeita cometeria essa gafe, mas ERA IGUAL.

constrangida, arrasada, amuada, comi o maracujá de colherinha. era doce (diz que é um tal importado não sei daonde), eu sei, mas pra mim teve gosto de desgosto.

agora eu posso incorporar ao acervo mais uma adaptação de autoria da minha pessoa: “levar maracujá por papaya”.