quando gira o mundo, lá lá lá

sou só eu ou tem mais alguém por aí com inconsciente sarcástico? ando tendo sonhos estranhos ultimamente. eles evoluem, noite a noite, trazendo recados cada vez mais claros, como se meu inconsciente dissesse pra mim “ok, vou explicar como se você tivesse 4 anos”. só faltava as legendas ou fotos minhas com sorvetão na testa. como aquela vez que no sonho estávamos eu, minha terapeuta e na nossa frente um letreiro de cinema gigantesco escrito SIGNIFICADO. não é de matar de vergonha qualquer consciente?

enfim, os recados foram tantos que eu resolvi pensar um pouco mais a respeito dos meus valores profissionais. o que me move, me deixa feliz? sempre fui uma pessoa de resultados, eu gosto de fazer coisas e vê-las prontas, funcionando. trabalhos que não têm entrega me deixam frustrada, eu preciso sentir que há objetivos, resultados entregues e reconhecimento. portanto, trabalho feito uma louca para satisfazer esse meu desejo pelo realizar, tornar real, como diz a palavra.

descobri há poucos dias, no entanto, que há mais um fator que eu deixei em segundo plano por muito tempo: os valores. isso pode parecer até bobo pra alguns, mas pra mim não era claro. há certos valores éticos (e estéticos, por que não?) que também compõem minha satisfação no trabalho. sou criativa, relativamente culta, já viajei muito pelo mundo e pelo país, gosto de assuntos variados. sou honesta, não gosto de politicagem, sou respeitosa com as pessoas de todos os níveis e muito bem-humorada. não gosto de mentiras, fofocas e os jogos sujos empresariais.

acordei um desses dias de manhã e descobri que tenho trabalhado em lugares que atendem às minhas expectativas técnicas e de realização, mas e as demais? em último plano, pra dizer bem a verdade. olho ao meu redor e vejo a esmagadora maioria das pessoas medíocres, mal-educadas, grossas, incultas e limitadas; vejo o pessoal todo se submetendo a situações pouco éticas, limitantes, às vezes humilhantes. eu não me submeto, mas estou aqui, lado a lado com a constante mediocridade, dando murro em ponta de faca, eticamente falando. e para quê? um salário no fim do mês? será mesmo que eu preciso me submeter a isso?

descobri que não. graças a mim mesma, construí um perfil profissional que me permite escolher o que quero fazer e onde quero fazer com relativa facilidade, e (ufa!) não perco a esperança nunca na vida. acredito que é possível ser feliz técnica e eticamente (oxalá esteticamente também…), e esse é meu mais novo objetivo: descobrir onde quero trabalhar, fazendo o que gosto e me sentindo em paz com meus valores. sei que é possível e que vou achar.

sendo assim, indicações são bem-vindas. onde será meu próximo trabalho?

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  1. Lugares como este ainda têm outro problema. Para não se submeter, tem que impor limites o-tem-po-to-do. Mesmo assim, mais cedo ou mais tarde, a instituição acaba ultrapassando o máximo tolerável. Aí uma transição que poderia ser feita tranqüilamente acaba atropelando…

    Sei de ouvir dizer, é lógico!

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