resolvi caminhar pelo centro da cidade, no sábado. acordei cedo e andei com destino certo mas sem caminho definido, e fui passando por ruas e portas que normalmente só tenho tempo de ver de relance. o dia era cinza, quase quente, estava bom de andar.
parei num brechó imenso, com todo tipo de coisas pra vender: jogos, sapatos, roupas, panelas, louças, móveis, eletrodomésticos, fitas de cabelo, lenços antigos. muita coisa, coisas boas. comprei algumas peças por preço irrisório e continuei meu caminho, feliz.
resolvi pegar o ônibus elétrico, mais por prazer de andar nele do que pela distância a percorrer (2 pontos). não consigo abandonar meu gosto pelos ônibus circulares. adoro ver as pessoas, observar as janelas e até ouvir o barulho dele, durão, andando pelas ruas da cidade. acho que isso é amor, não? amar até os defeitos?
desci no páteo do colégio, meu velho conhecido, e parei para um café na lanchonete simpática. pessoas fotografando, turistas visitando as relíquias e o meu café estava ótimo, apesar do atendente sem paciência. ok, estamos em são paulo, afinal. uma chuva muito fina começa, e eu obviamente não tenho guarda-chuva. namoro pulseiras de santinhos e prometo voltar depois.
sigo para a ladeira porto geral — era lá que eu queria chegar. sinto-me em casa naquela rua maluca e estranho a falta da multidão (a chuva? o horário?). percebo uma entrada nova, uma loja, um corredor… UM SHOPPING! ali no meio da muvuca, da correria, um oásis de lojinhas e coisinhas fofas — o paraíso das consumistas de tranqueiras.
saio para a 25 de março, finalmente, e ando sem saber direito o que ver, vou entrando nas lojas conforme dá vontade. com a chuva apertando, resolvo comprar um guarda-chuva (rosa) e ando com ele por 15 minutos. percebo que só uso porque todos estão usando e tomar chuva não é bom (por que mesmo?) e o cabelo (que cabelo?) e… fecho o guarda-chuva e fico ali, tomando a chuva fresquinha, aliviando o calor. penso nas cenas de “singing in the rain” quando me dou conta que estou com um sorriso bobo na boca e cantarolando.
a vida às vezes é muito simples, quando se é sensível em excesso: basta calor, chuva fresca, poças d’água para chapinhar, cheiro de sândalo e um coro de vozes ao fundo. as sensações, mais que os pensamentos, trazem felicidade inexplicável.
Eu amo tomar chuva. Se está fraca, vou para a rua. Se está um temporal, vou para a varanda lá do meu apartamento e fico…
Ah, fala sério?! O que é que você tinha fumado? Me indica que esse é do bom! A cena que você descreveu me tiraria do sério e acabaria com o meu dia! Calor, gentarada e em seguida, só pra calibrar, chuva na cabeça… Só com o poder de Santa Marijuana pra pensar em Singing in the Rain e achar tudo ótimo!
😀
Sim, sim… você tem razão… “Santo stress, Batman!” 😀
Beijocas
Euzinha
Muito show…
E uma inveja dos diabos, por não morar mais na minha terra, e não poder caminhar no centro velho de vez em quando. Ah, todo mundo reclama que São Paulo é isto e aquilo, mas vem morar longe pra ver só, como dói!
Juro, quando volto, de férias, passear no centro é um passeio obrigatório. E quem vem comigo é obrigado a ir junto. E a achar tudo lindo. Ponto.
Ah! moro em Maceió.
Seu blog está a partir de hoje nos meus favoritos.
Beijo