sabe quando a gente acha que encontrou a pessoa para viver até o fim da vida? a pessoa perfeita, que não só causa o arrebatamento de paixão mas também faz você se sentir completa, feliz e segura? eu achei. ou melhor ACHEI que tinha achado. ontem tudo mudou, e para contar o que houve vou começar do começo.
um fato, antes de começar a história: minha cara-metade odeia salada. ou pelo menos diz que odeia — o que é quase a mesma coisa. eu, ao contrário, adoro salada e sempre como com muito prazer, mesmo tendo de aturar a cara de nojo dele enquanto eu como (o que a gente não faz pelo casamento, não é, minha gente?)
bem, voltando: outro dia disse pra minha mãe que há anos não comia uma salada que ela faz e eu amo — chuchu, ovo cozido e cebola (e não façam cara de nojo, não, é maravilhosa). ela, passando o dia aqui comigo ontem, me fez uma surpresa: fez uma tigela enorme da salada que eu tanto amo! fiquei super-feliz, mas não pude comer a salada no almoço (almocei fora com uma colega do trabalho), deixei pra mais tarde. mais tarde, minha irmã veio me pegar pra irmos pra pós e acabamos comendo um lanche mesmo. pensei comigo “ok, mais tarde eu chego e como a salada com um arrozinho…” fomos pra aula.
horas mais tarde cheguei, pimpona, beijei o homem da minha vida, cheia de saudades e comecei a tagarelar enquanto tirava os sapatos e me dirigia para a cozinha, morta de vontade de comer minha salada com arroz. tirei o arroz da geladeira, coloquei pra esquentar e fui pegar o pote de salada…
… VAZIO. limpo. e dentro da pia, pelo menos. não tinha uma cebolinha, um ovinho, um mísero chuchu. perdi a cabeça e saí gritando:
(eu) — VOCÊ COMEU A MINHA SALADA!!!!!
(ele) — ai meu deus… eu sabia que isso ia acontecer!
(eu) — VOCÊ NEM GOSTA DE SALADA! ABUÁAAAAA! A SALADA QUE MINHA MÃE (muita ênfase aqui) FEZ PRA MIM (muito mais ênfase aqui)
(ele) — ai meu amor, me desculpa mil vezes! mas tava tão boa que…
(eu) — AHHHHHHHHHHH! AINDA ME DIZ QUE TAVA BOA? EU QUERO MORRER!
(ele) — … eu comi tudo… eu achei que você já tinha jantado, você sempre janta antes de sair, e…
(eu) — não interessa (com voz de coitada sofrendo)… era a salada DA MINHA MÃE que ela fez PRA MIM, não era “janta”… (saio bufando e resmungando)
ele vem atrás de mim, arrasado:
(ele) — me diz como faz a salada que eu faço pra você
(eu) — EU NÃO QUERO A SUA SALADA! EU QUERO A DA-MI-NHA-MÃ-E!
(ele) — ô tadinha… (cafuné na cabeça, com cara de arrasado)
bem, pra resumir, eu fritei um ovo (que estava ótimo, aliás) e comi com arroz, mas aquilo tudo não me desceu bem. não se come a comida-especial-que-a-mãe-fez pra gente impunemente, não. eu disse que perdoei (porque ele perguntou umas 200 vezes) mas a verdade é que várias vezes durante a noite eu me via olhando pra ele com um certo ódio no coração. nosso casamento está abalado.
Quero demais acreditar que isso é uma crônica “à la sitcom”.
Relacionamento abalado por uma salada (que devia estar boa mesmoooooo)? Custo a crer.
Erik, não comenta, mas a salada tava muito, muito boa.
Pelo menos ela a voltou a falar comigo. Me chamando de “coiso”, mas tudo bem, não se pode ter tudo…
ai, eu sei o que é isso, eu sei a raiva, eu sei, eu sei
Hahahaha… o pior é que fora que foi sua MÃE quem fez, ele não come nem a sua salada…. esse homem da sua vida… eita…. encrenca! rs
beijo, querida
hahahaha!!
onde voce conheceu ele, vinha em série??
Afe, é de arrancar os cabelos de tanto nervo, né?
Ô, senhor… Eu con-si-go ver a cena. Pior, consigo ver o mini-dedo em riste: “porque aqueeeeela vez, você comeu a miiiiiinha salada!” *HAHAHAHAHAHAHAH*
cara, uma vez eu comi um resto de panqueca que tava mofando na geladeira de uma amiga e sofri o mesmo tanto que seu esposo sofre agora. hahahahaah e eu ainda chamei ela de mitra! quase morri estrangulada!
HAHAHAHAHAHAHA, Gui, o melhor mesmo é visualizar a cena!
Zel, sua drama queen, eu já estava quase te ligando quando vi o título do post! 🙂
E eu acredito no quanto a salada é boa, minha mãe faz um penne com ovo e cebola, que se come gelado! Nhami! Beijo.
Não posso crer. Será que um blog já serve para pôr a vida familiar na praça?
Tenham dó… há coisas que são só para a gente. Os outros não precisam saber o que vai debaixo dos lençóis. Ah, e a propósito, vcs chegaram a fazer sexo nessa noite? Já agora gostava de saber. Olha, e quantos orgasmos é que vc tem durante o coito? Acha ridículo? Pois, eu também achei!!!
Ridículo, de fato. Muito ridículo quando alguém chega de fora, não conhece a dinâmica de um blog — porque nunca leu, talvez — e não percebe a i-ro-ni-a (brincadeira, sabe?) por trás. Aliás, dar palpite assim na vida alheia (ou blog) é tão ridículo quanto seria acabar um casamento por causa de uma salada de chuchu.
Ainda bem que ninguém comenta no meu “grogue”…
Benzadeus, e a pessoa ainda tem coragem de deixar o link. Como estou numa segunda azeda, bora lá olhar. 🙂
zizuis… caiu de pára-quedas 😀
Zelindia… quando li a primeira vez, quase tive uma coisa até chegar ao final do post, ehehe
Pelo ritmo que você (não) tem escrito, acho que a (falta de)salada afetou o brog tbem…
Eu fiquei sabendo de um pão de linguiça calabresa, feito pela sua mãe que, dizem, é deoutromundo. :))
beijo e saudade
Bem, fiquei sabendo de um cara que pediu o divórcio porque a esposa insistia em colocar o papel higiênico com a ponta por baixo e ele gostava com a ponta por cima. Acontece… Da próxima vez arrume um homem que não goste da sua mãe. Pode crer que ele não vai querer nada que ELA tenha feito pra VOCÊ. Beijos…
Deixemos que a burguesia hipócrita sonhe com o desarmamento. Enquanto houver no mundo oprimidos e explorados, o que devemos conseguir não é o desarmamento, mas o armamento geral do povo. Só o armamento geral do povo poderá assegurar cabalmente a liberdade. Só ele poderá varrer totalmente a reação. Só com a condição de se realizar esta transformação, será possível a milhões de trabalhadores, e não apenas a um punhado de exploradores, gozar da verdadeira liberdade (Vladimir Ilitch Lênin, “As Forças Armadas e a Revolução”, 28/11/1905).
Que gente mais sem noção! Eu adorei a crônica, típica de situações cotidianas. Tb já comeram o iogurte com o que eu vinha sonhando há dois dias, presa no plantão. Entendi perfeitamente!
que orro destruir um namoro
eu nao destruo eu acabo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
se vc está pensando acabar com seu “relacionamento” por causa de uma salada, eu acho ou melhor tenho certeza que este “relacionamento” nunca existiu.
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo suporta” ICo 13.
se o seu amor abalou devido uma “salada”, imagina uma coisa pior. O que vc teria feito?
flavio, são comentários como o seu que restauram minha fé na humanidade 😀