filho de papai noel

ontem eu descobri porque nunca tive trauma de papai noel existir ou não. olha o truque dos meus pais: desde sempre eles nos disseram que papai noel existia lá no pólo norte mas que o mundo era muito grande e ele não dava conta de levar os presentes todos numa noite só pra todo mundo. então ele terceirizou: os pais compravam os presentes e deixavam embaixo da árvore, em nome do papai noel.

gente, meus pais aplicaram o conceito de outsourcing há mais de 30 anos! gênios, gênios.

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assisti “expresso polar” e achei tão mais ou menos… graça nenhuma. gostei bem mais do “papai noel à avessas”, alguém mais viu? amei (apesar de ter vontade de socar a cara do papai-noel-deprê)

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nunca tive medo de papai noel nem de palhaço. não lembro de ter me chateado por papai noel “não existir” (o primeiro bloco explica). não lembro de ter me chateado por coelho da páscoa não existir. me lembro de patinhas de coelho feitas com carimbos de batata-e-farinha espalhados pela casa na páscoa (a última vez eu tinha mais de 20 anos).

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o melhor presente de natal foi um ferrorama, dado para os três. não sei o que tem esse brinquedo, que deixa a gente hipnotizado! é só um trem andando em círculos, pelo amor de deus!

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presente que nunca ganhei e não me conformo: genius. eu queria MUITO um!

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presente que ganhei e fiquei decepcionada: patins de plástico. eu sonhava com aqueles patins do filme da patinadora cega, vocês sabem…

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eu cansei de patinar ao som de “the winner takes it allllll…” — isso é ser pré-adolescente no início dos anos 80!

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nunca achei natal triste, muito pelo contrário. mas houve alguns natais de tristeza e eu acho que não era minha. acho que em alguma altura da vida eu parei de absorver tristezas alheias e — confesso — sou bem mais feliz. tristezas já bastam as nossas. as que chegam aqui refletem pro infinito e além.

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eu amo comprar presentes o ano todo, mas natal é mais legal ainda porque fico pensando em cada um. se você é meu amigo e não ganhou presente meu, não fique triste: pode ter certeza que eu pensei no seu presente, visualizei até a embalagem mas não encontrei o que queria ou não tive grana suficiente pra comprar. o mais legal de dar presentes não é o presente em si, mas o tempo que a gente gasta sonhando com ele, idealizando o que seria o presente perfeito para aquela pessoa específica. você que sabe que é meu amigo, garanto: pensei no seu presente e ele existe em algum lugar. um dia eu encontro e ele vai ser seu 🙂

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eu acho uma chatice sem fim esse povo que insiste que essas “datas comerciais” não têm valor ou deviam ser ignoradas. sai pra lá, chatonildo! ninguém é obrigado a comprar presente, afinal. o mais legal é doar um pouco do seu tempo para:

– lembrar quem são seus amigos de verdade, aqueles para os quais você tem vontade de dar presentes

– pensar o que faria o outro feliz

– procurar expressar o que você sente através do seu presente. que pode inclusive ser uma carta, um bilhete, um potinho de cookies, um telefonema

– dizer aos que você ama que você os ama. mesmo que você diga todo o dia, diga de novo e com mais vontade

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eu não sou cristã nem católica, apesar de ser batizada (por uma mãe de santo e um pai de santo, mas sou). dia 25 de dezembro não me diz muita coisa em termos religiosos, mas eu gosto da emoção que antecede a meia-noite, quando todos parecem acometidos de um surto de abracite aguda 😀 gosto, confesso.

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mas não gosto de abraçar quem não gosto. abraço desconhecidos e desejo as melhores coisas pra eles, mas se eu não gosto do fulano ou da fulana nem adianta: finjo que não vi. uma das minhas promessas (cumpridas) de fim de ano é evitar coisas e pessoas que não gosto. falta agora completar a parte difícil que antecede essa promessa: admitir pra mim mesma que simplesmente não gosto de certas coisas e pessoas. isso não é assim tão fácil, mas eu chego lá!

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e a comilança? eu amo tudo que é comida de natal, menos panetone. morro de comer pernil, lombo, tender, peru, farofa, arroz, lentilha, o que vier tá valendo. só desisti das bebidas porque descobri que acho champagne enjoativo e todas as outras bebidas alcoólicas me dão um sono insuperável. fico com as borbulhinhas da coca-light mesmo.

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crianças são indispensáveis para o natal. a alegria delas com os presentes, o monte de papel picado colorido espalhado e as carinhas de felicidade… não tem nada mais fofo! (excluam dessa foto as crianças chatas, que eu tenho vontade de mandar embora junto com o papai noel, viagem só de ida, pro pólo-norte)

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passei poucos natais longe da minha família e não pretendo passar mais nenhum. não importa se minha família se constitui de meu marido e filhos, meu pai e mãe, meus irmãos, tias e primos, amigos, cachorros e furões. o que importa é que eu os chame minha família e que a noite seja feliz.

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e a sensacional música de natal mais conhecida como “melô do sexo anal”?

quero ver você não chorar

não olhar pra trás

nem se arrepender do que faz

*hihihihihihihi* ok, ok, parei, é muito infame 😀

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