porque a vida começa em março

tá chegando, o meu mês! o mais legal do ano, de longe, porque o carnaval já passou, não tem grandes feriados e nem acontecimentos estrambólicos, o clima vai amenizando aos poucos e os dias chegam devagarinho até o dia 8, que é também o dia mais legal. aliás é o número mais legal: pô, é o infinito que levantou!

tá, tá, parei 🙂

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ontem fomos ao vicolo nostro, restaurante muito chique e muito bom. conversando sobre shows (aqueles de ficar de pé com gente pulando ao seu redor) e o quando eu os abomino, acabei descobrindo que fui a muitos shows na vida. provavelmente mais do que eu acharia recomendável atualmente, mas enfim, o passado é foda. lembrei de shows memoráveis como o do living colour no falecido palace e o último que fui do joão gilberto, que cantou músicas que a platéia pediu. ele tocou isaura, a pedidos, e tocou lígia (também a pedidos) mesmo sem saber a letra direito. errou tudo, mas vocês sabem que o joão gilberto pode tudo, né?

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e eu já fui no show do zero e do placa luminosa, é isso que eu tenho a dizer sobre isso e acabou-se.

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tem gente que quando fala da infância e adolescência dá até dó; eu, por outro lado, tenho lembranças muito lindas e boas da minha infância e adolescência. eu fui feliz, de verdade, e lembro das coisas de forma absolutamente emocional. tenho certeza que metade do que eu me lembro é tudo coisa da minha cabeça — o que felizmente não faz diferença alguma. o que importa é a experiência e não a realidade. fui, sim, muito feliz.

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e não é que (e não faz muito tempo) quase me convenceram que o fato de eu ter memórias afetivas “cor de rosa” era um problema e um defeito, e que eu devia procurar os problemas nessa época que eu ACHO que fui feliz? ah, tenha santa paciência, viu. graças a deus uma psicóloga PROFISSIONAL me explicou que sofrimento não é necessário para o aprendizado. basta aprender e mudar, viu? sofrer é opcional, tipo chantilly. se bem que dependendo da pessoa o sofrimento vem com o pacote, mas eu não faço parte desse time, para minha sorte.

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na escola, o que eu mais gostava (adivinha?) era a comida: café com leite (na canequinha de plástico azul) e bolo de laranja de manhã; sopa de fubá ou frango com arroz no almoço; mais café com leite antes de ir embora. ok, eu também gostava de cantar os hinos, nem adianta vir com papinho de que era coisa da ditadura. eu gosto de hinos e fico com vontade de chorar quando canto, me deixa em paz!

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pode parecer bobeira, mas o aniversário vai chegando e eu vou revendo ciclos da minha vida. é divertido e faz bem pra saúde mental. é mais ou menos como arrumar o guarda-roupa: ‘bora jogar fora as tranqueiras velhas e deixar as coisinhas no seu lugar. amo organizar gavetas, amo jogar coisas fora, amo me apaixonar de novo pelas minhas coisas preferidas.

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agora vocês entendem por que eu gosto tanto tanto de big fish? não? — então deixa pra lá, que não precisa entender mesmo, afinal 🙂

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  1. é, flor, eu também gosto muito de Big fish e ainda estou tentando entender porque tem gente que detesta. whatever.

    mas essa mania de achar que sofrimento é que é bom, ai que coisa doida. eu sou sofredora compulsiva, confesso, mas nada melhor quando o momento de sofrimento passa e eu paro de sofrer e até acho graça. minha adolescência foi assim, um sofrimento infernal, e eu nuca digo que adolescência é bom, porque a minha não foi, mas hoje, olhando pra trás, eu sei ainda assim fui feliz.

    mas tu, como pisciana foi feliz DURANTE. e sabia. isso é que é uma pessoa evoluida.

    p.s. eu adoro show de rock, sou dessas, mas fui a MAIS DE UM show do Engenheiros do Havaí. que bom que passou.

  2. rosa, sabe que você tem razão? ser feliz e saber que é feliz é realmente uma sorte muito grande 🙂 o bom disso tudo é que temos a vida toda pra tentar, né? a licença para ser feliz não expira *hehehehehe* 😀

    cecília! você lembra do placa luminosa — eu achava que só eu lembrava deles *hahahahaha* e não tem galho nenhum com a idade, não. tou fazendo 34 daqui a pouquinho e tou contente comigo mesma 🙂

  3. Nem falo nada.

    Dona Julia está me fazendo achar coisas do arco da velha…

    Ontem peguei papéis de carta (que você nunca gostou) e vi que eram de 1986. E tinha uma letra (parte dela) do Legião que você escreveu em um papel de carta MEU.

    No primeiro momento pensei “putz que legal…olha o que a gente gostava 20 anos atrás”, em seguida veio “fdp da Ni, escreveu no meu papel de carta lindo e escondeu no meio dos outros pra eu não ver”.

    *hahahaha* Irmão é foda né?

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