lord of war

vi o filme e gostei muito. além de ser visualmente bonito (apesar das cenas incômodas) eu fiquei feliz por gostar da história de um vilão sem grandes crises. não que as crises não existam, é que ele deixa passar e segue adiante, como aliás devíamos fazer todos nós. crises são uma boa oportunidade pra mudar, é verdade, mas se você não quer sair desse lugar, então deixa a crise pra trás e segue adiante, como você sempre foi.

o irmão do nicolas cage no filme é lindo de doer; a áfrica ainda é um mistério incompreensível pra mim. é de lá que viemos todos, não é? o berço da humanidade está em ruínas — não é irônico?

eu descobri nos últimos anos o desejo de ter filhos, mas descobri também (quase ao mesmo tempo) um certo incômodo em trazer alguém para viver neste mundo. a água está acabando, a natureza está acabando e as coisas parecem que só pioram. por que eu deveria — pra saciar meu desejo de procriar — trazer alguém pra viver num mundo assim? parece um pouco egoísta demais, até pra mim. eu bem sei que há toda uma magia e beleza nesse mundo também, afinal eu nasci sonhadora, mas (ai ai) a realidade é desanimadora.

bom, e as armas? por mais que eu seja contra sua fabricação e comercialização (e eu sou), me sinto boba e inocente até falando sobre isso. as armas são só uma extensão da nossa própria mão e dos nossos desejos de morte, afinal. a “culpa” não é só de quem cria mas de quem dá vida à criação, acho eu. com pesar admito que o dia em que não houver mais armas de fogo ou similares, nos mataremos com nossas próprias mãos.

0 comments to “lord of war”
0 comments to “lord of war”
  1. Oi Zel,

    Eu pensava exatamente como vc, sobre colocar filhos nesse mundo…mas, pense…e se seus filhos fizerem algo realmente bom para o mundo.

    Minha filhinha é a luz da minha vida, e por eu ter tido câncer não terei mais filhos.

    Vale a pena, vc tem tanta coisa bonita prá passar adiante, que deveria ter filhos já 🙂

    Um grande beijo,

    Nuna.

  2. Pois é. Eu penso a mesma coisa. Por isso a idéia de adoção cresce. Em vez de colocar mais uma pessoa no mundo, trato de doar meu amor a alguém que já está aí – e que, de outra forma, estaria abandonada. Mas nada de adotar meninas loirinhas de olhos azuis recém-nascidas, que isso é de um egoísmo sórdido. Parece até que a pessoa tá fazendo compra e escolhendo o sapatinho mais bonito. Pensamos mesmo em adotar uma criança sem muitas chances de deadoçaõ. Mas isso é um projeto para o futuro. Vejamos.

  3. Baby,

    sem as armas “de fogo” (uga!) íamos continuar nos matando sim, mas tenho certeza que muito menos.

    O ladrão que passa a noite na casa com a família trancada e mata com o revólver ia matar de algum outro jeito. Idem o traficante que mata o moleque que não pagou. Ibidem um monte de gente…

    Mas o mesmo não vale para a maioria dos idiotas que matam em brigas de trânsito, por exemplo. Quero ver o pai de família que mata alguém, por causa de uma fechada, com as próprias mãos. E o moleque que atira no outro na escola e sai correndo, quero ver quantos deles chegariam perto o suficiente para matar com uma faca (muitos chegariam, claro. Mas nem todos, e é isso que importa, não é?).

    Bom, mas de qualquer maneira sei que você estava exercendo o sagrado direito à generalização. Eu é que sou um chato descompensado mesmo e vim dar pitaco…

    Te amo.

  4. fer: *hehehehe* você tá é querendo me convencer a ter filhos, que eu sei 😀

    polzonoff e rosa: é uma possibilidade, sim. e sinceramente, acho que mesmo tendo filhos do meu útero eu consideraria adoção, acho o maior ato de solidariedade que existe.

    nuna: fico feliz por você achar que eu poderia criar alguém bom, mas acho que no fundo no fundo a questão nunca é “colocar alguém bom no mundo”, mas simplesmente nos sentirmos menos sós porque procriamos. não sei até que ponto quero ceder a esta tentação 🙂

Deixe um comentário