ai, eu esqueci uma coisa importantésima no meu post dedicado aos VCA (vestidores de carapuça anônimos): os tipos “controverso” e “a bolachinha mais gostosa do pacote” costumam escrever nos seus blogs posts herméticos como resposta às perguntas que nunca foram feitas. é sempre alguma coisa muito misteriosa ou que quer aparentar ser “para poucos”. faz parte da mania: quanto mais surtado o VCA mais hermética a reposta-ao-vazio. ok, vai, eu não posso negar que no fundo no fundo observar os resultados dos meus posts nos VCA é divertido 🙂
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eu falava, sobre o dia da mulher lá num post perdido, que não quero igualdade não, eu quero respeito. independente de dia da mulher (que é só um “marco”, digamos, sobre o assunto), é triste demais ver como as mulheres não se dão valor e são muito mais machistas que muitos homens. é espantoso constatar que, numa época que finalmente os homens começam a nos respeitar como somos (diferentes deles), muitas mulheres atacam as outras justamente por elas serem o que são: mulheres. eu explico: tá cheio de mulher querendo imitar homem em tudo o que ele tem de pior. você acha que não? presta bem atenção ao seu redor e veja quantas mulheres buscam a “igualdade sexual” sendo promíscuas e escrotas com os homens que acham pela vida; veja quantas mulheres chegam a cargos de “comando” nas suas carreiras e massacram seus subordinados e pares, para competir com seus colegas homens; veja quantas mulheres deprezam outras mulheres por sua docilidade ou paciência, como se isso fosse defeito.
isso tudo seria só patético se não fosse um pequeno detalhe: todas essas mulheres com atitudes como essas listadas acima são frustradas, pois — tão espertinhas — vivem procurando nos seus copos de cerveja, reuniões até tarde e trepadinhas ocasionais o que ela só vai achar quando prestar atenção àquele orgão metafórico que ela aprendeu que não serve pra nada a não ser para ser partido: o coração.
isso, minha gente, é tristíssimo.
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mas, como diz minha sábia irmã, isso é problema do tipo SEU 🙂
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enquanto isso, na terra da crise dos 34, eu continuo achando que a subversão da seleção natural é um absurdo. bando de gente que não devia nem ter nascido taí, fazendo merda. podia ter algo como uma CPI da seleção natural: alguém analisa a herança genética e descobre em qual ramificação a coisa degringolou. desse ramo pra baixo, bau bau todo mundo. prometo que se eu estiver num destes ramos não vou protestar — deixo o mundo feliz da vida para os mais preparados.
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alguém me mandou recado perguntando da história da retenção de líquido e como eu resolvi: não sei se resolvi 100% (vou ao especialista semana que vem), mas beber MUITA água já ajudou horrores, melhorei muitíssimo.
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eu gosto de genética e amo ciências de forma geral (tá, eu amo todos os assuntos menos química). ontem eu falava com o gui sobre câncer (a doença, não o signo) e, por mais que eu acredite na teoria da evolução (e eu acredito com fé) e nas coisas todas das ciências, tenho absoluta certeza que o câncer está sim relacionado a fatores emocionais — especificamente o rancor. não faz sentido (de uma forma intuitiva, I mean) que o rancor ou a mágoa se “corporifiquem” numa doença como o câncer, que se multiplica em silêncio e contamina o que estiver ao redor, matando tudo aos pouquinhos?
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se for assim mesmo eu tou tranquila: por mais que eu queira eu não consigo ficar com raiva por tempo indeterminado. eu esqueço as sacanagens que me fizeram, esqueço as agressões, puxadas de tapete, etc. se bobear eu vou lá e fico amiga de novo do desinfeliz que me sacaneou. acho que por isso eu às vezes faço umas regressões e lembro das coisas com detalhes, pra renovar o sentimento de CUIDADO-PERIGO.
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o weno deu a dica fofa: ferret é nome de search engine. não é fofo?
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o que é ser inteligente? eu me pergunto isso dezenas de vezes ao mês. é que é assim: eu sempre me achei super inteligente, as pessoas sempre me acharam super inteligente. aí eu me torno essa pessoa convencida e que sempre espera de si mesma no mínimo o ótimo. e aí, na seqüência, eu vou e faço mil e duzentas cagadas na vida, tomo rasteira de colega de trabalho, faço merda com um amigo, brigo com a minha mãe, me sinto miserável às vezes. porra de inteligência é o caralho, eu quero é ser feliz!
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aí eu vejo como eu era boba há 10 anos: uma preocupação constante em ler muitos livros, citá-los, mostrar o quanto eu SABIA coisas, reforçar pra todo mundo a idéia de como eu era (oh!) muito inteligente. as pessoas compram, é claro, e eventualmente te babam, te comem, te cospem, tal. e você lá: inteligentona e se sentindo, por algum motivo inexplicável, mal. até porque, vamos lá: a pessoa nasce, cresce, estuda, se forma, arranja um emprego, eventualmente tem filhos, casa, descasa, arranja um emprego melhor, faz mestrado, doutorado, dá palestra, lê trocentos livros por semana. e…? pois é, é isso aí.
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um dia (e você nem esperava) você se toca que ser ou não ser inteligente — ou melhor, os outros ACHAREM você inteligente ou não — baixou de prioridade, até porque você já se tocou que isso é o legítimo bullshit e que o que chamamos de “pessoa inteligente” (tipo a gente) tem às baciadas. dá uma passadinha lá no campus da USP, PUC, você acha de centenas — lá você acha também gente que leu uns montões de livros e faz umas citações bonitinhas (geralmente pra tentar comer alguém). aí, quando você começa a perceber que essa tal de “inteligência” não tá com nada, você vai começar a puxar papo com seu pai, com sua avó e com a tiazinha que vende tomate na feira, e percebe, como se fosse milagre, que essas pessoas podem te oferecer mais que aqueles tão inteligentes lá de onde quer que seja.
mas esse processo todo tem outro nome, e eu tou enrolando pra dizer: amadurecimento. nesse ponto da vida eu começo a pensar nos próximos 10 anos com uma alegria enorme e, sem dó, jogo fora todo o lixo-inteligente que acumulei em forma de quase-amigos, livros, conhecidos, colegas de trabalho.
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o irmão do nor (que é fofo demais), médico homeopata, há mais de 5 anos me atendeu por conta de crises incômodas de TPM. conversamos muito e tal, ele me prescreveu uma dose única, e me disse uma coisa que nunca vou esquecer: que ele considerava a TPM (ou, em outras palavras, a crise cíclica) um presente para as mulheres. eu, é claro, quase arranquei a cabeça dele do pescoço 🙂 e não entendi. ele, com sua paciência nipônica, explicou: todo mundo tem conflitos internos, questões mal resolvidas, medos, manias. mas nem todo mundo é obrigado a se deparar com todos esses problemas periodicamente como vocês são — vocês, que têm crises emocionais constantes, superam seus problemas, pouco a pouco. vocês aprendem a lidar com a crise e enxergam seu pior lado, o que torna vocês mais fortes e mais preparadas para a vida.
eu juro que na época achei bonito mas entrou por um ouvido e saiu pelo outro. “ele fala isso porque não é com ele!” pensei eu. hoje eu relembro o que ele disse e fico admirada com a visão dele. quem de nós todos de fato teria coragem de olhar pro seu lado mais podre se não tivesse uma “ajudinha”? e, olhado o lado podre, quantos de nós de fato procuram ser melhores?
eu gosto dos meus incômodos — comigo e com os outros — porque aprendi a aprender com eles. não importa que as mudanças e as melhoras sejam invisíveis e que eu não possa exibi-las como uma tatuagem ou um título ou mesmo como uma citação espertinha num blog. porque chega (e desejo que chegue para todos) uma época que o que se parece importa menos do que o que se é.
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existem mesmo pessoas que mantêm lista de conquistas, tipo um diário? eu vi isso ontem no CSI Special Victims Unit e, uau!, me espantei.
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ontem minha mãe me colocou em maus lençóis com meu marido. ela fez pudim de chocolate e colocou em potinhos individuais, azuis, na geladeira. antes de ir dormir, passei na geladeira e peguei 2 potinhos e levei pro quarto, pra comer vendo TV. ele ficou todo feliz, agradeceu mil vezes. abro meu potinho e lá está o pudim de chocolate, apetitoso. ele abre o dele, feliz e… tinha COUVE (resto do almoço) [situação especialmente dedicada aos amigos mais próximos que sabem o quanto o fer ADORA coisas verdes :)]
Zel, venho aqui quase diariamente, e anonimamente, me espanto com suas palavras. É um espanto bom, uma “inveja” boa, porque muitas (se não 100%) das coisas que você escreve poderiam ser escritas por mim…
Esse seu post é um deles, e se fosse citá-lo no meu humilde e mal cuidado blog, teria que ser na íntegra.
Delícia de ler, muito bom pra pensar, um chute na boca do estômago quando a gente precisa.
Um beijo
andrea, eu agradeço 🙂 eu escrevo mesmo com intenção de fazer os outros pensarem, fico muito feliz que fiz pelo menos você pensar!
beijão 😉
estou tecendo os comentários no msn, é muita coisa.
clap!
sabe aqueles posts que a gente gostaria de ter escrito? então.
beth, é incrível como a grande maioria de nós tem os mesmos problemas, né? a diferença entre nós (olha a inteligência útil aí!) e as outras é que nós queremos ser melhores, sempre 🙂
beijos a vocês, meninas.
Putz, essa da couve foi forte, hein?!
Tenho 35 e me sinto identificada contigo em um montão de coisas.
TPM é uma merda, mas é verdade que encarar nossas merdas de frente faz a gente ficar mais forte, ou então, mais emerdeado ainda, (desculpa os palavrões pode deletar se quiser). Também gostei da sigla VCA e do problema do tipo SEU, vou passar a adotar, posso? QQ coisa a gente combina aí uns royaltszinhos 😉
laura, quase apanhei por causa da couve 😀 pode usar o que quiser. be my guest!
É cada tapa na cara que a gente toma lendo esse blog que eu vou te contar, viu!
Onde é que eu pego meu atestado de VCA? Por que SIM, essa reflexão sobre inteligência e ser inteligente e gente inteligente foi pra mim!! Não foi? Pode falar, eu sei que foi! HAHAHAHAHA 😉
Boa semana, dona!
Pois é, acho que meu mano recebe uns troços do além, vez em quando. E felizmente, eu acho que ele mais acerta do que erra, mesmo quando deixa nós (pacientes) completamente sem paciência. Dá vontade sim de torcer o pescoço dele, mas depois passa. Vou ver se ele lê isso aqui, pra ele saber que podia ter perdido o pescoço 😛
Beijos, viu? 🙂
Valha, tem tanta coisa para comentar aqui que eu vou ficar só com uma.
O dia internacional da mulher já teve lá sua importância, assim como os sutiãs queimados e a revolução sexual. Mas já foi. O significado da “revolução” das mulheres já foi incorporado e está na hora de pensar em novos ícones, novos marcos, novas conquistas mais de acordo com os novos tempos.
E chega dessas mulherzinhas tão iguaizinhas, tão machistas.