há poucos dias eu desabafava com uma amiga (que não convém linkar) sobre o problema de pessoas sem noção que insistem em nos contar suas coisas sem noção. isso vale especificamente para conversas com som e não com letras, mas vocês vão entender que vale pra qualquer caso.
aquela amigo ou amiga vem conversar contigo, não importa qual é o tom: tristeza, depressão, alegria, euforia, convencimento, whatever. ele/ela conta as barbaridades mais absurdas do universo sobre sua própria vida, micos impagáveis, coisas que deus duvida. eu ia dar exemplos, mas não vai ter como alguém não se identificar, essa carapuça serve demais, deixa pra lá.
enfim: você lá, com uma boa dose de boa vontade ouvindo as barbaridades e morta de vontade de dizer “puta que o pariu, SE MANCA, CAI NA REAL”, isso na hipótese boa. na hipótese ruim você quer mesmo é dar uns tapas bem na cara da criatura, pra ver se passa o surto, mas você não pode. não, não, senhores. depois dos 30 a gente aprende (ou devia) que em boca fechada não entra mosquito e que, na verdade, a criatura em questão não quer saber sua opinião, ela só quer o seu ouvido (também conhecido como PENICO, às vezes).
é nessa hora que a gente ativa o modo vibracall: a pessoa fala fala fala e você faz cara de interesse e emite um som tipo HMMMMMMMM, com bastante vibração (tipo o som de mantra de ioga, ou coisa assim). quando a vontade de dar palpite apertar você fala HMMMMMMMMMMMMMMMM com mais vontade e arregala um poucos os olhos. pode falar “hum-hum” também. qualquer coisa que não seja a expressão da sua opinião, que é pra não perder a amizade. porque, acreditem em mim, você VAI perder a amizade da criatura quando explicar pra ela/ele que ali falta muita, mas MUITA noção, espelho, semancol e um tiquinho de auto-estima pra completar. ele/ela não vai levar em consideração o fato de você já ter passado por isso na vida e ter aprendido que a gente tem que ter noção por conta própria, que isso não se ganha dos outros. não, não vai adiantar também você explicar que está dizendo isso tudo porque há amor em você, há o desejo de fazer a criatura ser melhor. não adianta.
pra essas horas, amigos, só o modo vibracall salva. (e para blogs vale mais o completo e absoluto silêncio-constrangido-de-comments quando você vê as criaturas chafurdando. e, obviamente, há a esperança de que a criatura vai se dar conta do mico)
(**) ou: depoimento de uma ex-sem noção (no blog e na vida), devidamente curada mas ainda sujeita a recaídas, claro 🙂
huahuahuhauhauhauhuah!!!!!!!!
vou começar a treinar. em especial, com as samanthas jones da vida, né pessoal?
na hipótese do modo vibracall falhar, sempre tem o último caso: o modo “stephen walker”… hummm… é simples: faz cara de conteúdo, enquadra o rosto entre polegar e indicador e dá uma leve levantadinha nas sombrancelhas para ficar mais verídico… huahuahua…
beijo, 😀
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!
Post inspiradíssimo. Vou adotar “D
Putz, texto sensacional. Zel, serei obrigado a adotar essa do “modo vibracall” em meu vocabulário. 😉
“pode falar “hum-hum” também. qualquer coisa que não seja a expressão da sua opinião, que é pra não perder a amizade.”
Boa dica! 😉
Eu já tive minhas Alverenes e Silenes e sei muito bem o que é isso.
Ainda bem que nunca fui assim, porque eu sou tão mais importante que o resto do mundo que nem preciso ser assim…*hahahahaha*
hhhhhhhhmmmmmmmmmmmmmmm….
kkkkkkkkkkkkkk… ótimo! 🙂