deixe que o silêncio discorra por nós
e ache as respostas.
que nos beije o peito, que nos coce as costas
e nos dê o direito de calar
o tempo.
deixe que ele cubra o movimento
e distenda leve como um lençol de renda;
que seja arguto o bastante
para impedir o instante de ser breve.
deixe que o silêncio nos proteja.
pra que ninguém escute, nada se revele
e possamos trocar as nossas peles
sem que a censura veja.
(poema quieto, flora figueiredo)
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roubado daqui.