poucas vezes iniciei um ano com tantas coisas pra fazer ao mesmo tempo. geralmente janeiro e fevereiro são meses mornos, pouca coisa urgente, muitos em férias, etc. pois esse ano foi ao contrário: mil coisas para planejar, resolver, problemas inesperados, mil emails por dia e vários projetos acontecendo ao mesmo tempo. mal começa o ano e eu já quero férias!
sempre mudei muito de emprego e de casa, não consigo me acomodar por muito tempo com nada. trabalhos que exigem sempre mais ou menos a mesma coisa me deixam louca, não consigo me manter feliz. o trabalho que durou mais foi 5 anos, na USP, por dois motivos: eu estava estudando lá na época, à noite, e eu podia trabalhar com qualquer coisa que me desse na telha, eu podia estudar e pesquisar.
acabo sempre dando um jeito de mudar de emprego depois de 2 anos no máximo (nos 14 anos de formada trabalhei para 8 empresas, contando essa última). quando eu não saí, o destino me empurrou: em 2000 participei de um projeto “.com” que acabou no meio, o investidor desistiu (aquela época da “bolha” da internet); na seqüência acabei indo pra uma empresa que não tinha nada a ver comigo (mas a grana era legal) ser coordenadora de projetos. não durou muito: 1 ano depois a empresa quase fecha as portas (o que aliás não me surpreendeu nada :D) e dispensou 2/3 da galera, eu inclusa. no mês seguinte entrei num projeto que mudou minha vida profissional e acabou me levando de volta ao início da minha carreira e à área mais adequada para o meu perfil: consultoria (neste caso é consultoria de verdade, eu ajudo empresas a resolver problemas de TI).
por um lado ser consultora é bom porque não existe rotina, é um problema diferente por dia; por outro lado você quase enlouquece com a quantidade de assuntos diferentes a administrar no mesmo dia e ao mesmo tempo. telefonemas e emails o dia todo, sempre com pepino que precisa de solução imediata. é divertido, mas às vezes me deixa louca 😀
hoje vivo num esquema sem escritório (a empresa é totalmente virtual), sem chefe (não temos relação de hierarquia) e administrando meu tempo, meus clientes, minha empresa e minha casa. às vezes durmo até 10 da manhã, às vezes acordo cedíssimo e trabalho até 2 da manhã e nos fins de semana. minhas férias e finanças sou eu que administro, tudo fica a meu critério.
parece bom? há tempos percebi que não tem nada completamente bou ou ruim, e essa liberdade tem um preço alto. tem dias que eu daria qualquer coisa por um chefe que me dissesse o que fazer ou uma telefonista pra filtrar as ligações inúteis. quando vejo pessoas que trabalham em empresas “normais” e têm alguém que diga a elas o que fazer, como e quando, saem pra almoçar no shopping, têm décimo-terceiro e cesta de natal, sinto uma pontinha de inveja…
tá tocando no rádio eu quero uma casa no campo e me toquei que, romanticamente, “meus amigos meus discos e livros e nada mais” é lindo, mas eu não sirvo pra isso, não. acho que teria uma crise de nervos no primeiro mês de casa-no-campo.
que 2007 venha então com plantações de pepinos e muita sarna pra me coçar! 🙂 só assim, nessa maluquice, pra eu conseguir completar meus 2 anos de empresa em maio e ficar mais uns bons anos sem morrer de tédio.
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e falando em ambiente de trabalho, esse post do fer me faz lembrar porque eu não quero mais trabalhar no esquemão de escritório.
nossa que interessante… parei para pensar um pouco e… descobri que estou no mesmo padrão, Ni! minha vida útil média por empresa também na casa dos 2 anos… sendo 3,5 anos o tempo que passei em consultoria na saudosa falecida Arthur Andersen Business Consulting: meu record! 🙂
eu por mim trabalharia com consultoria estratégica para todo o sempre! 🙂 coisas como inventar, investigar, analisar, estudar, comunicar, recomendar, definitivamente são presença obrigatória na minha agenda de trabalho. do contrário, vem o tédio e com ele… a mudança!
vamos ver quanto tempo eu sobrevivo na pele da consultora de planejamento estratégico do banco multinacional… 🙂
Tira a parte sobre o pula-pula de empregos (foi um só na vida, 8 anos direto), troca a TI pelo inglês, acrescenta a administração de duas crianças à (falta de) rotina enlouquecida e…
tadaaaaa: SOU EU!
(e é, eu também tou atipicamente atolada de trabalho estes meses, e sim, eu também invejo almoços e perus e quetais, mas pensando bem não queria ter um emprego ‘de verdade’ de novo, não :P)
Já eu estou há 12 anos na mesma empresa. Contando o estágio eu só trabalhei em 3 empresas diferentes em 14 anos. Taurina típica. E enquanto eu ainda sentir empolgação com cada tarefa nova e sair realizada todo fim de dia eu continuo nessa empresa. Tem lá suas mazelas, mas como você disse não existe nada completamente bom ou ruim.
Zel minha linda… concordo com você em partes… Mas como estou acessando a net de casa e meu computador é uma m… entra lá no meu blog amanhã que vou escrever meus apontamentos sobre o assunto. Bisous!
ps.: sabe que estou louca para conhecer você? E acho que até arrumei uma ‘parceira’ para a aventura perupatolinha? Au revoir!
Zelita, voce eh muito cosmopolita pra viver em uma casa no campo rs.
Acho que vc ia se sentir sufocada por tanto ar puro. 🙂
Somos seres da cidade, urbanoides apaixonados pela vida estressante e que se movem por pressao.
Zel, e quem tá encostado no INSS faz como?
🙁
ô zé, eu não sei… nunca fiquei encostada nele e já gastei meu FGTS de 10 anos no ap. agora eu é que cuido de tudo, e por enquanto tá OK 🙂
deda, eu acho que é isso mesmo 🙂 eu ia ficar louca morando em cidade pequena (e aqui entre nós eu já acho o rio pequeno, todo mundo se esbarrando em tudo que é canto *HAHAHHAHAH*)
debora: trabalhar “no esquemão” tem suas vantagens, mas não serve pra todo mundo. as meninas aí de cima, dani e sheila (que eu conheço bem) não se adaptam, eu tampouco. a gente tem que é procurar o que nos faz mais felizes, isso que importa 🙂
fabiola, duas coisas: não sei se tem muito o que concordaro ou discordar desse texto, afinal é minha relação com meu trabalho, certo? cada um tem a sua, não há como comparar muito… a segunda coisa é que se quiser participar da próxima edição do perupatolinha tá convidada, me manda email e a gente combina a melhor data 🙂
Querida, vivo assim há exatamente 10 anos. Sou um ser livre … para trabalhar à noite, aos sábados e domigos. Mas, sabe de uma coisa? Já me ofereceram um monte de empregos e recusei cada um deles. Já que trabalho é sempre tortura, prefiro eu mesma escolher o chicotinho (e o número de chibatadas diárias … rsss).
beijo você.
Rio de Janeiro pequeno… rs!!
Mas as vezes eu tenho essa sensacao tambem. 😛 Muito dificil eu nao encontrar um conhecido na night ou no shopping. Chego a achar graça. 😛
É interessante ver como existem tantos gostos diferentes. Vou dizer que se eu trabalhasse como vc ficaria meio perdida. De certa forma gosto de ter meus horários.
Quanto a questão de ser cosmopolita me faz lembrar o meu caso: trabalho a 10 minutinhos de casa. Isso é bom? Não no meu caso! Simplesmente pelo fato de eu morar num bairro distante das agitações… e isso me sufoca. Gosto de ver e conhecer pessoas diferentes, ter acesso a cinemas, shoppings, restaurantes. Há quem diga que sou louca, mas eu AMO essa agitação dos centros urbanos!
Trabalho e trabalhei boa parte da minha vida profissional em escritórios. Vou dizer que até gosto, embora eu saiba que amigos (amigos meesmo) não serão encontrados ali =P
bjs! =D