enquanto eu penso, passa lost in translation na TV. dublado. não é irônico?
gosto muito desse filme. o sussurro final no ouvido, que não ouvimos — e ela na ponta dos pés! — sempre me faz sonhar, romântica que sou.
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sou só eu que me irrito com aqueles parênteses que funcionam como poesia concreta de má qualidade? tipo: (super)ação ou te(n)são? ARGH!
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aliás, poesia concreta… meu deus, que horror. todo mérito a quem inventou, a idéia é legal, mas insistir nisso depois de tanto tempo é piada de mau gosto. e falta de talento, claro.
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os momentos mágicos. quantos deles perdemos por dia, por pura distração?
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sempre tive medo de cortar laços, dizer não e deixar de atender a todas as expectativas. cometer erros não fazia parte do meu repertório. perder me causava pavor. acabei aprendendo que perder não é uma escolha, acontece; e que abrir mão conserva a mão, e pode ser uma sábia decisão. eu e minhas mãos deixamos uma coisa aqui e ali, outras simplesmente se perderam e tive de me conformar. cada vez é mais fácil dizer não e tomar outros caminhos. com as mãozinhas conservadas.
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o medo era de ser rejeitada, sempre foi. e o desejo maior era de reconhecimento, de aprovação. demorei a perceber que ser excelente sempre não faz diferença, o vazio vai sempre estar aqui: aquele elogio primordial não viria jamais, simplesmente porque não é possível voltar no tempo. de uma forma ou de outra, pra crescer e ser feliz, é preciso superar alguma fase da nossa vida.
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não é que eu não sofra e nem tenha meus momentos que-mal-eu-fiz: é que não me permito mais encher o saco alheio com drama. cada um tem seu draminha pessoal e já é de bom tamanho. ninguém precisa aguentar drama alheio, aqui entre nós. é mais ou menos como detalhes asquerosos de doenças: todo mundo tem alguma coisa pra contar, mas evita, para a manutenção da convivência social civilizada.
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algo como pálpebra de orelha não seria uma evolução sensacional?
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estou relendo a senhora das especiarias, 8 anos depois da 1a vez. reler é uma experiência sensacional, não somente para reencontrar histórias amigas mas também para se ver mudado. quando releio ou revejo alguma coisa inevitavelmente faço uma arqueologia de mim mesma.
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que a semana seja boa!
eu li a senhora das especiarias e acho que tenho que reler tb…
boa seman pra vc…
bjs
usar os parênteses só para poesia (des)concreta 😛
“sou só eu que me irrito com aqueles parênteses que funcionam como poesia concreta de má qualidade? tipo: (super)ação ou te(n)são? ARGH!”
Isso aí é pra mau entendedor, Zel.
A merda é que o mundo está cheio de maus entendedores. O próximo passo será fazer um desenho ao lado para explicar direitinho o que se quer dizer.
é por isso que os 30 e poucos são os anos mais lindos da vida. Porque ainda se tem a alma fresca, sem muitas amarguras, mas também já se aprendeu muitas e muitas lições…
e é mais lindo ainda ver alguém que tira o máximo de proveito dessas lições e tenta não repetir os mesmos erros all over again.
bom, eu ainda não vivi meus 30 e tantos, mas é essa a deliciosa impressão que eu tenho deles. Me avise se não for verdade 😛
“sempre tive medo de cortar laços, dizer não e deixar de atender a todas as expectativas. cometer erros não fazia parte do meu repertório. perder me causava pavor…”
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o medo era de ser rejeitada, sempre foi. e o desejo maior era de reconhecimento, de aprovação…”
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não é que eu não sofra e nem tenha meus momentos que-mal-eu-fiz: é que não me permito mais encher o saco alheio com drama. cada um tem seu draminha pessoal e já é de bom tamanho…”
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zel, concordo em gênero, número e grau…
essa sou eu, e eu sou vc!
e já passei dos 30, caraca, e agora????
bjs
a.
[cheguei aqui pela fal, só pra vc saber…]