o temido retorno das ombreiras (elas vão voltar, escutem o que eu digo)

olha, a cam escreve um posts adoráveis. esse sobre as loucuras da moda eu adorei especialmente porque sinto que vivo no universo paralelo a esse das revistas e programas de moda, e é bom saber que mesmo mulheres lindas e magras como ela também se sentem assim. dá um certo conforto.

eu não posso vestir qualquer coisa, amigas e amigos, porque estou gorda. e mesmo que estivesse “magra” não poderia me arriscar com quase tudo o que está na moda. bem, “magra” está entre aspas e não é à toa: esse adjetivo jamais se aplicou ao meu corpinho, nem com peso de modelo, o biotipo não permite. minha irmã, que em qualquer padrão de pesagem é magra, não parece magra nem a pau. venho de uma família de gostosas que, se forem sedentárias e comilonas como eu, viram gorduchas. muito prazer, gorducha.

mas voltemos ao assunto: moda. a cam reclama da moda de short, microssaias e balonê. bem: shorts são abomináveis em mulheres adultas; microssaias só são aceitáveis para adolescentes menores de idade e balonê é uma aberração da moda que devia ter sido esquecida. quem retomou esse horror devia queimar no fogo do inferno vestindo uma balonê branca de cetim.

mas vou além: e essas calças apertadérrimas nas pernas, que deixam as magras com corpo de esqueleto e as não magras com pernocas gordas? por que alguém usa isso, meu deus?

e as botas por cima da calça, né. tudo sendo devidamente retomado nos malditos anos 80, que o diabo os tenha em bom lugar. a gisele coloca a botinha pra fora da calça e a mulherada surta, acha que isso é bonito. botas cafonérrimas, calças horrorosas que não ajudam em nada a silhueta da pessoa e aquela coisa engruvinhada na batata da perna.

e legging? de novo: desenterraram a moça do flashdance. por que, meu deus? já andei vendo gente usando aquelas horrorosas polainas daquela década que-não-devemos-mais-nomear.

voltando aos leggings: isso é roupa de ginástica, galera. devia ser proibido usar fora da academia, se vocês vissem as coisas que eu vi na rua, iam chorar. outro dia vi uma moça — belíssima, aliás — com legging pretinha até abaixo do joelho, bota-gisele até quase o joelho e uma dessas blusas de grávida quaisquer. a altura da bota não chegava até o fim da calça e ficava aquela faixa de perna ali, gritando.

e o calor, o que faz com o pé da criatura dentro de botas que mais parecem um bicho morto? chulé e fungos imperam soberanos.

o pior de tudo pra mim é que a grande maioria das mulheres não usaria essas roupas nem sob tortura se não estivesse “na moda”. quem é que colocaria polaina, bota por cima da calça, calça agarrada na perna ou balonê (deus me perdoe) se não aparecesse na passarela e nas revistas?

já as minissaias, shorts e leggings sempre vai ter adultas que usam fora da praia e acham lindo de morrer, a falta de noção é um fato com o qual temos que conviver independente da moda.

eu, que ando comprando na gorda elegante, nem sinto tanto a invasão de roupas inaceitáveis. compro o básico do básico, ou melhor: o que serve. pobre das que têm corpo legal e querem usar alguma coisa que presta. só as liquidações de estações anteriores vai salvá-las.