call me bitch

eu preciso desabafar: odeio supermercado! odeio odeio odeio. o único supermercado que eu aceito ir é o pão de açúcar, e não me importo nem um pouco de pagar às vezes 3 vezes mais caro pelas mesmas coisas. pelo menos lá eu me sinto num ambiente minimamente civilizado.

por que supermercados são tão hostis, barulhentos, irritantes?

hoje me prometi que não vou mais a outros supermercados, pronto. parei num desses grandes mercados pra comprar coisinhas faltantes aqui em casa e passei raiva, muita. gastei boa parte da minha energia tentando ignorar um cara gritando promoções pelo microfone em volume ensurdecedor, enquanto desviava das crianças mal-educadas que gritam e correm, dos velhinhos de 200 anos que param no meio do corredor e das 200 moças com calças da gang com os pentelhos aparecendo e barriga de fora.

podem me chamar de esnobe, metida, chata, arrogante, eu não ligo. nesses lugares horrorosos eu não encontro meus queijos franceses e manteiga president com sal em grãos, jesus, e só encontrava margarina vigor enquanto esbarrava nos montes de moças de escova progressiva malfeita. SOCORRO! azeitona espanhola? não tem. pães bonitos e deliciosos? menos ainda.

e a fila pra pagar? sério, eu demorei quase 1 hora pra conseguir passar no caixa! se não estivesse realmente precisando das coisas eu tinha desistido. e as pessoas levam aquelas ofertas de outros lugares, pra pedir desconto, ahhhhh…! a infeliz da caixa tem que cadastrar o desconto item por item e o processo fica ainda mais lento.

não fosse tudo isso, naquelas prateleiras da fila só tem revistas xexelentas de fofoca de celebridade pra comprar, não dá nem pra se distrair. quando finalmente chegou minha vez de começar a colocar as compras na esteira, derrubei um vidrinho de essência de baunilha,que caiu no pé (juro) de um cara atrás de mim na fila, tinha uns 40 anos. entre eu e meu vidrinho havia um carrinho cheio, o que complicava bastante ir lá buscar. sabe o que ele fez? olhou o vidrinho e ignorou. tipo: ela que pegue, foda-se. só gente fina e educada no local, uma maravilha.

pois me prometi o seguinte: ou compro pela internet ou no pão de açúcar, chega! além de tudo isso, não tinha pepino orgânico e nem aquelas torradas de metadinhas de pão que vêm num saquinho super-fofo. tenha dó!

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fiz uma pequena cirurgia na boca e tive que ficar 2 dias só tomando líquidos frios ou gelados. sorvete era altamente recomendado, e meu amado, empolgado, comprou meia dúzia de potes de sorvete. o problema é que eu não gosto de sorvete. é, pode me apedrejar, mas não gosto. não é que eu deteste ou não coma, até como, mas não gosto, não. há exceções — qualquer um da mil frutas, chocolate amargo e pistache, que eu chego a gostar — mas de forma geral eu dispenso.

consegui me livrar do sorvete tomando iogurte, suco, vitamina e sopa fria. e agora tenho litros e litros de sorvete atravancando meu freezer e tive que fazer milagre pra incluir todas as maravilhosas carnes que comprei.

acho que vou doar sorvete pro garagista aqui do prédio, na calada da noite…

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comprei forminhas de silicone lin-das pra fazer bolinhos em casa. confeitos, muitos, e é claro, velinhas. agora só falta março chegar 😀 e foi deprimente ver o pacote de velinhas (daquelas compridinhas, coloridas) de 24 velas e ter que comprar 2, senão não dá pro meu número de anos… *sigh*

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minha habilitação venceu em 2005 e eu simplesmente não renovei porque estava com excesso de pontuação. esse ano dei um basta e resolvi resolver o problema: algumas centenas de reais e uma prova besta depois, eis que estou habilitada novamente e voltando a dirigir. bem, quase…

descobri que estou com medo e insegura para dirigir pela cidade, e além destes sentimentos não serem muitos comuns em mim, eu os abomino. portanto, está sendo uma provação a cada esquina. além de tudo, mudamos de carro neste período, e o atual carro é muito maior que o outro, completamente diferente do que estou acostumada a dirigir. me sinto uma formiga dirigindo um caminhão, um pavor.

mas no estacionamento do maldito supermercado, depois de estacionar (ufa) e fechar o carro, veio uma mistura de sensações: poder, independência, sei lá. como se eu fosse dona do meu nariz e pudesse me virar sozinha, sabe? nestes mais de dois anos sem dirigir eu usei motoristas (táxi ou marido), estive sempre sendo conduzida por alguém.

acho que uma parte dessa sensação também se deve à ausência do marido, viajando a trabalho e fora por quase uma semana (o que é bem raro). como a gente se acostuma a ser mimada e protegida, não? hoje me senti um pouco mais “adulta” estacionando o carro e comprando as coisas da casa sozinha.

como é bom reparar nestas pequenas coisas e se espantar com elas, por mais bobas que sejam; faz a gente se sentir mais vivo.

6 comments to “call me bitch”
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  1. Também odeio supermercado! Faltou falar nas crianças mal-educadas, fazendo birras horrorodas diante de pais incompetentes… e naqueles anjos que bloqueiam todos os corredores com seus carrinhos entulhados de compras… Minha estratégia para escapar desse inferno é ir ao Pão de Açúcar de madrugada, preferencialmente…

  2. ah, zel, lendo esse post me identifiquei bastante contigo.

    tive a mesma sensação quando vim morar em curitiba, e dirigir um carro diferente, num cidade nova. e é isso mesmo, o sair de casa é uma batalha, mas o estacionar é a redenção!

    🙂

    boa semana!

  3. também odeeeeeio mercado…e acho que o pior de tudo é se preparar psicologicamente pra enfrenta-lo…ir fazer as compras….chegar em casa com aquela sensação de falsa vitoria e lembrar que esqueceu de comprar outras 200 coisas que já tavam acabando e vc não sabia…mas achei esse site q da uma forxinha…nao tem queijo frances e nem paes gostosos…mas pelo menos me livra de ter que ficar carregando papel higienico por ai…vale conhecer http://www.mandapracasa.com.br

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