mudar é o nosso negócio

a luciana, leitora do blog, comentou sobre o lado ruim de termos achado uma casa rapidamente: não tem dica pra compartilhar! não é verdade, tenho dicas sim e vou aproveitar e explorar esse assunto um tiquinho. quem sabe ajuda mais alguém, né?

eu quero mudar de vida

acho que é a parte mais complicada. sempre morei em são paulo (houve alguns pequenos intervalos, mas nada que valha destacar) e não conheço outra vida, outra forma de viver. estou acostumada a ter tudo à mão (desde que se tenha dinheiro, é claro) e a conseguir tudo rápido. pressa é um atributo do paulistano, mesmo que não tenha razão de ser. por exemplo: você senta numa mesinha de café pra relaxar e tomar seu café, com uma revista ou um livro, e o atendente demora. pensa bem: por que se incomodar? você está ali à toa, curtindo o momento, que diferença vai fazer 1 minuto? porque é disso que estamos falando, 1 minuto, às vezes menos. nossa pressa e ansiedade são doentias. talvez a de vocês, paulistanos superiores, não seja; a minha é.

pois em algum momento – não sei qual foi, não houve uma epifania ou algo assim – percebi que essa vida de pressa, trânsito e concreto estava me cansando. muitas coisas estavam me incomodando: a cacofonia da cidade, o trânsito (o horror, o horror), a falta de um quintal de plantas, a correria constante do trabalho, as preocupações com violência (assalto, seqüestro, furto, you name it). há meses eu sentia um cansaço crônico, apesar de parecer tudo ok na minha vida. e aí veio uma proposta de trabalho que me fez pensar numa forma diferente de viver. trabalhando, sim (até porque eu adoro trabalhar), mas num outro ritmo, em outro lugar, com outras prioridades.

quando coloquei as possibilidades no papel, o saldo da mudança foi positivo. há impacto, sim: estou abrindo mão de uma série de confortos da vida moderna que permitem improviso (por exemplo: não tem comida em casa às 2 da manhã? liga pra pizzaria que fica aberta 24h), saindo do meu apartamento que eu adoro pra uma casa alugada, ficando mais longe dos meus amigos e da minha família (mas não muito :)), ficando mais longe da veterinária que cuida dos nossos pequenos…

na realidade eu coloquei os prós e contras, em números, numa planilha, comparando o custo de morar aqui e o custo de morar no interior, considerando ganhos/perdas de cada cenário. somei, passei a régua e concluí, friamente, que valia a pena.

mas a mudança vale a pena além dos números: estou num trabalho mais tranquilo, ganhando melhor (e mesmo que não ganhasse: viver fora de SP é mais barato!), fazendo o que eu gosto e com gente legal (até porque é só vir pro interior e descobrir que é possível ser gentil sem ser invasivo); vou morar num lugar mais seguro e mais bonito, com plantas e bichos ao meu redor; não é tão longe pra vir pra são paulo, 1 hora e meia de carro.

além do mais, tendo banda larga e tv a cabo, o mundo pode acabar que eu não ligo 😀

pra onde eu vou?

parte da decisão estava tomada, pois a localização do meu trabalho é a referência. ainda assim, havia muitas opções próximas, e foi por aí que começamos. acho que tivemos sorte, sim, pois no final escolhemos a primeira casa que o fer visitou! mas houve um método que ajudou:

ele pegou um dia livre na semana e veio comigo pra cá, cedinho, procurou imobiliárias nas cidades próximas e foi visitar casas, passou o dia fazendo isso. colocamos um limite de aluguel, os corretores separaram opções e ele foi visitar. nós aprendemos com a compra do apartamento a analisar as possibilidades com detalhes, assim: montamos (no papel) uma planilha com os imóveis nas linhas e os atributos deles nas colunas (por exemplo: iluminação, cozinha, banheiro, piso, churrasqueira (sim/não), etc.). a cada visita, preenchemos a planilha para depois poder comparar. tiramos fotos também, pra facilitar as análises no final do dia.

para a escolha do apartamento esse processo durou mais de um mês; para a casa, durou 1 semana 🙂 mas vejam: é só um contrato de aluguel, que pode ser desfeito. essa é outra coisa importante – quando a gente muda radicalmente, é melhor não “queimar pontes”, ou seja, mantenha um caminho de volta se tudo der errado. não custa quase nada!

bem, com uma lista de opções, foi fácil escolher: nós dois nos apaixonamos por esta casa, primeiro porque é de madeira e nós adoramos. toda pintadinha de cores claras, com cozinha americana, varanda, ah! amamos. mas não tem armários, não é nova, é colada no muro externo do condomínio (tem que ser o batman pra saltar, mas…), etc. com todos os contras considerados, fizemos nossa escolha e estamos tranquilos com ela. se você é mais racional e dá valor por exemplo à quantidade de armários da casa ou outro atributo qualquer, não tem problema: o importante é pesar com seus critérios e decidir sem se deixar levar pelo momento.

como se mudar?

bom, agora vem a trabalheira. eu sou metódica, como vocês devem ter percebido, então retomei minha “to do list” da última mudança e refiz tudo. faço algo como uma análise de impacto, que na prática significa “o que e como essa mudança afeta meu dia a dia”? faço uma lista que contém no mínimo o seguinte (sempre com os telefones para poder resolver cada um):

restrições de data/hora mudança: verificar tanto na casa atual quanto na nova se tem horário/dia que não pode fazer mudança, e verificar se precisa marcar com antecedência (no nosso prédio precisa!)

atualizações de endereço (operadora de celular, banco X, Y – com telefones para ligar)

cancelamento de serviços (tv a cabo, telefone se for o caso, etc.)

contratação de serviços (faxineira, tv a cabo, internet, etc.)

TO DO – casa atual: contratar mudança, marcar faxina, tirar chuveiro, etc.

TODO – casa nova: marcar faxina, comprar X Y ou Z, instalar chuveiro, pintar, etc.

conforme vou concluindo o que anotei, “risco” fora e vou pro próximo item. costumo colocar também data máxima de execução, pra dar idéia do que precisa ser feito imediatamente.

o dia da mudança!

bom, esse é o dia do capeta. eu sei que é mais caro, mas eu só me mudo com empresa que embala tudo e eu não preciso fazer nada, ponto final. se você não quer ou não pode pagar, chantageie seus amigos pra ajudar 🙂

o que eu sempre faço, seja lá quando ou pra onde seja a mudança, é pedir ajuda pra minha santa mãe, que é o demônio da tasmânia da arrumação e limpeza e consegue deixar qualquer pardieiro habitável em pouco tempo. se você não tem mãe-demônio-da-tasmânia como eu, chame os amigos pra ajudar de novo e ofereça coca-cola quente e pão com mortadela como pagamento. não há amigo que resista 😀

17 comments to “mudar é o nosso negócio”
17 comments to “mudar é o nosso negócio”
  1. Zel, aqui na Alemanha quase todo mundo muda assim, na camaradagem…

    Mudei pra Frankfurt em maio, foi um dia do capeta, mas à noite saímos com os amigos pra tomar um pileque em comemoracao à mudanca e dormimos feitos bebes, de tanto cansaco…rs…

    (Pra descobrirmos, na manha seguinte, que a igreja da qual somos vizinhos faz uma chamada pra missa às 9 e meia da manha, let it be…)

    Boa sorte na vida nova!

  2. Super apóio….Sou de Valinhos e hoje moro em Americana (mais interior…). Meus clientes são de SP, então vamos duas ou trÊs vezes por semana. O resto resolvemos via net. Não há dinheiro que pague a qualidade de vida (pessoas amigas, ar um pouquinho mais puro, silêncio, chegar em 10 minutos em qualquer lugar que deseja ir). Muita boa sorte!

  3. Zel, te leio há anos e nunca comentei, mas ó, moro no interior de SP, fica uns 40 minutos de Vinhedo e te digo que Vinhedo é LINDO! A área é muito legal, tem várias chácaras (e um dia ainda vou comprar uma por ali haha) e vale a pena. 😀

    Sabe que quando li que tu queria dicas por aqui, ia te passar uma dica, num bairro ÓTIMO de Campinas, mas achei que pudesse ficar mais longe pra ti e tal, mas depois te passo a dica só pra ti conhecer e, quem sabe, daqui um ano, ir morar lá? 😉 Sim, eu aposto que tu não volta pra SP! 😉

    Boa sorte, viu?

  4. Zel,

    MUITO BOM! Que felicidade!

    Tenho certeza de que daqui a alguns anos seremos vizinhas!

    Tô doida pra ir embora do Rio!

    Tudo de melhor pra vcs na nova casa. E que delícia é arrumar uma casa nova, com a nossa cara. É uma tela em branco, né? A gente pinta do jeito que quiser!

    Sua vida vai ter mais qualidade e o que é melhor, o tempo que sobra não vai ser queimado em problemas urbanóides mas nas coisas simples da vida. E as melhores!

    Só coisas boas!

    bjos e muitas felicidades,

    Mari

  5. Ha! Eu me mudei faz um mês e meio mas sou radical, não deixo ninguém pegar nos meus livros e papéis que eu mesma embalo sozinha. Nessa última mudança foram 110 caixas grandes. Quanto ao mais, sou que nem vc, Zel: listas, tabelas, diagramas e planejamentos mis. Moro sozinha, tenho 60 anos e faço quase tudo sozinha. Eu gos-to!

  6. queria muito saber pra onde vc mudou e em que está trabalhando…se puder responder por e mail pra mim por favor me ajudaria muito…..meu marido quer se mudar pro interior mas estou com medo de passar dificuldade

  7. Oi,…..tudo de bom pra você na casa nova, pra onde você mudou??? gostaria de saber porque meu marido quer muito mudar pro interior mas eu tenho muito medo de passar dificuldade , não sei no que eu posso trabalhar, o que eu posso fazer…..tenho um bebe de 3 meses….morro de vontade mas são tantas coisas passando pela minha cabeça…. me da uma luz por favor!!!

    beijos…. se você puder me responder por e mail…..seria muito bom…

  8. Oi!!!
    Legal ter lido sobre sua mudança. Ano que vem, 2013, estou mudando para Vinhedo e estou aquí pesquisando. Quero montar um negócio e morar num condomínio tipo com cara de campo, plantas, piscina.Quero qualidade de vida prá minha florzinha de 15 anos com síndrome de down, meu tesouro. Já faz tempo q. vc. mudou. Ainda continua em Vinhedo? E o condomínio é seguro? Se puder me retorne.

    • Mudei em Fevereiro de 2008, Maria Lúcia! Estou ainda no mesmo condomínio (que eu amo) o Marambaia. O condomínio é seguro, mas não impede de ter assalto, viu? Já ouvi falar de alguns. Espero que encontre algo que te agrade! Beijo.

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