eu li essa matéria hoje e fiquei matutando: os dinossauros do aquário. diz que é o seguinte – os blogueiros (é uma classe? uma categoria? eu tou fora dessa) acham os jornalistas ultrapassados, pois qualquer blog pode produzir informação. os jornalistas acham que a informação dos blogs é irrelevante, portanto uma coisa não substitui a outra.
não acho que blogs substituam o jornalismo, principalmente porque sou uma romântica e acredito que profissionais são sempre melhores na sua área de experiência que os leigos. por outro lado, se for pra falar de irrelevância, os jornalistas estão em maus lençóis – haja matéria idiota, mal informada, mal escrita e cheia de viés. tem aos montes, taí aquela bosta da revista-veja pra não me deixar mentir.
seja lá como for, continuo fazendo o que aprendi lá na fflch: leio tudo o que aparece, duvido de todos, comparo informações e não aceito idéia mastigada. absolutamente nada que sai da minha cabecinha veio pronto de lugar nenhum, portanto qualquer coisa que servir de input tá valendo. o que é lixo eu descarto, mas não deixo de avaliar, pensar, pesar prós e contras. dá um trabalho dos infernos, é verdade, mas se não for assim, qual é a graça?
frangamente. não entendo como tem gente que lê notícia/blog e assume como verdade sem pensar e pesquisar.
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assisti hoje uma palestra de um cara da empresa txai e adorei. ele é simpático, a apresentação é bonita e toca em assuntos que muito me interessam: sustentabilidade e diversidade.
é muito curioso, isso: na época que eu me relacionava com uma figura envolvida em ongs e tais, era acusada de ser “alienada” ou “reacionária” porque não me engajava em ongs, sindicatos ou similares, como se somente quem faz “carteirinha” pudesse contribuir pra um mundo melhor. de fato, nunca me identifiquei com estes grupos organizados, tenho uma opinião bem forte sobre essas associações (falo sobre isso em outra ocasião) e em geral não gosto da postura dessas pessoas. elas me parecem bastante radicais no discurso e permissivas na prática.
dou um exemplo: a tal figura com a qual me relacionava era fervoroso defensor de inclusão social, mas pagava 1500 reais mensais de escolinha pra filha de 5 anos, porque “ela precisa fazer networking“. acuma? ah, claro: inclusão social é pros filhos dos outros, sacou?
voltando: não me envolvo em grupo de voluntário e nem de associação de porra nenhuma e pronto. sempre acreditei e ainda creio que posso fazer a diferença sem me politizar ou pertencer a um grupo. não preciso de grupo ou “selo” nenhum pra me validar.
o que fiz e tenho feito é o seguinte: enfrentei meus preconceitos, entendi boa parte deles e, aos poucos, venho aprendendo a conviver com o que é diferente de mim. digo mais: as diferenças se tornaram bem-vindas, mesmo quando são difíceis de lidar. e vou um pouco mais longe – procuro influenciar as pessoas ao meu redor, faço isso de forma sistemática. sei que sou uma pessoa com certo grau de influência, graças à minha personalidade, então planto sementinhas em todos que estão na minha esfera de relacionamento. e eu já vejo os brotinhos, os frutos. dou minha contribuição para um mundo mais justo e cooperativo mudando a mim mesma e aos que estão ao meu redor.
procuro, cada dia mais, reciclar, reaproveitar, consumir menos. estou longe do que gostaria de fazer de verdade em relação a isso, mas estou no caminho. tento convencer as pessoas a reciclar, a consumir produtos de origem certificada, a não comprar produtos de empresas que não se preocupam com os animais e a natureza em geral.
procuro não recriminar as atitudes e escolhas não sustentáveis (nem sempre consigo… :)), mas faço questão de dizer como eu faço e porque faço; quando as pessoas gostam de você e o admiram, não é preciso muita argumentação, o exemplo fala por si. você não quer imitar atitudes de pessoas que considera exemplares? todos somos assim. procuro então ser uma pessoa boa, correta, positiva e dou o exemplo para quem me ama e/ou me admira. procuro fazer o que digo e realizar o que acredito. em outras palavras: procuro ter atitudes consistentes com as idéias que manifesto.
hoje na palestra uma frase me marcou muito: a homogeneidade é morte! (em oposição à necessidade de diversidade para que exista a vida, como nos ensina a natureza). ou seja: diferenças são essenciais para a vida. e pra complementar essa idéia da importância do “outro” (o que é diverso, diferente de mim), ainda tem o significado da palavra txai – mais do que companheiro, a outra metade de mim.
esses conceitos me tocaram fundo porque há muitos anos percebo a importância do outro na minha vida; sem interlocutores, sem opositores, não sou ninguém, não sei me definir. preciso do outro como espelho, me ajudando a me ver melhor.
(eu tenho problema de sinapses hiperativas, sorry!) lembram do filme unbreakable (corpo fechado)? adorei demais aquele desfecho, a questão da necessidade da existência do nêmesis para que possamos saber quem somos de verdade. acho esse filme massa!
mas antes que eu escreva um tratado, vou concluir (ou tentar): o exercício diário e particular da tolerância (ou pelo menos a tentativa!) e do cuidado com a vida em toda sua extensão me interessa. simplicidade me interessa.
politicagem, networking (eca!), brigas de egos, poder e ongs não me interessam.
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ontem jantamos salada de alface e tomate cereja e suflê de alho poró, e todos os legumes vieram da nossa hortinha. decidimos fazer compras num local sensacional aqui em sousas (bairro de campinas) chamado ecomercado, que vende não só alimentos orgânicos (muita variedade. até cerveja tem!) mas também produtos de limpeza biodegradáveis.
nosso condomínio (a cidade toda, aliás) promove coleta seletiva e recicla óleo de cozinha. nós, que já fazíamos coleta seletiva, estamos muito contentes – aos poucos estamos conseguindo colocar em prática nossas idéias e desejos de contribuir para uma vida mais simples, saudável e sustentável.
e a empresa na qual trabalho é uma indústria, sim, com tudo o que isso tem de ruim; mas há investimento em qualidade de vida para os que trabalham aqui, há incentivo para ser voluntário, passar mais tempo com a família, participar de ações sociais e, obviamente, reduzir o impacto da produção na natureza.
pode não ser o mundo ideal e a vida perfeita, mas estamos caminhando. devagar e sempre.
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e assisti duets de novo. chorei, chorei, chorei. porque cada par tem suas delicadezas que mexem comigo de formas diferentes, e tem as músicas que eu adoro tanto. a versão de try a little tenderness é sensacional (se eu achar publico pra vocês).
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e bom fim de semana, ufa!
Zel, que coisa linda esse significado hein? e é o que txai? Chinês, japonês? Han?
E eu tô com o cara da Txai e com o Nelson, o Rodrigues, toda unanimidade é burra. Discordar, com educação e novas idéias e proposições, pode sim, ser mucho gostoso.
Bom final de semana também!
Bezzos,
Sempre leio seu blog, mas sou do tima dos tímidos.
Lá vai de presente:
http://www.youtube.com/watch?v=C0kpA9gNB4Q
Eu coleciono trilhas de filmes e esta do filme Duets é um bálsamo para os ouvidos.
abraços
alessandra
zel,
parabéns pela mudança e boa sorte, estou vendo q vcs têm se adapatdo bem!
qto ao ferret, é a vida… q bom q ele teve uma vidinha digna e feliz!
venho pouco aqui (já agradeci pelo excel? ainda não consegui implementá-lo, mas isso é outra história…), mas sempre q venho me surpreendo como pensamos de maneira bem semelhante em muitos assuntos… engraçado, né, algumas identificações q rolam sem a gentge nem ver a pessoa…
boa semana pra vc!
bjs
a.