a caverna (vendo do lado de fora) ou um aviso não muito amigável

são anos de blog e ainda não entendo quem entra aqui no meu blog, que contém a minha opinião, pra me dizer que eu sou isso ou aquilo porque acho X ou gosto de Y. não tenho nada contra quem chega aqui e diz “olha, sobre isso que você falou, eu acho diferente, é isso e aquilo e tal”. o problema são os que discordam de mim vêm aqui tentar me convencer que eu estou errada; quando não dá certo, tentam provar que eu estou errada dando exemplos; quando não dá certo, apelam.

por que diabos temos que discutir e entrar em acordo? será que não é suficiente cada um dizer o que pensa, sem tentar convencer o outro? e pior, tentar achar argumentos (sejam eles pertinentes ou não) pra provar que o outro está errado?

ah, como isso é chato. tá cheio de gente aí nos meus comentários que discorda de mim e deixa mensagens normais, tipo “eu, por outro lado, acho X”. e tá tudo bem! agora, por favor, não venha querer me dizer que eu sou contraditória ou hipócrita ou whatever. você, caro leitor, provavelmente não me conhece o suficiente pra dizer isso, então deixe aí sua opinião, mas não venha me dizer que estou certa ou errada.

e, antes de mais nada, leitor-patrulha, pare de achar que as generalizações aqui são pessoais, porque não são. se você vestiu a carapuça é problema seu, me poupe das suas crises de ego. esse blog não serve pra atacar ninguém nem pra convencer ninguém de nada, ele serve tão-somente como espaço de reflexão pra mim e, com sorte, pra vocês. isso não é fórum de debate e nem programa de TV. eu não estou aqui pra fazer tipo pra ninguém, eu já passei dessa idade faz é muito tempo.

pois então, aproveitando a nova oportunidade de tocar nesse assunto, esclareço o seguinte: eu não dou bola pra aparência, pra marca, pra grife e pra status. eu cago e ando pra isso e acho idiota viver em função disso (ATENÇÃO – generalização, tá?).

eu vivo minha vida de acordo com o que acredito. então, se eu digo que sou contra teste de cosméticos em animais, não uso produtos testados em animais, é simples. se digo que acho apego às grifes uma futilidade idiota, na prática eu não compro coisas de grife porque são de grife. significa que eu não compro NADA de grife? não, pedro bó, significa que eu não dou bola se é ou não é de grife! eu não compro marca, eu compro produto. e aliás, cada vez compro menos de tudo, de acordo com o tipo de vida que eu quero levar.

pra você que não me conhece, saiba: eu vivo o meu discurso. quem convive comigo sabe muito bem que eu faço exatamente o que eu digo e que quando eu quero, mudo minha vida. então, por favor, não venha me dizer como eu sou, porque você não me conhece. não é porque eu usava detergente odd no passado que eu vou continuar fazendo isso o resto da vida! há alguns meses eu decidi que iria usar produtos de limpeza biodegradáveis e simplesmente mudei, pronto, muito simples. só não muda quem não quer.

recebi um comentário patético (anônimo, claro, como todos os idiotas fazem) dizendo que o fato de eu ter ferrets é relacionado ao meu desejo de grife. olha, até seria, se essa pessoa realmente soubesse com quem está falando, e isso é que me deixa puta: o que dá às pessoas que não fazem parte do meu convívio o direito de emitir opinião sobre minha conduta pessoal? é uma falta de respeito e noção que, pra mim, ultrapassa todos os limites. você quer dar opinião geral sobre “pessoas que possuem ferrets”? problema seu, eu visto a carapuça se quiser; agora vir aqui no meu blog me julgar vira problema meu. e antes de continuar a falar do assunto, que me interessa, mando às favas os julgadores anônimos. vão se catar, que eu tenho mais o que fazer.

continuando no que interessa: eu, juntamente com o fer meu marido, fazemos parte do grupo de pessoas que são contra a venda de ferrets no brasil, há 5 anos (desde que casamos e começamos a pensar no assunto). o fer participa de listas de discussão e comunidades de ferrets e se empenha em convencer as pessoas a não comprarem ferrets. por quê? leia esse post e você vai entender, espero. o outro motivo é que a maior parte das pessoas compram o bicho exatamente pra ter um animal diferente, sem saber que ele exige cuidados muito especiais e geralmente morre de forma dolorosa e triste. e, adivinhem?, a maior parte das pessoas simplesmente os abandona quando eles estão velhos e doentes, ou vende pra os desavisados que não sabem o que estão comprando.

o que temos feito há 5 anos é ficar atentos aos ferrets velhinhos e doentes que as pessoas não querem mais, e nós os compramos ou achamos quem adote. essa é a nossa forma de contribuir para que eles tenham um final de vida digno. porque nós nos importamos! pra nós, ferrets não são símbolo de status ou uma forma de nos definir para os nossos pares. eles são seres vivos que merecem tanto respeito quanto você e eu.

e aí vem um otário qualquer que não me conhece aqui no meu blog dizer que eu tenho ferrets porque são bichos de grife ou por status! puta que o pariu, é o mínimo que eu posso dizer.

e é por isso que o título retoma o mito da caverna – esse tipo de gente realmente vive no universo parelelo, aquele em que só existe o próprio ego e o desejo primitivo de agredir quem ousou “ofendê-lo”. só estando mesmo muito cego pra achar que eu tenho algo pessoal contra você, um dos 5000 acessos que este blog tem por dia; e só sendo muito sem noção pra julgar a mim, pessoa física, sem me conhecer. tenha dó.

com o pouco de compaixão que me resta, eu aviso você, potencial leitor ofendido por algo que eu escreva – seu sentimento de ofensa vem da sua baixa auto-estima, dos seus problemas pessoais; não existe ninguém aqui querendo agredi-lo. se você se dói com algo que eu digo “pra geral” é porque você se identificou e não porque eu sou uma escrota que quer atingir você, entendeu?

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  1. Eu venho aqui sempre mas nunca comento. Venho só pelo gosto de ler opiniões semelhantes às minhas, ou discordâncias que me fazem pensar. Hoje deu vontade de comentar porque esse tipo de coisa já me cansou tanto… gente que vem ler e se acha no direito de atazanar. Ninguém obirga ninguém a visitar site algum. É como eu costumo dizer… não gostou? O X fica no canto superior da tela… é só clicar lá! =)

  2. Zel,

    Na boa, Manda pra PQP!!

    Desculpe a deselegância, mas é isso mesmo!

    Deve ser leitor de ameba que tá de mal com a vida e resolveu descontar em vc! É gentalha que começou a te ler ontem! Gente do MAL!! Quem te lê há anos (como eu – desde 2000), sabe do seu amor incondicional a esses animais e a outros! Sabe da sua consciência ambiental, sua preocupação com a sustentabilidade. Esse tipo de pessoa habita o estranho mundo da inveja! Espaço que eu sei que nós não frequentamos!

    Todo o meu apoio!

    Se quiser, é só chamar que a gente dá uma vaia no sujeito!

    bjão!!

  3. Zel, eu desisti de ter um ferret por causa do post do Fer (lembra que uma vez eu perguntei?), apesar de ter conhecido uns muito deliciosos que um amigo cria. Acho que ter um bicho é uma enorme responabilidade. Que alguém seja diferente nisso me deixa doente de vergonha de ser humana.

    Gente é mesmo uma espécie pentelha, né?

    Liga não, ou melhor, liga sim e escreve esses posts ótimos(eu realmente adoro seus post reclamando das coisas, adoro). Esses fulaninhos não tem mais o que fazer, cara…

  4. Oi Zel,

    Acompanhei a discussão (nos comentários) sobre cachorros de raça, grifes, ferrets e etc, mas na hora achei melhor não me meter, apesar de ter minha opinião sobre o assunto.

    Quando li seu post de hoje, quis dar meu pitaco: admiro você e o Fer por sua atitude quanto aos ferrets. Já havia lido nos “Mustelídeos do Capeta” como é difícil e caro criar um ferret, e percebi sua tristeza quanfo o Groo morreu (sou uma das leitoras silenciosas que raramente comentam).

    Acho que vocês têm dado uma nova chance e um lar carinhoso a bichinhos que não têm culpa de serem importados e tratados como objetos de luxo, status ou sei lá o quê, e que são abandonados quando ficam velhos e doentes. E vi que vocês tratam deles com muito amor e carinho, sem poupar despesas (e que não são poucas, pelo jeito…)

    Tivemos uma cocker por 11 anos (comprada no criador). Na época queríamos um cão dócil com crianças, e nem sei por que decidimos comprar um cocker. Ela era linda, carinhosa, esperta e foi muito amada. Inclusive nos últimos dois anos de vida, quando teve câncer de mama, ficou surda, cega e por fim, insuficiência renal, o que causou sua morte. Ela foi bem tratada e medicada até o fim, e morreu em meus braços. 8 meses depois, ainda sinto muitas saudades dela, mas já decidimos que, quando resolvermos ter outro cão, adotaremos um vira-lata.

    Não tenho nada contra quem prefere cães de raça, mas concordo com você quanto ao mau tratamento dado aos filhotes em alguns pet-shops, e acho um absurdo essa preocupação com a raça do cão, como se fosse símbolo de status. O cão é um ser vivo, não um objeto de decoração ou pior, de ostentação, e merece ser respeitado e bem tratado. Quem compra ou adota um animal deve saber que está assumindo a responsabilidade de cuidar dele até o fim, e que haverá despesas, sujeira, barulho e, é claro, muito carinho.

    Por fim: não ligue para esses anônimos que vestem a carapuça e não têm coragem de mostrar a cara. Não vale a pena.

    Um grande abraço,

    Cristine

  5. Zel,

    Vou transcrever um excerto de um voto do Ministro Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiçaretirado do AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 787.684 – RJ (2006⁄0138204-0.

    Embora em linguagem jurídica, vem ao encontro do que você escreveu e espelha o acolhimento de suas idéias.

    “(…) O princípio da dignidade da pessoa humana identifica um espaço de integridade moral a ser assegurado a todas as pessoas por sua só existência no mundo. É um respeito à criação, independente da crença que se professe quanto à sua origem. A dignidade relaciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como com as condições materiais de subsistência. O desrespeito a este princípio terá sido um dos estigmas do século que se encerrou e a luta por sua afirmação um símbolo do novo tempo. Ele representa a superação da intolerância, da discriminação, da exclusão social, da violência, da incapacidade de aceitar o outro, o diferente, na plenitude de sua liberdade de ser, pensar e criar.(…)”.

    Abraços,

    Ricardo Donizetti

    Aracaju-SE

  6. Zel,

    cheguei aqui numa hora quente, kakakakakakk!!!

    Mas isso é o fim mesmo. Alguém nem se identifica e ainda manda chumbo? Tem ao menos que ter a coragem de assinar.

    Vim prá te dizer que seu questionário já está no ar. E para agradecer sua participacao no nosso blog.

    Valeu mesmo. E vou voltar por aqui para te conhecer mais porque gosto de pessoas assim diretas como você.

    Beijao

  7. Zel, só posso dizer uma coisa: assino embaixo. como já te contei, venho aqui porque vc me faz pensar sobre minhas atitudes também. Esta semana comprei pela primeira vez meus produtos de limpeza biodegradáveis. E sei que graças as suas dicas, estou dando um passinho a mais na minha evolução. Obrigada. E os chatos… deixa pra lá. 😉

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