já contei isso, mas nesse caso a repetição se justifica: sou usuária de internet durante no mínimo as 8h de trabalho do dia desde 1994 (quando aliás só tínhamos email e gopher, além do básico: telnet e ftp pra fuçar por aí). participei de um dos projetos pioneiros de web no brasil, o sistema de biblioteca da USP (migramos do UNISYS, cujo sistema era escrito em ALGOL para um sistema 100% web baseado em scripts unix). fui beta tester de um dos primeiros jogos online com interface web, o meridian 59. e, é claro, era viciada em IRC e ICQ 🙂
posso dizer com segurança que acompanhei de bem perto a revolução que a internet causou na vida das pessoas e empresas. tem sido divertido e incrível observar e participar. criei meu site pessoal em 1997 e meu primeiro blog em 2000. acompanho as novas ferramentas e acho uma certa graça das buzzwords tipo web2.0. mais uma modinha pra picaretas em geral ganharem dinheiro dos empresários desinformados. mas isso é papo pra outro post.
com tanta novidade, confesso que última coisa que emocionou a early adopter em mim foi mesmo o blogger. orkut e afins me pareceram interessantes, é claro, mas confesso que tem me incomodado cada vez mais o coletivo de monólogos. e isso não tem nada a ver com as ferramentas, são as pessoas mesmo. leia twitters, orkuts e facebooks e me conte se parece que alguém quer realmente trocar idéias com outro alguém. a mim parece que queremos audiência, atenção, 3 segundos de fama várias vezes ao dia, e usamos todas as mídias disponíveis pra conseguir.
fico espantada de ver montes de gentes em mesas de bares e restaurantes concentradas nos seus próprios celulares. se você não se espanta, devia: seres humanos a centímetros de distância uns dos outros usando celulares pra falar com outros que não estão ali ao lado. viajantes que tiram mais fotos do que observam. eu acho muito louco.
mas enfim, depois dessa elucubração toda, o que eu queria dizer mesmo? que hoje me peguei espantada e encantada com o a internet e como ela ampliou as possibilidades de relacionamento do leitor com os livros e seus autores (pelo menos os vivos :)).
contei que estou lendo o nome do vento, certo? o livro é sensacional. a ponto de eu ficar verdadeiramente triste por ter que parar de ler antes de dormir. fico sabotando meu horário de leitura, estou indo dormir bem mais tarde do que devia porque quero ler só mais um pouquinho. o livro é bem escrito, tem uma estrutura muito diferente de tudo que já li (histórias dentro de histórias dentro de histórias) e é original.
mas tem um problema – é uma trilogia, lançada em 2007 por patrick rothfuss e não tem data certa de lançamento dos demais livros. só deus sabe quando poderei continuar lendo a história.
fiquei furiosa (e curiosa também) sobre o autor, nascido em 1973. descobri que ele tem um blog, e que é uma figura muito interessante. descobri que no blog ele fala sobre o processo de criação, das dificuldades em escrever, revisar e inclusive levar uma vida normal diante do sucesso do seu livro.
quão incrível é poder acompanhar o processo de escrita de um livro “real time”? estou encantada com a possibilidade de entender o que se passa com o autor do livro durante o seu processo de criação, entender sua personalidade e ouvir sua voz fora do livro. essa possibilidade é quase mágica, indescritível para quem lê livros como eu leio.
e se você não entendeu nada e/ou não se emocionou com esse milagre que a internet pode proporcionar a uma leitora apaixonada, é um troll de pedra, vá catar coquinho! 🙂
é isso aí. isso mesmo.
André Gonçalves?
Não seria Zel? rs
Zel, sou de Curitiba e preciso muito flar com vc referente sua tatto. pode me passar seu email??
ni, você falou em histórias dentro de histórias e eu me lembrei imediatamente de um dos meus preferidos contadores de histórias emaranhadas: salman rushdie. fica a dica enquanto os próximos volumes da trilogia não chegam… 🙂
ah a internet… me fez lembrar de quando eu usava o laboratório do IC na Unicamp só para me comunicar com meus pares dos centros de pesquisa nos estados unidos. naquela época, internet era coisa de cientista. e nerd! 🙂
beijos