confesso: adoro fofoca. aquela coisa de sentar um bando de gente em torno da mesa do café da tarde e comentar sobre a tia X ou a amiga Y? acho divertido, sim. faço fofoca no MSN, no telefone, ao vivo e em pensamento.
entendo quem não faz fofoca e odeia – tem mesmo um componente “do mal” nessa prática. pelo menos pra mim o que acontece é o seguinte: às vezes tenho inveja, rancor ou ciúme de alguém e não tenho coragem de admitir. aí pronto: fofoco. acho defeito (ou exagero algum defeito pequeno), chamo a atenção pro que a pessoa tem de pior, essas coisas mesquinhas que a gente faz quando não consegue ser feliz sendo quem é. às vezes a gente precisa diminuir o outro pra se sentir melhor, eu bem sei. é pequeno e envergonhante? é sim, mas eu faço também e admito.
tem outro motivo pra eu fofocar: quando me chateio/irrito com alguém, ao invés de ser honesta e reclamar ou confrontar a pessoa, arranjo alguém pra falar mal dela e destilar meu incômodo. covardia pura, confesso de novo. porque quando a gente reclama pra alguém de alguma coisa ou confronta, sempre tem chance de ouvir o que não quer, certo? bem mais fácil é achar alguém que entre no jogo e ajude você a se sentir cheia de razão sem maiores consequências.
mas não precisa ser tudo assim tão sério… também acho que se a fofoca é feita com o simples propósito de desabafo (por covardia ou insegurança ou sei lá), no fim não há grandes consequências negativas pra ninguém além de você mesmo. e se o que você fala pros outros é algo que com um tiquinho mais de coragem você falaria pro alvo da fofoca, não deve ser o fim do mundo! vou fofocando e tendo fé: quem sabe um dia evoluo e ao invés de fofocar vou lá e resolvo o que em mim é mal resolvido? 🙂 (a propósito, já aconteceu comigo!)
tudo isso pra dizer que não sou santa, ok? mas tem uma coisa que me incomoda muito: aquele tipo que faz fofocas venenosas e sérias sobre alguém, mas quando está diante do alvo da fofoca se comporta como se fosse o melhor amigo do mundo, cheio de amores. uma coisa é ver defeitos e probleminhas nos outros e transformar isso em fofoca mas ainda assim ter afeto, consideração ou respeito; outra bem diferente é dizer coisas horríveis sobre o outro e continuar convivendo com ele como se fosse amigo do peito.
não consigo fazer isso por questão de honestidade comigo mesma. por mais que veja defeito em todo mundo (eu vejo, até porque todo mundo tem :D), faço questão absoluta de não conviver e não ser amigável com quem tem defeitos ou problemas que considero “irreconciliáveis”. não consigo mentir desse tanto, não dá.
e acredito que pessoas que se comportam assim (fofocas horrorosas por trás, sorrisos pela frente) são tipo… loucas. e perigosas. sério: é psicopata ou carente crônico. ou não tá nem aí pra ninguém mesmo ou precisa tanto de atenção que abana o rabo pra qualquer um, mesmo aqueles que detesta porque precisa se sentir cheio de amigos.
não sou contra fofoca não, pode ser uma boa válvula de escape sem grandes consequências, mas de gente assim eu me afasto sem remorso. muita meda.
traduziste muito do que penso e [ainda por cima!] num momento em que estou sendo alvo de pessoas [insanas] assim.
obrigada.
🙂
Zel, eu também amo fofoca. Me identifiquei muito com o texto e queria uma opinião sua. Você não acha que se prezamos mesmo pela amizade de determinada pessoa, deixar de dizer para ela que ficamos chateados com alguma coisa não pode acabar afastando as pessoas? Digo isso pq já estive do outro lado da moeda, com gente que eu gosto muito se afastando de mim sem ter coragem de conversar e dizer o que estava pegando. Te adoro. Beijos
Nossa que texto sincero….Gostei demais…tenho muito disso ainda…
Há tempos decidi não engolir mais nada que me irrite . Então comecei a confrontar as pessoas…As vezes dá certo, as vezes não, mas o melhor é não engolir 02 sapos por dia, ou matar 02 leões por dia, porque 01 leão e 01 sapo por dia já bastam né…
Bjus.
halina
olá zel;
continuo achando que as relações humanas são muito dificeis: falar o que vc pensa é ótimo, ouvir o que os outros pensam nem tanto…
mas adotei o seguinte lema !”só falo de fulano aquilo que posso falar para fulano”..
tem dado mais ou menos certo, rrsrsr..
bj
elaine – eu acho que quando a gente se importa com a pessoa, devemos nos esforçar por dizer a verdade sim, por mais que seja difícil. só assim as pessoas podem melhorar, né? 🙂
Concordo em gênero e “número igual”! rs
Adoro seus textos!