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história #2: bia bonduki

Quem conhece a nós duas, sabe que nos convidar para dividir uma mesa num jantar, até alguns anos, era gafe na certa. A gente não se conhecia, mas a sombra da existência de uma incomodava a outra. Falo por mim, claro – eu não sei a opinião dela, e hoje em dia nem importa. O fato é que eu era uma menina de 21 anos que acabara de arrumar um namorado e estava toda deslumbradinha. O mesmo namorado que alguns anos antes tinha sido marido da Zel, coisa que estamos carecas de saber.

Sendo a pessoa que ela é, eu, na minha pouca experiência de vida, morria de inveja. O problema é que o único meio de me informar sobre ela e poder destilar meu veneno junto aos meus era o blog. Tudo o que eu sabia sobre ela era pelo olhar alheio, então eu lia seus textos com uma boa dose de julgamento. “Nossa, ela se acha, né?”, era o comentário mais profundo que eu conseguia fazer.

Não faço disso um mea culpa, não, afinal o momento era outro – para mim, para ela, para todos. E assim segui acessando www.zel.com.br diariamente (acho que até era outro site), e me alimentando da imagem que fazia dela. Resultado mesmo eu não via nenhum, mas vai explicar isso pruma pivete ciumenta.

Até que um dia, pãm, site apagado. Sem background, sem links, apenas a letra de Vapor Barato. Relembrando os últimos posts, percebi que aquela não era a hora de julgar. Ela estava sofrendo, era tão humana quanto todos seus leitores, e fazer troça desse momento era no mínimo babaca. Não sei bem por que aquilo me tocou tanto, mas as coisas mudaram a partir desse dia.

Também não sei dizer exatamente quando nos conhecemos e passamos a nos falar, freqüentar, fofocar. Mas tenho a impressão de que, de alguma forma, nossa amizade sempre esteve ali, esperando eu me desamarrar do passado que nos unia para que pudéssemos nos conhecer. Esse post foi um passo que dei em direção a ela.

blog: engraçadona, desgraçadona

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a bia já contou boa parte da história do lado dela, e eu vou contar então a minha 🙂

também a conheci graças ao ex-ex-marido, e falo por mim: tenho ciúmes de todas as namoradas de todos os meus ex. quero que elas morram TODAS. aliás, amizade com ex é uma coisa que pra mim só existe em obra de ficção, é uma coisa assim muito superior. eu não sou tão superior assim, não. pra mim, ex bom é ex morto.

dito isso, eu tinha ciúme sim dessa moça linda, engraçada, inteligente, fofa e (atentem para o negrito) muito mais nova e mais magra que eu 🙂

mas ao mesmo tempo, eu gostava dela e muito. porque esse ciúme não tinha nada a ver com querer o ex de volta, é um ciúme só conceitual. sempre achei a bia uma fofa. e eu sabia que ela não gostava de mim, o que é absolutamente compreensível, dado o contexto: eu fui a primeira namorada “importante” do nosso ex comum (7 anos mais novo que eu, aliás). sei o quanto a minha figura (real ou imaginária) foi importante na vida dele, sei que fui referência feminina pra ele. é difícil conviver e competir com essa imagem (principalmente porque ela é imaginária).

eu lia a bia todo dia, e lembro de um blog bem engraçado que ela escrevia com algumas amigas, o farfalinas ou algo assim (procurei o link e não achei). era uma resposta disfarçada ao delícias cremosas, que incomodava muita gente (especialmente mulheres mais novas e mais bonitas, hahahhahaha!). entendia na época e ainda entendo a “reação” e a indignação. uma parte do incômodo dessas meninas era também o meu, e elas nem sabiam. mas essa história do delícias cremosas eu vou contando aos poucos…

eu não sei quando e nem porquê começamos a nos falar, mas com toda certeza foi pra falar mal do nosso ex em comum 🙂 nada é mais saudável pra dor de cotovelo que falar mal do ex com outra ex comum, saibam vocês. é renovador perceber que seus problemas com seu ex na verdade são problemas dele e não seus (afinal, ele repete as mesmas coisas com outra…). mas o assunto ex acabou desaparecendo, desabafamos sobre “amigas” (muitas aspas) em comum, e descobrimos que somos duas tontas que se deixam manipular por qualquer zé mané (sexo feminino ou masculino). rimos muito juntas, destilamos venenos e trocamos mágoas.

não posso dizer que a bia se transformou numa amigona daquelas de frequentar a casa, mas nem precisa. ela se tornou uma amiga de teclado sensacional, aquele tipo de amizade gostoso que não precisa de hora marcada e nem de ocasião. nos falamos quando dá, por MSN, e é sempre uma delícia. as conversas com ela me ensinaram muito e me ajudaram. aposto que ela não sabe, mas me tornar amiga dela foi um presente.

bia – você é uma mulher incrível, maravilhosa de verdade. quase não nos vimos na vida ao vivo, mas na minha lista de distribuição de amigas você é presença confirmada! obrigada pela sua história. você faz parte de uma parte importante da minha jornada aqui no blog e na vida.

3 comments to “história #2: bia bonduki”
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