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história #26: Danielle Trigueiros

É, eu não ia escrever uma história. Pensei: “Tá, eu a acompanho há muito tempo, mas… quem disse que eu tenho uma ‘história’ pra contar?” Daí, descobri que tenho sim, a publicação do texto do Guga me fez lembrar… Delícias Cremosas, como pude esquecer?

Cheguei ao DC sabe-se lá como. Também pelos idos de 2001. Achava muito divertido. Das blogueiras, passei a acompanhar você, a Dri Spaca e… uma outra que percebi que virou um desafeto seu. Me lembro que na época, do alto dos meus 19 ou 20 anos, não entendi a tal receita do “bolo de laranja bem-resolvido”. Hoje, olhando pra trás, achei uma grande maldade. Mesmo não sabendo exatamente o que aconteceu (e claro, não vem ao caso), a gente pode imaginar o ‘chute no saco’.

Por curiosidade que Freud deve com certeza explicar, acompanhava vocês três. Adoro seus textos, sempre muito bem escritos. Algumas vezes lia algo e pensava: “eu queria lembrar de tudo isso para um dia falar a alguém na hora que essa pessoa me irritar.” (risos) Ri muito com algumas histórias suas. Li em voz alta para o meu (então) namorado a história do perupatolinha, que virou a sua referência aqui em casa. A Zel, sabe? Aquela do perupatolinha.

Uma vez vi que você estava fazendo umas trocas, se desfazendo de alguns livros e querendo outros. Foi assim que quis trocar com você o livro “Feliz Ano Velho”, através da sua amiga Paula, aqui no Rio. Fiquei feliz de você ter um pedacinho de mim aí com você, mesmo que quase anonimamente.

Tem uma coisa na sua personalidade que também é muito minha: gostar dos amigos em casa, cozinhar pra eles. Sempre achei isso tão materno, e me perguntava por quê você não tinha filhos. Na minha imaginação, visualizava as festas/encontros que aconteciam na sua casa, e te via como a mãezona do grupo. Vibrei quando soube que vinha finalmente um bebê! Fiquei muito, muito surpresa. Virei para o meu marido e falei “Mô, sabe quem está grávida? A Zel.” Simples assim, como eu dei a notícia dos meus sobrinhos. Como se a conhecêssemos pessoalmente. E é super engraçado, pois é um momento em que penso em filhos também. Espero que você continue com o Fabricando, assim com esse humor ácido, tão inteligente, e muito particular seu.

E que o bebê seja mais do que uma experiência, mas que venha completar o amor de vocês.

É isso!

Muitos beijos,

Danielle Trigueiros.

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dani, vou te dizer: esse meu “desafeto” (que eu prefiro chamar de ex-amiga, porque afinal o que aconteceu é que eu decidi colocá-la pra escanteio, pois não servia pra ser nem conhecida, quanto mais amiga) é uma das muitas histórias que eu coleciono de fazer papel de otária. essa história, pra quem não sabe, tá contada aqui.

essa é uma lembrança interessante que você me trouxe, sabe? porque tenho uma tendência irritante a me repetir, que combato com unhas e dentes. ser feita de otária over and over again e não reagir era (eu ia dizer É, mas não é mais não) bem típico meu. por um motivo simples: eu precisava tanto de atenção que não me importava de pagar o preço, alto demais, de ser sabotada e sacaneada. por muitos anos, achei que qualquer migalha de atenção e afeto valia ser sacaneada e explorada. demorei a perceber que mereço bem mais que isso, e que quem quiser ser meu amigo e estar ao meu lado precisa me oferecer mais que uns fiapos rotos de amizade.

foi graças à terapia que decidi mandar essa pessoa cuidar da própria vida e virei as costas. mas não sem antes aprender uma dura lição: ética e valores não são universais. há pessoas que simplesmente não vivem seguindo os mesmos princípios que a gente. sei que falando assim parece óbvio, e que é ingenuidade demais achar que todo mundo é correto, mas… admito, sou ingênua mesmo. sempre penso o melhor das pessoas, não adianta. é com muito esforço que procuro desconfiar dos outros e me prevenir contra riscos. mas em cilada igual a essa aí da história eu garanto que não caio nunca mais. nunca mais vão se aproximar de mim pessoas deste naipe, não senhora.

achei divertidíssimo você comentar com as pessoas que não lêem meu blog sobre o que falo (falamos?) aqui como se fosse alguém assi próximo, conhecido 🙂 eu faço exatamente a mesma coisa, sabia? vira e mexe cito alguém de blog (mas normalmente não conto que é de blog, porque nem todo mundo entende isso), falo assim “ah, uma amiga falou que…” e cito o caso. afinal, não preciso explicar que a amiga escreveu no blog. pra mim, é amiga sim, e falou, e pronto. o bom é que o marido acompanha os blogs que eu leio também, então falamos do zé de abreu, do marco aurélio com a maior naturalidade. é divertido 🙂 pode me considerar parte aí do seu círculo de amigos, tá? 😀

tou com seu livro aqui, viu? não tinha lido e gostei muito. obrigada pela troca!

bem legal sua sacada do meu lado, digamos, maternal. por um lado, resisti à idéia de ser mãe por anos a fio, mas minha maternidade se manifestava mesmo em outros aspectos. sou uma amiga, mulher e profissional maternal, não dá pra negar, com tudo que isso tem de bom e ruim. sempre adorei receber as pessoas em casa não como hostess mas como mãezona mesmo. dou bronca, mando, cuido, me preocupo, me meto na vida dos amigos, um horror. até que no fim dos meus 30 resolvi assumir esse papel de verdade, com meu próprio filho. e vamos ver no que vai dar 🙂

obrigada por compartilhar sua história, por estar sempre por aqui e ser de alguma forma também parte do meu círculo de amigos. tenho certeza que o piolhinho vai ser um grande complemento à minha história cheia de reviravoltas, além de mais um capítulo da história conjunta com o fer. fique aí e aguarde mais notícias!

beijos.

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