Não foi fácil escolher o que dizer sobre estes dez anos de blog. Tanta coisa aconteceu permeada pela presença dessa leitura que fiquei me sentindo num videoclipe, tentando achar a edição ideal, que desse conta de uma narrativa satisfatória. Aí me dei conta de que as lembranças mais fortes não vinham do blog – bom, certamente também daqui – mas da sua presença, real, específica, da sua voz e da sua risada.
Lembro mais ou menos como te conheci. Estava meio novata nesse negócio de blog, e achando muito esquisito as pessoas se apresentarem por “sou fulana, do blog tal”. Na época eu tinha um blog que falava sobre arte e cachorros, que eu curtia muito fazer, mas achava que dizer “Sou a Teca, do Giulieta”, falava pouco, e de um jeito esquisito, sobre mim.
Enfim, se não lembro muito como foi, lembro direitinho onde: fomos ao cinema, com amigos comuns, no Shopping Higienópolis. Sou tímida, e fiquei mais ouvindo do que encorajada a falar. Mas me lembro bem de algumas “marcas”: a voz doce, a tatuagem, a anti-imagem de “celebridade da internet” que eu imaginava encontrar. Depois disso, acho que em outro dia, fomos à sua casa, na Aclimação, e eu me senti um pouco retraída pela timidez, mas ao mesmo tempo “em casa”. Conheci o Fê Weno, essa doçura de moço, e mais um monte de figurinhas, algumas que vi só mais uma vez ou outra, e lembro bem da sensação que não passou mais de que era bom estar perto!
Nesse tempo todo, muita coisa aconteceu na sua vida e na minha, giros imensos, e eu alternava encontros presenciais e outros que aconteciam (pelo menos em mim) via blog.
Desde que te conheci, virtual e pessoalmente já amei e desamei, separei e casei de novo, virei mãe, trabalhei à beça, reconstruí o mundo e os desejos algumas vezes. Sempre acompanhada das tuas reflexões, dos sonhos, das críticas nem sempre consonantes com meu olhar mas que sempre me fizeram pensar. Te ler foi sempre uma delícia, um jeito de estar perto, uma vontade de bater papo. Alterno com lembranças de comidas deliciosas, do gosto pela arte, de idéias ótimas e da sua voz doce.
Seu blog é um pouco como estar com você: sem artificialidades nem artifícios, só vontade de estar junto!
Parabéns por estes anos todos, e pelo pequeno que vai abrir um mundo ainda maior: é lindo acompanhar alguém do começo!
Beijo,
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ah, gente, a teca. eu a conheci graças ao gui, eu acho. juro que não lembro detalhes como esse do cinema, mas tenho uma imagem mental e emocional bem marcada: ela é linda e delicada, aquele tipo de mulher que dá mesmo pra comparar com uma flor sem ser cafona. pra vocês terem idéia, a teca se transformou na minha referência inconsciente do que é ser mulher.
eu explico: no meu processo de terapia, uma vez tive um sonho com a teca que, pra resumir, trazia em si uma série de recados pra mim mesma sobre o que eu buscava em mim mesma como mulher e não admitia. a teca foi protagonista, no meu sonho, do que eu mais admiro na figura feminina (e que frequentemente me falta, e naquela ocasião faltava ainda mais): doçura com firmeza, delicadeza na voz e nos gestos, uma beleza sensível e sem vulgaridade, carinho no tratamento do outro, sensibilidade para com os sentimentos alheios e os seus próprios. quando soube que a teca ia ser mãe, há 2 anos e um tanto, fiquei exultante: nenhuma mulher que eu conheço combinava tão perfeitamente com a imagem de mãe quanto ela!
a teca, no meu universo particular, é afrodite.
não sei dizer o quanto concordo ou discordo da teca, porque meu olhar e minhas leituras sobre o que vem dela são um tanto permeados pelo encantamento que sinto. ela é tão diferente de mim, mas assim TÃO, que só consigo me espantar com ela. adoro ver o mundo um pouco pelos olhos dela, tão bonitos e aéreos. a teca é leonina, se não me engano (que aliás é meu ascendente), mas não é possível que não haja nada de ar nela 🙂
querida – não importa o quanto já nos aproximamos ou afastamos, o carinho e admiração que tenho por você são os mesmos. agora que tem um piolho chegando aqui do meu lado, acho que vai ser uma oportunidade de trocarmos mais idéias e compartilharmos mais uma fase da vida, né? 🙂
e nem vou escrever mais nada. fica um quadro que, sei lá o porquê, me lembra dela:
(o passeio, marc chagall)
Querida,
Fiquei o dia todo com as suas palavras tão generosas rondando na minha cabeça. O engraçado é que eu sempre tive essa imagem de você: uma mulher decidida, realizada (e realizadora), forte. Mulher poderosa, com M maiúsculo!
Como foi bom ouvir tudo isso num momento em que estou começando a conseguir novamente me ver conjugando de um jeito mais tranquilo a lente da mãe, da esposa e da mulher. Vivi a chegada da maternidade de forma tão intensa que me misturei ao mundo todo, pra voltar aos poucos, agora me sentindo mais completa e mais eu.
E eu sou leonina sim! Mas meu ascendente é Libra, e isso me faz cabeça nas nuvens! Com a lua em peixes, pronto: o mundo é sempre uma experiência fascinante!
Que linda a pintura do Chagall. Eu a vi pela primeira vez ao lado de um moço especial, por quem estava apaixonada (e que eu não soube merecer), mas essa sensação de vôo me acompanha desde criança. Me identifico totalmente. Talvez por isso tenha pânico de voar!
enfim, daqui a pouco escrevo outra história, costurada em outra sua, e em outra…
obrigada pela sua doçura.
beijo!
esse quadro é a própria Teca!