ter ou não ter filhos?

depois de ler o texto do alex sobre o assunto, achei que devia opinar a respeito. inclusive porque até bem pouco tempo eu tinha decidido não ter filhos, mudei de ideia há 3 anos mais ou menos.

primeiro, por que eu não queria ter filhos? vários motivos: já tem gente demais no mundo; tem muita gente horrorosa e idiota no mundo; a humanidade virou o maior predator exploratório do planeta, temos um problema de sustentabilidade (e colocar mais gente no mundo não ajuda); não queria abrir mão da minha liberdade; custa muito dinheiro; dá um trabalho do capeta; não tinha vontade; não via vantagem nenhuma; não tinha encontrado nenhum homem que eu visse como pai pro meu filho.

já aviso que continuo não vendo vantagem nenhuma, depois de ter meu filho 😉 dá trabalho, custa caro, CANSA pra caramba, não tenho mais tempo pra mim e o casamento fica em segundo plano nessa fase.

bem, e por que diabos eu decidi então ter um filho? acho que a resposta mais simples é curiosidade. caramba, eu ia passar pela vida sem ter essa experiência única! mas não é só isso: tenho certeza que saltar de paraquedas é também uma experiência única, e vou dispensar 🙂 pensei no quanto é importante que pessoas inteligentes, do bem e com condições emocionais e financeiras tenham filhos, pra ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor. eu e fer somos pessoas legais, preocupadas com o futuro do mundo, ajudamos todos que podemos, temos condições de ter um ou mais filhos, então por que não contribuir para o pool genético (e com sorte, colocar mais uma pessoa legal no mundo)?

confesso que nós 2 somos um casal um tanto incomum. tínhamos e ainda temos uma grande curiosidade antropológica e biológica, digamos, quanto à experiência toda. curtimos muito a gravidez, desse ponto de vista – é incrivelmente incrível gerar outro ser humano, pensem bem! fisicamente a experiência é cansativa e estressante (dá medo de dar algo errado, toda uma tensão), eu não repetiria. filosófica e biologicamente é incrível, recomendo pelo menos uma vez.

ainda nessa linha, acompanhar o bebê desde o dia em que nasce é maravilhoso. nunca deixo de me espantar com o fato de que todos passamos por isso, cada fase, cada conquista, os percalços pra nos tornarmos serem humanos adultos e aptos a seguir nosso próprio caminho. a observação “de microscópio” que experimentamos quando cuidamos do nosso bebê traz uma perspectiva sobre o ser humano como animal e como espécie que não é possível ter de outra forma. dá até um sentimento de humildade e a visão de que de alguma forma estamos todos no mesmo barco.

e tem a experiência afetiva, que é também única. não sei comparar ou colocar amor em escala, como algumas pessoas fazem (filhos são o MAIOR amor que existe, coisa assim), mas posso dizer que é um amor diferente. é amor misturado muito fortemente com desejo de proteção e preservação. desde a primeira vez que você vê o bebê, desperta algo instintivo e sem explicação, uma urgência de cuidar e proteger. e o amor por aquela criatura indefesa e totalmente dependente de você é muito diferente e bom porque só aumenta. a cada dia que você descobre no bebê uma coisinha nova, vê nele mais e mais sinais de um serzinho humano único, maior é o amor.

acho possível pesar prós e contras na decisão de ter filhos, mas não acho que é possível, depois de tê-los, dizer se teria sido melhor não tê-los. o envolvimento emocional é tão grande que se perde a objetividade. digo que TALVEZ, se eu soubesse o quanto custa ter um filho (não falo de dinheiro, embora o custo financeiro seja alto e de longo prazo), optasse por não engravidar. e acho que quanto mais tardia a decisão, maior o impacto desse custo na vida. ficamos mais egoístas quando vivemos sozinhos ou em casal, e ser mãe/pai é o inverso de ser egoísta, é o altruísmo absoluto. é tudo por ele, para ele, a partir do momento do nascimento. não porque você queira, mas porque é necessário. não há outra opção, não dá pra desistir.

o que dá pra dizer, “do lado de cá” da cerca, é: se você valoriza muito sua individualidade e não quer mudar esse cenário de foco-em-mim, não tenha filhos. a mudança é brutal, e o filho não “compensa” o que você perdeu. não há mágica – você vai sentir falta da vida anterior, sim. e vai sofrer por não ter mais as coisas que tinha antes. e o bebê vai te ocupar todo o tempo, você vai amá-lo muito e vai se adaptarc, como todos fazemos. isso não significa que a vida com bebê é MELHOR que a anterior, não caia nessa.

(e tem aqueles que só encontram sentido na vida quando têm filhos. desconfio sempre desses, me parece que apelaram para o plano B, tipo “nada mais deu certo pra mim, vou procriar”. porque vou contar outro segredo: ter filhos dá uma sensação enorme de accomplishment, ou “eu tenho esse poder!”)

como evolucionista e fã do gene egoísta, não podia deixar de mencionar que além de toda a explicação racional, tem também o chamado selvagem: fomos programados para procriar. engravidar e ter bebês dá sim uma sensação de poder, realização, como se você cumprisse um propósito. até porque o propósito existe, e é esse mesmo 🙂

entendo e respeito quem não tem filhos, não acho que estejam “perdendo” nada. e admiro um pouco também, porque insistem em viver a vida com foco em si mesmos, sem plano B e à revelia da programação genética. teimosamente, não transmitem a nenhuma criatura o legado de sua miséria 😉

40 comments to “ter ou não ter filhos?”
40 comments to “ter ou não ter filhos?”
  1. Zel, confesso que desde que, no Fabricando, você disse que ia falar sobre isso, espero pelo post. É um tema que me interessa muito e uma reflexão em que estou muito envolvida. Não tenho filhos e não quero ter, mas estou aberta à possibilidade de mudar de ideia. E acho que você tocou num ponto fundamental: curiosidade, desejo. Você teve tanto curiosidade quanto desejo de passar pela experiência e acho que, apesar de criarmos tantos sentidos e racionalizarmos tanto, o que fala alto acaba sendo esses dois elementos.
    Obrigada pela reflexão compartilhada! Um beijo.

    • sabe que gostei muito do seu post, especialmente a parte que fala de amor incondicional. também não acredito nisso, acho que é viagem errada. talvez exista enquanto o filho é bebê/criança e você não pode abandonar. depois de adulto, isso definitivamente pode não ser verdade. não acredito que pais amam seus filhos “no matter what”. se o filho for um sem noção, ou no limite um psicopata, sei lá, acho que não deve ser a mesma coisa.

      mas creio que os pais tenham por instinto proteger seus filhos, no matter what. mas isso, pô, não é amor!

  2. Zel, o melhor texto que já li sobre o assunto. Objetivo, sem aquele viés feminino cansativo, de amor incondicional, de única possibilidade de ser feliz na vida e tals. E quase todas as mulheres que conheci acham estranho não querer ter filhos, como se fosse
    uma monstruosidade. Eu e meu marido escolhemos não ter filhos
    e ninguém entendia isso, de que a gente pode escolher. Motivos? Todos os argumentos que você citou. Resposta das pessoas? Mas isso é egoísmo. E emendavam, em seguida: Já pensou em quem vai cuidar de você na velhice? Eu ficava assustada com tanto egoísmo delas:)Afinal, filho não é caderneta de poupança afetiva, hahaha.
    Hoje, pós-menopausa, penso que poderia, sim, ter sido uma bela experiência.Mas não me arrependo. Gostei do que você falou sobre o altruísmo e egoísmo, sem nenhum moralismo. O que as pessoas não suportavam (casei em 72) era eu dizer que tinha escolhido. Se eu dissesse que não podia, todo mundo ia ficar com pena de mim.
    E sabe que adoro crianças? E cheirinho de bebê? Papariquei muito meus sobrinhos, o que é muito diferente de ter filhos.
    Não tive a responsabilidade de colocá-los no mundo e todo o resto que você já falou.

  3. Por favor, não esqueça de avisar quando publicar um livro com os seus textos sobre essa experiência, tá? Quero ser chata não, mas vê se não demora (brincadeirinha, hehe; não, não é brincadeira, é de verdade).

  4. Sobre o comentário da Tereza: uma amiga um vez me disse: ” ah, se você pensar muito acaba não tendo filho…” Certo! É para isso que serve pensar, não? Eu resolvi ter minha filha só depois de 8 anos de casada e tinha gente que falava: “espertinha, hein?” censurando mesmo (e com inveja, certamente). Como se fosse erradíssimo es-co-lher ter ou não ter filhos.

  5. exato. também acho que não é amor. mas as pessoas confundem. ou querem manter a maternidade idealizada e romântica, sei lá…

    já leu precisamos falar sobre o kevin? é super barra pesada, mas me fez pensar muito sobre essa história de amor incondicional entre mãe e filho.

    um beijo!

  6. Essa história de dizer que nao quer filhos ainda causa muito espanto mesmo em gente muito nova. Onde eu trabalhava, várias pessoas da minha equipe eram mais novas que eu (5 anos ou mais), e eles me achavam “diferente”, “estranha” “a única mulher de quem já tinha ouvido dizer que nao queria ter filhos”. Isso numa equipe de DESIGN de uma grande empresa de moda brasileira. Reforço serem uma equipe de design pois espera-se que pessoas que lidam com criaçao tenham uma mente mais aberta. Imagina as outras pessoas?
    Eu tenho 31 anos, meu marido 29. Nao queremos ter filhos por várias das razoes citadas e mais uma: nao queremos ter uma pessoa dependendo de nós pra absolutamente tudo durante nao sei quantos anos. É egoísmo? Provavelmente. Mas é a nossa vida e a nossa escolha. Nosso casamento é tao bom, nao queremos que mude, nao vemos filhos como uma “evolucao! Estamos juntos há quase 9 anos (morando juntos há 4).
    Posso mudar de opiniao? Claro que sim. Mas penso assim desde a adolescência e cheguei a ouvir de um namorado que se abortasse um filho dele ele me denunciaria à polícia!!!! É inacreditável!
    Há 8 meses estou morando em Montreal. Aqui o direito de escolher e de dizer “eu nao quero ter filhos” é respeitado. Minhas colegas de equipe que têm filhos pequenos nao fizeram cara de horror e repulsa quando disse que nao queria ter filhos. Simplesmente concordaram que esta era minha escolha e pronto. Inclusive quando pedi indicaçao de ginecologista uma delas (que tem um menino de 2 anos) me indicou a dela que atende em uma clínica onde também se realizam abortos. Nao fica escondida, nao tem seguranças na porta e homens podem acompanhar suas companheiras se quiserem. É uma clínica de saúde da mulher. Tem um site explicando absolutamente tudo sobre o procedimento e acima de tudo, tem muito respeito.
    Eu gostaria muito que no Brasil as pessoas respeitassem mais a opiniao dos outros – em tudo, nao só em relaçao a ter ou nao ter filhos. E que nao fôssemos julgados como egoístas, estranhos ou qualquer outro rótulo similar.
    Mais uma vez, Zel, parabéns pelo seu post, por ser clara e respeitar todas as escolhas. 🙂

  7. Eu tô casada há 15 (quin-ze) anos com o amor da minha vida e continuo não querendo filhos por muitas razões e mais uma: me assusta. Freaks me out a lot. Me lembro de Ripley. Sei de um monte de coisas que podem dar errado. Tenho medo.
    E é egoísmo, sim, mas é também uma reflexão cuidadosa para a qual eu volto sempre. Ainda tenho tempo de mudar de idéia mas ainda gosto mais da idéia de adotar alguém. Meus genes não tem nada de especial, não somos os mais lindos nem os mais talentosos nem os mais inteligentes. O mundo pode viver sem outro de nós.
    Ainda assim tenho vergonha e preguiça de dizer isso à maior parte das pessoas. Vergonha por que as pessoas te julgam (e são cruéis, especialmente as que já tem rebentos) e preguiça porque, poxa, a vida é minha, não quero ficar discutindo isso ad eternum, que coisa.
    Por isso que eu volto aqui sempre. Sinto meu coração aquecido quando me dou conta que nem todo mundo vai me julgar egoísta ou imatura ou simplesmente estranha mas olha, cinco ou seis anos atrás sofria muito por isso. Meus amigos e família faziam (ainda fazem) uma pressão animal e eu achava que estava errada, que era mesmo estarnha, egoísta e imatura. Acho isso o pior de tudo. Quando todo mundo acha que sabe de você mais que você mesma..

    • olha, aprendi que é importante ser assertiva e clara sobre o fato de que isso não é problema DELES, é assunto privado e não público. decidir ter ou não filhos não deve ser assunto “da família”, mas do casal somente.

    • Concordo plenamente com o seu ponto de vista. Acho que hj em dia nós mulheres podemos decider livremente se queremos ou nao ter filhos, mesmo vivendo num relacionamento (quando se é casada a pressao é bem maior)
      Tenho uma história parecida com a sua no que diz respeito a ser casada há 15 anos e nao ter filhos. A pressao da família diminuiu, mas aqueles comentários indiretos ainda existem. Concordo também, plenamente, com Zel quando diz que isso é uma decisao do casal e nao da família, pois no fim das contas quem vai cuidar da nova vida sao os pais e nao os parentes.
      Apesar de ainda ser difícil tomar essa decisao de nao ter filhos numa sociedade, que pensa que o papel da mulher é procriar, acredito que diz respeito a cada um tomar essa decisao e nao deixar se influenciar por pressoes externas.

      • cris, é isso mesmo: ninguém tem que dar palpite sobre um assunto que é tão impactante na vida da mulher, do casal. ter filhos não é fácil, e a vida muda demais. e não é pra MELHOR, é pra DIFERENTE. que as pessoas tenham mais liberdade pra optar, é só o que eu desejo pra 2012 e pra sempre 😀

  8. Renata, sobre o amor incondicional tem um livro muito interessante ” O Mito do Amor Materno: Um Amor Conquistado”
    de Elizabeth Badinter. Ela fez uma pesquisa histórica para mostrar que o amor materno, tal como o conhecemos, nem sempre existiu na França. Ela questiona a existência do “instinto materno” e diz que esse “instinto” é criação cultural.

  9. Eu tive minha filha com 37 anos, e morava junto com o pai dela desde os 20. Nós tinhamos uma viagem que era “só os casais infelizes tem filhos”. Mudamos de idéia. E eu assino embaixo de tudo o que a Zel escreveu. Só teria uma discordância. Acho que até uma certa idade, eles retribuem em dobro, em triplo o trabalho que dão. Eu era uma total deslumbrada diante das maravilhas que minha pimpolha era capaz de fazer a cada dia, a cada fase. Depois de uma certa idade isso começa a mudar. As agruras da adolescência estão começando, e não é mole não. 🙂
    É uma grande viagem, eu acho que vale à pena, mas não acho que é a única viagem possível.

    • olha, bom gancho esse seu, pra eu dizer o seguinte: não espero retribuição do meu filho não, viu? não espero que ele cuide de mim ou coisa parecida. decidi tê-lo pra passar pela experiência e dar condições pra que ele seja alguém que contribua com o mundo, e seja muito feliz. da minha vida, minha felicidade e tals, cuido eu 🙂

      beijos!

  10. Oi Zel, li seu texto e ia comentar sobre o livro “O mito do amor materno”, mas vi que ele já foi muito bem recomendado 🙂
    Realmente é uma leitura bem agradável e nos faz pensar bastante… recomendo também.

    Beijos,

    Ana

  11. Nossa adoro ler as coisas que vc escreve, te acho muito inteligente e sabe bem como usar as palavras.
    Vc falou td quem opta p ter filhos tem q ta ciente mesmo pq é realmente vc perde a sua vida e até a liberdade, e imagina eu mãe o tempo integral sou muito cuidadosa criei rotina com as cçs e de certa forma tem um lado bom e ruim, mas como sou uma pessoa q preciso disso p me sentir organizada me prendo as essas coisas de hora p comer p dormir etc, acabo até ficando escrava, mas nossa a muito o que falar, é difícil criar um filho acho que é uma tarefa arriscada principalmente no mundo de hj, so tem doido como vc mesma disse, e fica difícil… muito difícil…. mas meu sonho era ter dois eis ai meus lindo amores da minha vida bruno e maria theresa, vivo intensamente a eles e acho q eu fiquei perdida em algum tempo pq as vezes nem sei onde to so me vj mãe rsss bjs
    ivanise! ah seu filho é muito lindo lindo mesmo, antes de te-los não sabemos, mas depois de te-los nao vivemos mais sem eles rss (rsss vixe me enrosquei rsss :))

  12. Oi Zel,
    Eu também adorei o seu texto e a maneira objetiva de abordar este assunto.
    Estou casada há 8 anos, estamos muito felizes e ter um filho nunca foi o objetivo principal da nossa união.
    Até a minha mãe, que sempre trabalhou fora, que seguiu carreira, estranhou, pois o sonho dela sempre foi ser mãe e como é que eu nunca tive esta vontade de maneira concreta.
    Enfim, agora estou eu aqui com 32 anos decidida que quero passar por esta experiência, me sentido mais preparada agora do que antes, mas confesso que sempre bate aquela vontade de adiar mais um pouquinho.
    E tenho que você está sendo muito importante neste meu processo de preparação para a maternidade e que sem dúvida está me ajudando muito, mesmo sem eu ter entrado na parte prática da coisa.
    Obrigada!
    Greicy

  13. Bom dia.

    Acompanho seu blog há bastante tempo, pouco comento.
    Fiquei um tempo sem vir aqui, faz uns meses q descobri q vc teve filhos. Como sabia de sua anterior opção por não ter filhos, pensei qual seria o fator q te fez mudar de idéia.
    Agora entendi.

    Primeira vez q leio um texto de alguém q não qria ter filhos, q mudou de idéia e teve, e não escreveu algo totalmente : “agora sim descobri o que é ser feliz, a maternidade é a melhor coisa do mundo” e todos os chavões q vc aponta no texto.

    Obrigada por ter escrito de forma tão objetiva. Vc conhece os dois lados da moeda.
    Ñ qro ter filhos. E ler seu texto me deixa mais confortável em manter minha opinião e principalmente não me sentir um monstro por ñ querer.

    Um bjo qrida, feliz Páscoa pra vc , seu marido e seu filho que é mesmo uma fofura.:)

  14. Oi Zel,
    Seu site foi para mim um achado. Estou nessa fase de coragem para ter um filho e minha identificação com o que vc escreveu foi imediata.
    Sou casada há 5 anos e não queria ter filhos, por egoísmo mesmo, poderia dizer que era pelo bem do mundo, mas estaria mentindo, sempre foi pelo meu bem, mental, físico e psicológico. Isso, até minha ginecologista pedir um BetaHCG e eu ficar “comovida” (fiquei mesmo foi curiosa). E a curiosidade me levou aos extremos de querer um filho. Me pergunto como será ter um? Vou passar pelo mundo sem essa experiência? A verdade, é que eu quero viver tudo que posso, sem me importar com a opinião alheia e se posso ter um filho, por quê não? Apesar que a pergunta por que sim também vale. Em todo caso, mudei de ideia não queria até mês passado e agora quero. Se será bom ou ruim, não sei, fico com medo de pensar, mas vou em frente, pois afinal, sou uma mulher moderna e posso muito bem decidir se sim ou se não.

  15. Obrigada pelo post….tenho 32 anos e estou na duvida…acho q a pressao e o medo (de nao conseguir no futuro) sao maiores do que a vontade em si…essa decisao e dificil e sem volta… sou casada, meu temos condicoes de ter, mas acho q nao vivi tudo que queria viver…nao viajei nem vi tudo que queria ver…estou muito perdida, porque nao ha garantia para nada…e a responsabilidade e imensa…nossa que duvida….mas obrigada… 🙂

  16. OI ZEL!

    TENHO UM FILHO, MAS SE HOJE COM 34 NÃO TIVESSE JAMAIS TERIA. DÁ TRABALHO, GASTO, O PAI NÃO PAGA PENSÃO, NÃO DÁ ATENÇÃO. SOFRO MUITO…
    ENFIM, JÁ FIZ MUITA GENTE DESISTIR DESSA IDEIA.
    FILHO É PARA QUEM TEM UMA VIDA FINANCEIRA NO MÍNIMO ESTÁVEL, OU SEJA, PESSOAS DE BAIXA RENDA SOFREM E SE TIVER MAIS DE UM FILHO SOFRE AINDA MAIS.
    POR ISSO QUE SÓ TIVE UM. APRENDI E LUTO PARA EDUCÁ-LO DA MELHOR FORMA, MAS É MUITO COMPLICADO CRIAR FILHO SÓ.

    BJOS!!!

  17. Olá, achei este post pesquisando no Google e achei interessante sua opinião sincera e imparcial…às vezes dá muuuuita vontade de ter filhos ( sou casada há 09 anos, tenho 30 e meu marido 30) esperamos até agora porque casamos “sem nada” sem emprego, sem faculdade, morando de favor e na casa da sogra ainda por cima…Mas batalhamos e conquistamos todas essas coisas e já nos sentimos preparados para procriar…mas, eu racionalizo muito, tenho medo de me arrepender depois, de abrir mão de meus sonhos e me concentrar apenas no filho ( que como já foi dito que depois que ele é concebido já passa a ser o maior foco do casal). Engordei quase 20 kl depois que casei, por descuido mesmo, e meu marido diz que tenho que emagrecer esses quilos para engravidar para evitar problemas de saúde e para não ficar mais gorda ainda..rsrsrsrs. Daí eu fico pensando, poxa, tenho que emagrecer, tenho que reorganizar minha vida e adiar alguns planos que não combinam com ter filhos pelo menos por um tempo, tenho que cuidar dele depois e aresponsabilidade maior sempre é da mãe, são tantas coisas…como não querer mais me sacrificar financeiramente já que já passamos pelo caminho das pedras e que queira ou não, a não ser que vc seja muito rico, vc tem que “dar seus pulos” pois vem um monte de gastos extras pela frente os quais só vão aumentando até seu filho se casar e/ou for independente financeiramente o que só acontece de 20 a 30 anos…É isso! Fora que mesmo depois disso vc nunca vai deixar de se preocupar com seu filho…por instinto materno, por motivo de saúde, com os netos, we ele mora bem, se ele come bem, se ele é feliz, etcccc…forever and ever!

  18. Olá, gostei do texto, pois, me pareceu bem realista.

    Concordo com o termo “respeito quem não tem filhos, não acho que estejam “perdendo” nada.” , mas acho que a última frase foi infeliz, eu a substituiria por “admiro um pouco também, porque insistem em viver a vida com foco em si mesmos, sem plano B e à revelia da programação genética. teimosamente, não transmitem a nenhuma criatura o seu legado.”
    A palavra ‘miséria’ soa como sentido negativo de não ter filhos, o que é contraditório com o texto…não ter filhos é uma opção e não o “não deixar o legado de sua miséria”.

    Bjs

    • renata, pelo seu comentário suponho que você não reconheceu a referência — “não deixar o legado de sua miséria” é uma frase famosíssima de fechamento do livro “memórias póstumas de brás cubas”, do machado de assis. essa frase final é uma referência cruzada a esse livro!

  19. Olá colegas achei esse site no Google.

    Sou casado á seis anos, tenho 31 anos e
    minha esposa 35. Ela tem um casal de
    filhos que moram com os avós. Eu não
    tenho nenhum .
    Porém esse é meu dilema, ela quer ter
    um filho meu, mas eu não tenho certeza
    se quero ser pai, nunca quis ter filho para
    não criar raízes aqui nesse mundo. Eu sei
    q criança eh um amor etc e tal, mas não é
    um animal de estimação que agente pode
    desfazer ou doar. Filho eh para o resto da
    vida. É uma decisão irreversível.
    Mas ao mesmo tempo penso no meu
    futuro. Vejo pessoas falando que um filho
    pode fazer falta na minha velhice. E isso
    me leva a refletir a ter verdadeiramente
    um filho.
    Nossa essa dúvida tem me atormentado,
    não suportou mais essa dúvida, por isso
    estou reportando à vocês.
    Me ajudem…por favor.

    • Junior — ter filhos é uma opção pessoal e instransferível. o que posso te dizer é que você não vai se arrepender 🙂 mas não vai ser fácil, nem divertido às vezes. é uma responsabilidade imensa, muito trabalho, muito dinheiro.

      • Zel, concordo com a parte da responsabilidade, do trabalho e do não arrependimento. Mas não acho que necessariamente tem que ter “muito dinheiro”. Isso é no nosso mundo idealizado, de usar a melhor fralda, levar ao melhor pediatra, colocar na melhor escolinha, etc. Mas conheço pessoas que não têm tanto dinheiro, fazem do jeito que dá, fralda mais barata, SUS, escola pública, tudo com muito amor, e no fim dá tudo certo. Acho que o principal para todos serem felizes é o amor. Só frisaria pro moço a parte do “cansativo”. Então, tem que querer. Tem que achar que será uma experiência maravilhosa e sem igual (e é), apesar de todos os pesares.
        Agora, se ele vai ter um filho só pra satisfazer a esposa, ou pra ter alguém pra cuidar dele na velhice, melhor não ter. Filho é alguém a quem damos (ou tentamos dar) o melhor de nós, sem esperar nada em troca. 😉 Bjs

        • ah, dani, concordo que é possível criar filhos sem dinheiro (tão meus pais aí pra provar! 3!), mas é muito estressante. todo mundo quer dar o melhor pros filhos, e acaba que conseguir dinheiro pra conseguir dar algumas coisas vira um problema na vida. minha irmã, por exemplo, optou por ter 1 só exclusivamente por questões financeiras, pra que isso não se tornasse fonte de stress.

  20. Pingback: meu pitaco sobre a maternidade – lenta caminhada

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