preciso emagrecer, ponto. não é mais uma opção ficar neste peso, por vários motivos: a auto-estima despenca 100 andares cada vez que tento comprar roupas; me sinto pesada para fazer atividades simples do dia a dia (e com bebê pequeno, isso piora muito); não gosto da imagem que vejo no espelho (quem é essa gorda me perseguindo, meu deus?); a coluna e os joelhos estão sofrendo com o excesso; tenho medo da diabetes, que meu pai adquiriu aos 50 anos.
diante do quadro, é óbvio que preciso perder peso. mas pra perder peso é necessário abrir (e fechar) a boca seletivamente e também me exercitar. ambos são essenciais, eu sei, e precisam ser combinados.
não gosto de fazer exercícios, e adoro comer. claro, como toda gorda que se preze. e combinado a isso está o desejo de gastar meu tempo livre (que é pouco) fazendo nada. ou comendo coisas deliciosas, como prêmio pela vida atarefada que eu levo, ha!
como resolver essa equação? não tenho idéia.
ainda tem outro fator muito complicador: simplesmente ODEIO ver pessoas em dieta e fazendo das tripas coração para emagrecer e ficarem iguais/parecidas ao que é considerado modelo de beleza. tenho ojeriza, resisto e me revolto mesmo com a escravidão do corpo auto-imposta.
às vezes questiono se essa minha atitude anti-revista-de-beleza não é também um pouco de forma de revolta, de dizer “não vou aderir à pressão social de ser assim ou assado! bite me!“. e às vezes penso que sou uma preguiçosa profissional, e que entre me esforçar e me sacrificar OU ser gorda, fiquei com a segunda opção. mas – HA! – olhaí a pressão social se manifestando, nos meandros de mim mesma. ser gorda = ser relapsa e auto-indulgente. será mesmo? e digo mais: se for, qual o problema? por que precisamos sofrer, expiar, jejuar, suar e — como recompensa — sermos magras?
eu não preciso ser magra, e nunca precisei. sempre consegui me virar comprando roupas, sempre tive muito sucesso sexual e romântico, muito obrigada. até porque os parceiros que me interessavam e interessam não têm como único fator de decisão as medidas do meu corpo. por que então me sacrificar? só se for por mim mesma, ué.
e aí a coisa fica difícil: como separar o que eu quero do que eu acho que devo querer? até que ponto meu desejo de estar mais magra tem a ver com bem-estar ou é só uma vontade de estar dentro de um padrão que eu acho que preciso atender?
já aprendi, nestes anos de gordices e dietas, que nenhuma dieta funciona a longo prazo. pode perder 20kg com a dieta da proteína ou do carboidrato, amiga, não adianta nada; só uma mudança real de vida sustenta o novo peso. e não sei se consigo (ou quero) mudar de vida.
será que consigo me tornar frugal e atleta para sempre? será que isso me fará mais feliz? aliás, é isso que desejo pra mim mesma no futuro?
concluo (embora não tenha concluído ainda esse assunto na minha cabeça) que preciso entender que vida vejo pra mim mesma em 5 ou 10 anos. que pessoa quero ser, o que me fará feliz. antes de decidir que dieta devo seguir ou que nutricionista consultar, preciso ver eu-futura, sonhar comigo mesma com 50 anos e me apaixonar por essa idéia. sem influência de revistas de moda, fitas métricas ou expectativas de outras pessoas.
acho que finalmente chegou a hora de planejar os próximos anos junto ao corpinho que me acompanha há 39 anos, e fazer um acordo com ele. um casamento comigo mesma, um compromisso de felicidade.
conto mais sobre o que decidimos logo que entrarmos em acordo 🙂
PS: sinto muitíssimo pelas muitas mulheres que estão se sacrificando neste momento para atender a pressões sociais ou a desejos tortos de aceitação por parte dos seus. meu respeito pelo seu sofrimento, consciente ou não.
Zel,
Que texto gostoso.
Qdo achar este equilibrio me conta tá 🙂
podexá… venho aqui correndo 😀
Eu não era gordo, mas tinha uma pança bem avantajada. E já sendo casado, sem aquela preocupação estética tão profunda pra conquistar a amada, faltava motivação [mesmo com as cobranças constantes da patroa pra perder a barriga]. Simples assim.
Como só a cobrança da patroa não me motivava, encontrei na insatisfação da aparência pessoal minha maior [mas não única] motivação. Depois que perdi 3 quilos, aí eu embalei: “Caramba, tá funcionando e não foi tão terrível assim”. Segurei a boca um pouco, nada de janta, aumentei a porção de salada no prato, reduzi a de carboidratos, cortei refris e doces em excesso, e voi la! Lá estava eu 3 quilos mais magro em um mês. Ah sim, 50 min de esteira, diariamente, também ajudaram.
Com o tempo, descobri que correr um pouquinho que fosse, me dava uma grande sensação de estar enxugando. Ensopar a roupa é um bom sinal de emagrecimento [dizem], e a corrida cumpria bem essa funcão. Eu já tinha feito spinning também, em outra época, mas a aula na nova academia era bem booooring, desisti de frequentar.
Hoje, no meu “peso ideal”, 8kg mais magro, estou super satisfeito. Diminuí a rotina de esteira e estou incrementando a rotina de musculação. Essa tá doída, ainda não engrenei, até porque os resultados demoram mais pra aparecer nesta etapa [imagina um magrelo, braço de cotonete, aos quase 30]. Mas é isso: perseverança e disciplina até aparecerem os primeiros resultados e os primeiros comentários [o feedback da audiência também me motiva, confesso], e aí a coisa embala.
Só não faça como eu, que desisti de nutrólogos. Acho que uma orientação faz sim diferença, e talvez eu só não tenha tido resultados com a musculação justamente por falta de uma orientação profissional.
Dizem que se o conjuge encarar o desafio junto, também fica mais fácil.
Beijo!
se dependesse do meu marido, eu seia atleta 😀 o problema sou eu mesma…
Oi Zel,
Vc falou tudo. Se imaginar no futuro e decidir que tipo de vida se quer levar, é a chave para conseguirmos qualquer coisa.
Depois dos 40 anos descobri que correr é o que me satisfaz e me estimula, mas não larguei os prazeres da mesa e assim, apesar de mais saudável, continuo ‘gordinha’ (20 kgs acima do peso ideal…)
Esta ‘gordura’ não me incomoda em absoluto, principalmente quando saem os resultados dos exames mostrando níveis normais de açucar, colesterol e triglicéres no sangue e o aumento da capacidade cardiorespiratória na esteira.
Este tipo de mudança envolve toda a família pois a rotina semanal muda e os programas de final de semana também.
Descobri também que apesar de ser uma decisão pessoal, quando o casal começa junto, a força para continuar é maior.
Sucesso e um abraço
M Angela
Maria Angela, eu preciso pegar carona com a disposição do meu marido, viu, porque ele é mais animado que eu. Não me vejo saindo de casa pra fazer exercício, apesar de saber o quanto é importante! Dureza…
Zel,
Adoro seus textos, apesar de comentar tão pouco!
Acredito que há outro ponto que deve ser considerado, que é o nosso bem-estar, a saúde. Digo isso porque já pesei mais de 100 quilos e sempre resisti às dietas. Alegava que fazer dieta seria me render às pressões pela busca do corpo perfeito, idealizado (pressões sociais, mídia, etc.). Enquanto isso ia me esquivando de fazer o melhor para minha saúde, engordando cada vez mais. Me protegia em meus melhores argumentos, vivendo um engodo.
Até porque, apesar da obesidade, minha saúde não apresentava sinais de fragilidade. Pressão arterial ok, índices de glicemia idem, nenhuma doença associada. Além disso, sempre fui bem resolvida com meu corpo e minha sexualidade. Mesmo com o sobrepeso, me sentia atraente e atraia.
No entanto, me sentia limitada em atividades mínimas do dia-a-dia. Abaixar para pegar algum objeto no chão, por exemplo, requeria um esforço incomum. Subir um lance de escada já era suficiente para colocar um palmo de língua para fora da boca. Caminhar pra que, se que podia ir de carro? A gordinha bem resolvida, de cabeça boa e que tirava todas as situações de letra também tinha limitações…
Achei que seria hora de usar todo “conhecimento e argumento” para fazer mais por mim mesma ou em algum momento (breve) a saúde iria me dar a carta de alforria. Daí resolvi buscar auxilio médico. Assim como você, também sou de pesquisar, buscar informações com profissionais, livros, textos e assim puder escolher o que é melhor para mim.
Emagrecer é um processo lento, que requer paciência. Mudar o estilo de vida não é fácil, mas totalmente possível. Ainda estou nesse processo. Cuidando diariamente para não me sabotar.
Com carinho,
Juliana
Eu fiz como o Guga, tirei as coisas gostosas da vida. Aumentei as saladas e fibras, sucos natural e caminhada . Perdi 13 quilos e quero perder mais. Só que estou emagrecendo pra mim mesma, sem me preocupar com as imposições da sociedade ,indiretas de amigos ou família. To feliz!
Oi Ivanise adoro ler as coisas q vc fala, ai amiga queria q vc tivesse um pouco do meu metabolismo vamos dividir meio a meio, se pudesse juro q dividia amiga peso 48 kg e sofro pq queria engordar um pouco a vida é assim mesmo, não tem meio termo sofro p comprar roupas pq a 36 fica apertada e a 38 vou ter q apertar problema amiga sempre tive vergonha dos cambitos rsss na adolescência claro hj sou mais resolvida com a magreza rss, detesto exercício tbm só gosto o de comer e come bem comida amo comida doces eu gosto mas ñ troca um salgado p um doce só se for depois do salgado, tipo chocolate,doce de leite, doce de batata aqueles da infância de coração rs, q bom vc gostar de coisas novas sair da rotinha as vezes me atrapalho saindo da rotina rss, queria ter um pouco da sua garra p mudanças e trabalho, eu tava pensando outro dia em te perguntar p eu fazer em casa algo q me rendesse um dim dim sinto falta desse lado no trabalho, se acredita q eu crio rotina aqui p como se fosse um trabalho tipo de manhã varro passo pano, lavo roupas dos pequenso pq são poucas né não compro muitas perdem rápido ai ñ deixo juntar, é uma rotina tipo de trabalho q faço cuidar deles dá trabalho sim e imagina eu ficando dia inteiro só casa e filhos se acredita as vezes nem tenho pique p sair rss nem passar um esmalte nas unhas, kkkk eu amo cuidar deles mesmo cansando é prazeroso, mas depois q eles crescerem preciso pensar nisso pq não posso ficar só pensando em cuidar deles e ñ ter algo paralelo queria um conselho seu rss :), seu filho ta lindo lindo mesmo Deus abençoe sempre vce sua família ah tbm queria um Ipad né rss deve ser lindo e p ler um espetáculo de bom rss um dia eu compro rss bjs até mais adoro falar com vc um abraçao !!!!!! :D:D:D
então, mas é assim: eu não quero tirar coisas gostosas da minha vida 😀 se for pra ser assim, prefiro ficar gorda!
Tem meu apoio total eu não vou atrás de moda p ter o corpo perfeito não as mulheres as vezes se preocupam com o corpo e esquecem o lado espiritual, eu nunca deixaria de comer coisas gostosas elas nos dá prazer o melhor da vida :), vc não tirou mais fotos mas não deve ta gorda, nem se preocupe com isso quem te ama de ama do jeito que é bjs até mais viu ah não esqueça de pensar em algo p me ajudar helppppp bjs rss fica com Deus 😉
ai, é tão delicado encontrar esse equilíbrio em não ceder à pressão social mas também não combater a pressão social em detrimento do próprio bem-estar/saúde!
esse assunto anda em pauta e em reflexão por aqui desde que decidimos começar uma dieta pra Lia, e minha conversa com ela agora há pouco foi justamente sobre o tanto de pressão social e “padrões” que a gente incorpora da mídia sem se dar conta.
beijo grande
nossa, pra idade dela é ainda mais difícil! porque tem um desejo de aceitação imenso também. é difícil ser “diferente” nessa idade. mas também é foda fazer as coisas pra se enquadrar… pobrezinha 🙁
se na nossa idade é difícil, imagina na dela!
beijo e paciência aí pra vocês, pra ela.
adorei!
super me identifiquei =)
e virei leitora do seu blog!
Vc disse que o Fer é mais animado que você, certo?
então manda ele pra cá!!!! e eu de lambuja mando o meu pra aí 🙂
bom, desculpa não te ajudar….mas eu to pensando em mim… é que preciso de alguém pra me dar um socão de “vamô lá nêga”…
será que isso resolve? :p