e a pergunta que não quer calar é: que porra são “clássicos”? 🙂 juro, não sei responder. ainda mais da literatura universal… moby dick? as flores do mal? ulisses?
eu não acho que tenho um clássico favorito desta lista dos universais. mas do que chamarei de clássicos da literatura brasileira tenho vários, e vou eleger como meu clássico favorito memórias póstumas de brás cubas, que considero genial.
machado de assis, aliás, é dos meus autores favoritos. sempre li com muito prazer, ele é divertidíssimo. ser divertido é fator essencial para entrar na minha lista de favoritos 🙂 não sou estudiosa de literatura, e me importo muito pouco com o que os cultos valorizam. gosto de uma história bem contada, e pronto.
esse livro tem a célebre passagem final, cuja última frase sempre gostei de pensar que seria também minha, no final da vida:
- Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
decidi ser mãe, afinal, e perdi a batalha contra pandora. aí está, fofo como nunca, o legadinho da minha miséria (e também minha forma de eternidade. mas esse é assunto de outro dos meus livros preferidos dessa lista :D)
ah, e recomendo muitíssimo. já li e reli inúmeras vezes, sempre é uma delícia.