a bússola dourada, philip pullman (na verdade, a trilogia his dark materials). me lembra demais o gui e o gabis, meus amigos-irmãos. e me lembra também minha mãe, e uma época da minha vida, mas especialmente lembra esses 2.
(achei que seria maravilhoso essa história virar filme, e no fim das contas foi um horror, porque quem assistiu ao filme deve ter achado meia-boca, e a trilogia é simplesmente incrível. linda. fiquei chateada)
sou absolutamemte fã dessa trilogia. é um dos livros que me fez chorar no final (e eu li o último capítulo num restaurante, depois do meu jantar, e paguei mico chorando feito criança em público) e foi assunto de conversas maravilhosas entre eu e os dois amigos que, diante do meu encantamento, decidiram se arriscar nessa história.
foram muitas horas de conversas sobre o livro, sobre os lindos deamons (ah, como queríamos ter nossos próprios deamons!), sobre as inúmeras referências religiosas e míticas na história, sobre o trabalho imenso de pesquisa do autor pra juntar tantas peças nesse quebra-cabeça. todas essas horas de conversa sobre o livro bem misturadas a desabafos sobre dificuldades no trabalho (gabis estava prestes a defender seu doutorado na USP sobre a hilda hilst), os desafios na nova carreira (gui estava na UNICAMP, abraçando seu futuro como músico) e eventuais lágrimas de desilusões amorosas (mais eu, né, sempre fazendo escolhas erradas…).
todos os livros têm vários níveis de leitura. há a leitura superficial para entendimento de uma história que está sendo contada, mas há também uma leitura de interpretação, que “fala” com nosso repertório individual. algumas pessoas têm mais repertório que outras, e o gabis, minha gente, tem um repertório VASTO, e trouxe à luz muitas referências que não tínhamos percebido (ou não conhecíamos mesmo).
fizemos de certa forma, os 3 juntos, uma leitura compartilhada, o que tornou a leitura desses 3 livros uma experiência única e inesquecível. já não sei mais se gosto tanto dessa trilogia por ela mesma ou por ter lido junto com eles.
mas recomendo muito. é uma linda história de crescimento e amadurecimento(com toda a sombra que essas experiências trazem).