juntamente com a mudança de marisse mayer — grávida de 6 meses — para o yahoo! veio a discussão sobre maternidade e trabalho e mercado de trabalho para a mulher. ela afirma que vai tirar apenas poucas semanas de licença e que vai trabalhar neste período.
não critico a opção dela — eu mesma fiquei feliz por voltar a trabalhar depois de 6 meses e meio, estava enlouquecendo só em casa com o bebê — apesar de achar que é realmente importante um período prolongado da mãe com o bebê (por mais cansativo que seja). ter tempo livre dedicado ao filho recém-nascido é essencial não somente para possibilitar a amamentação em livre demanda (prática de alimentação que acredito ser a melhor para o bebê) mas principalmente para conhecer o bebê e a você mesma versão-mãe. diferente do que muitas mulheres falam por aí, ser mãe não uma chavinha que vira quando você engravida e nem quando vê a cara do bebê. os primeiros meses são de aprendizado, tentativa e erro (e muita frustração quando você não consegue entender como fazer o bebê parar de chorar, por exemplo). toma tempo até que você conheça aquela criatura independente de você, que você SE conheça como mãe, aprenda como lidar com uma pessoa nova na sua vida e na sua casa.
mas não é sobre isso que quero falar neste post, até porque realmente acho que essa opção é individual e deve ser respeitada sem julgar, de preferência. cada família com sua dinâmica, seu jeito de lidar com as restrições/desejos. o que me chama a atenção nessa história é a questão do balanceamento de vida pessoal e profissional, assunto tão falado nos últimos anos. na empresa onde trabalho isso é inclusive meta de gerentes (encontrar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e trabalho).
fui reler sobre o assunto, e me espantei: muito do que se fala sobre isso é relacionado a promover experiências de TRABALHO incorporadas à vida pessoal (por exemplo, homeoffice, levar pets para o trabalho, ter sala de jogos…). sou paranóica ou isso é uma estratégia sutil de aumentar o número de horas de trabalho dando a impressão de que não estamos trabalhando? usando o exemplo da marisse, imagino que ela possa obviamente falar ao telefone, ler e mandar emails enquanto o bebê dorme, ou quando há alguém ajudando com o bebê e ela não é “necessária”. isso pode até servir como uma forma de distração, ou relaxamento (porque cuidar de bebê não é exatamente relaxante pra todos, saibam). parece o melhor dos mundos, não? você continua produtivo, engajado no trabalho, e alterna entre atividades pessoais e profissionais.
vejo 2 questões centrais que me preocupam neste modelo “moderno” de trabalho, que vou chamar de imperativo da presença e a ilusão da produtividade. as duas questões se misturam na medida em que reforçam a ideia de que se deve trabalhar muito e sempre, e que esse é o segredo das pessoas bem-sucedidas: a dedicação extrema à carreira.
cobranças (às vezes veladas, às vezes nem tanto) que sempre me incomodaram na vida profissional são o “bater cartão” e “ser imprescindível”. se estamos falando de trabalho braçal ou 100% operacional, normalmente horas = produção (e ainda assim há limites), mas quando o trabalho é intelectual a história é outra, e é neste contexto que coloco meus questionamentos.
qual é a vantagem ou garantia do empregador de que as coisas estão sendo feitas a contento simplesmente porque o funcionário comparece no horário? qual é o benefício real de trabalhar MAIS do que as horas mínimas de trabalho, fazer hora extra? por que valorizar alguém que se faz imprescindível, que não consegue criar no seu entorno uma relação saudável de cooperação e independência de 1 indivíduo?
sou partidária de menos horas de trabalho com maior produção, zero horas extras e baixa dependência de indivíduos. quanto maior o respeito pela individualidade de cada um, visão realista dos talentos e limitações e colaboração para realizar os trabalhos, mais próximo do modelo que eu considero ideal. creio que o futuro das relações de trabalho deve trazer um modelo mais flexível, humanizado e inclusivo (respeitando as motivações individuais).
é verdade que alguns indivíduos (e a marisse é um bom exemplo) fazem a diferença, e não podem ser substituídos para determinadas atividades. não é à toa que ganham salários milionários e são realmente one-of-a-kind. e alguns talvez gostem de trabalhar dezenas de horas por dia, vai saber. mas confesso que tenho dificuldade de acreditar que pessoas que trabalham mais do que descansam/realizam atividades variadas não estão com algum problema. mas concedo que sim, deve haver. principalmente se o trabalho coincide com a paixão. mas convenhamos: paixões exclusivas e tão intensas não parecem saudáveis, independente do assunto em questão.
mas meu ponto é o seguinte: não gosto nesse modelo de trabalhe muito para ser bem-sucedido. esse modelo de chefe/executivo que não tira férias (ou não tira licença maternidade, é a mesma coisa), é o primeiro a chegar e o último a sair e está 24/7 no ar respondendo emails ou atendendo telefone é muito antigo. há alguns anos achei que teríamos mais exemplos de líderes em grandes empresas que valorizem seu tempo fora do trabalho, que não sejam workaholics, mas ainda não vi acontecer.
me pergunto se é impossível ser bem-sucedido sem entrar neste modelo porque de fato é necessário ter dedicação exclusiva para chegar lá ou se é um ciclo vicioso (se você não se comportar desse jeito a chance sequer será dada). será mesmo que não há nenhum/a fodão/fodona por aí que consegue mudar o rumo de uma empresa trabalhando 4h/dia ou ou 9 meses somente no ano? 🙂
quando vejo esses líderes 24/7 imprescindíveis dando o “exemplo” (e em especial os americanos) não consigo deixar de lembrar da mais famosa obra de weber. é verdade que há muitos outros fatores históricos e sociais que levaram à essa visão do trabalho como meio e fim, definindo o homem e sinônimo do sucesso, mas me pergunto quando isso vai mudar. não é que eu seja exatamente defensora do ócio criativo, é que percebo claramente na minha limitada experiência profissional/pessoal o quanto a dedicação a interesses e assuntos vários promove mudanças positivas nos indivíduos, nos grupos de trabalho/amigos, na produtividade profissional e na sensação de felicidade, oras.
e por que esse exemplo da marisse? porque vejam o recado que — na minha opinião — ela está passando para seus comandados e tantas mulheres que podem nela se espelhar: profissionais vencedoras e fodonas não podem ter pausa, nem mesmo biológica. aliás, quem precisa de pausa? não eu, que sou super-uau e consigo ser mãe de recém-nascido e trabalhar ao mesmo tempo comandando um império!
(se quiser adaptar o cenário, pode usar também o exemplo do chefe que nunca tira férias e está sempre disponível para o trabalho 24/7)
uma pergunta que sempre me faço é o quanto a barreira do sucesso feminino nas grandes corporações não esbarra na resistência natural que a maior parte de nós (mulheres) tem em abrir mão de família e amigos em função do trabalho. eu já vi decisões de contratação serem tomadas em função do perfil “feminino”: ela tem filhos, não pode fazer horas extras; ela casou há pouco, vai engravidar e ficar fora pra cuidar da criança; ela cuida dos pais idosos, precisa de dias livres com frequência. essas “atividades femininas” não impactam necessariamente a produtividade de mulheres líderes ou intelectuais, mas já que há homens que fazem a mesma coisa sem “distrações”, por que arriscar?
enquanto a mentalidade sobre a equação dedicação, disponibilidade e produtividade não mudar, o mundo não mudará. ouso dizer que o fim da desigualdade entre homens e mulheres também passa por essa mudança. tenho um exemplo na minha equipe de uma mulher-mãe de 2 que trabalhando 30% menos do tempo (por necessidade, ela está passando por dificuldades com seus meninos) é mais produtiva que seu par versão masculina. mas a empresa cobra dela a presença, bater o ponto, sendo que seus 70% de dedicação são mais que suficientes para entregar o necessário e mais um pouco.
o que eu gostaria de ver é a marisse continuar sendo a profissional fodona que é, um exemplo pra todas nós, e poder também dedicar alguns meses da sua vida à experiência única que é ser mãe pela primeira vez, conhecer seu filho, conhecer mais a si mesma sem que isso a torne menos valorizada, menos profissional. queria ver mais executivos tirando férias e sabáticos e sendo valorizados por isso.
e se você acha que estou exagerando, ou que a questão de trabalho/vida pessoal é bobagem, lembre dos 5 maiores arrependimentos de pacientes terminais, e repense.
update: excelente artigo indicado pela amiga raquel_ny sobre o assunto. ela coloca um ponto muito importante, que eu não mencionei — por mais que outras mulheres se sintam “pressionadas” a reduzir sua licença maternidade, a exemplo da super-executiva, elas devem se posicionar. devem defender seu direito a escolher ficar mais com seus filhos e brigar por melhores condições para mães que trabalham.
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resolvi complementar o post com algumas informações profissionais, já que o assunto é worklife balance: sou uma profissional técnica de formação (análise de sistemas), fui programadora por vários anos mas logo nos primeiros anos de carreira fui “empurrada” para posições de liderança, fato que atribuo à minha personalidade (habilidades não-técnicas). minha carreira desde então foi como líder, e atualmente estou na linha executiva, a 1 passo da diretoria (pensando em estruturas de liderança de empresas multinacionais tradicionais).
depois de receber inúmeras oportunidades de liderança na empresa onde trabalho (as quais aceitei, e trabalhei muito e muitas horas para entregar o resultado), fui promovida no ano em que engravidei, aos 37 anos. fiquei 8 meses fora do trabalho (saí antes do bebê nascer, no final da gravidez), e não houve absolutamente nenhum impacto negativo com minha saída. passei pelo menos 3 meses planejando e executando um plano de transição, que foi bem sucedido. na minha volta, recebi 2 propostas de assumir cargos desafiadores de liderança (na mesma empresa), e aceitei um deles. atualmente cumpro horário rígido de entrada e saída, para poder passar mais tempo com meu filho. meus resultados de trabalho são bastante bons, tenho cumprido com minhas metas e continuo crescendo profissionalmente, apesar de dedicar menos tempo à minha carreira que antes do otto nascer.
no entanto, percebo claramente que não conseguirei subir mais se não voltar a dedicar mais tempo à carreira, não for “além”. e no momento não decidi o que fazer com esta constatação. a balança entre carreira/vida pessoal neste momento pende para “vida pessoal”. ou seja — esse assunto ainda está aberto e pendente na minha própria vida, daí a reflexão.
Muita coisa pra comentar sobre seu texto (excelente por sinal), acho que vou mandar por email… rs…
compartilha aí, pri! 🙂 é bom pra outras pessoas lerem e pensarem também. acho esse assunto tão complexo e difícil…
Cheguei a comentar sobre isso no Twitter e também vou comentar aqui. As vezes ela prefere trabalhar que cuidar das crianças. Eu mesma piraria se tivesse que ficar 5 meses só fazendo isso (não aguentaria nem algumas horas pra falar a verdade). 😛
Mas acabei de ver que vazou o documento de contratação dela, e diz que ela vai ganhar 83 mil dólares por mês + 2 milhões dólares por ano de bônus + 40 milhões dólares em ações. Tá explicado! ela tem que mostrar serviço pô, hoho. X-D
E não sei se entendi bem, mas parece que ela só pode tirar 20 dias de férias a cada 4 anos. O_o Será que é isso mesmo? que horror.
http://www.sec.gov/Archives/edgar/data/1011006/000119312512307595/d384719dex101.htm
ila — eu realmente não tenho a menor intenção de julgar (ou entender) a decisão dela como grávida/mãe, porque cada um faz o que pode num determinado momento.
essa ocorrência (que é bem particular, afinal ela é uma pessoa particular, numa posição única) me motivou a pensar no assunto de forma geral — carreira para mulheres, a cultura de “não parar”, que é bem comum no mundo corporativo.
ela ainda tem sorte — nos USA a mulher comum tem 2 semanas de “licença-maternidade”, e o funcionário comum tem direito a 1 semana de férias até o 2o ano trabalhado (ou seja, depois de 2 anos você pode tirar 2 semanas), e as férias são de no máximo 3 semanas.
Ila, Zel, na verdade aqui nao existe licenca-maternidade nos moldes em que a conhecemos no Brasil. Considerando as leis existentes, voce tem direito a ZERO dias de licenca-maternidade remunerada. Em termos de legislacao federal, o que existe e uma lei que entrou em vigor no governo Clinton, pela qual a Hillary lutou bastante by the way, que se chama Family and Medical Leave Act (FMLA). O FMLA protege o direito de qualquer pessoa (homem ou mulher) de tirar ate doze semanas de licenca NAO REMUNERADA por ano por razoes de saude ou para cuidar (como “primary care provider”) de parente ou dependente sem que seu emprego ou beneficios (e.g., seguro saude) sejam ameacados. Infelizmente o FMLA so se aplica a entidades governamentais e a empregadores com mais de 50 empregados, entao muita gente fica de fora. Alguns estados adotaram formas modificadas do FMLA que expandem o escopo da lei, mas na grande maioria that’s it. A maior parte das maes em cargos de nivel superior tira seis semanas nao remuneradas. As blue collars nao tem esse privilegio, tem que voltar imediatamente apos o periodo descrito pelo medico como de recuperacao do parto ou cesarea. Qualquer coisa diferente disso fica a criterio da empresa e e objeto de negociacao. E muito, muito pesado. Eu tenho sorte de trabalhar num escritorio europeu e num setor que esta tentando incentivar a retencao de mulheres, entao a maioria dos escritorios do porte do meu hoje da licenca-maternidade de 12 semanas remuneradas e mais 12 nao remuneradas. A licenca-paternidade remunerada dos meus colegas vem aumentando, passou de tres dias uteis quando comecei em 2006 para 4 semanas.
A questao das ferias e semelhante. Nao ha lei garantindo ferias para ninguem, acredito. O costume e esse que a Zel falou, as vezes ate pior, porque ha empresas que nao permitem que se tire mais que uma semana de ferias de cada vez, ainda que se tenha direito a tres semanas. Claro que executivos como a Mayer podem (e devem) negociar isso; nao tenha duvida que o contrato dela foi duramente negociado.
Ha muita pressao dos superiores de “dar o exemplo” para os subordinados. Uma das socias para quem eu trabalho tirou so 8 semanas de licenca mesmo podendo tirar 24. Tem muito a ver com a cultura protestante de glorificar o trabalho e tambem com a necessidade de se sentir importante e insubstituivel. Enfim, so vejo isso mudando com muito esforco e comprometimento de todos. Nao vai ser facil.
Ila, o documento nao vazou, nao. E obrigatorio por aqui fornecer dados sobre a remuneracao do alto escalao de companhias abertas – e o principio da accountability. Todo mundo sabe quanto essas pessoas ganham exatamente para poder cobrar desempenho. A CVM esta tentando fazer o mesmo ai no Brasil e enfrentando muita resistencia – se nao me engano a questao foi ate parar na justica.
afe, pior do que eu pensava, raquel! 🙁
Mas falando sério, será que o marido dela também está sofrendo alguma pressão pelas escolhas dele ou só estão julgando ela por ser mulher? complicado isso… ainda mais que ela é uma super profissional e está com um grande desafio nas mãos agora… :-/
Sinceramente não sei o que faria no lugar dela, mas acho que seria 8 ou 80: ou chutava o pau da barraca e largava tudo ou trabalhava feito uma condenada para cumprir minha meta com a nova empresa.
eu se fosse ela provavelmente faria o mesmo. quem aceita um desafio destes no 6o mês de gravidez tá fazendo uma aposta muito alta na carreira, não dá pra ir tateando. e o bebê vai ficar ótimo e ela também, tenho certeza. pra mim o que pega é a cultura do sacrifício da vida pessoal pela profissional, gostaria de ver isso mudando um dia.
E aqui entre nós. Do que adianta ganhar tanto assim se ela não consegue aproveitar todas as alegrias que o dinheiro pode trazer junto com a família? :-/
Olá Zel
Desculpa estar escrevendo por aqui, mas sigo seu blog silenciosamente e li pelo twitter que você estava procurando uma receita para o aniversário do Otto.
Meus olhos encheram de lágrimas, porque minha vó (que me criou e já falecida), também fez essa receita no meu aniversário e hoje peguei o caderninho com as anotações dela de culinária e aqui vai:
Bolo de Geladeira
4 xícaras de farinha
3 de açúcar
5 ovos
1 copo de leite
2 tabletes de manteiga
1 colher de fermento
Calda
1 lata de leite moça
2 medidas de leite (faz a medida com a lata de leite moça)
Molhar a massa depois de pronta na calda e passar no coco ralado.
Embrulhar no papel alumínio e colocar na geladeira.
Eu copiei a receita do jeito que ela anotou.
Eu chorei muito porque a minha vó vendia doces para fora e esse bolo fazia muito sucesso e voltei à um tempo em que ela saia todos os dias para vender doces pelas ruas.
Estou lhe enviando a receita com todo carinho e obrigada pelo blog e por nos ensinar tantas coisas.
Abraços
Alê
Chorei :~) vou fazer!
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Amei o texto, Zel. Depois de anos razoavelmente bem-sucedidos em multinacionais, estou há um mês em “pausa” e pensando demais nesse tema, até porque pretendo ter um filho daqui 2 anos, por aí. Eu amo minha carreira e sou extremamente dedicada, mas também amo minha vida pessoal e meus interesses extra-corporação. Essa falta de modelos que mostram equilíbrio entre vida profissional e pessoal realmente é complicada. Há uma mulher da minha área profissional que admiro muito e que, até pouco tempo atrás, considerava como modelo. No entanto, de uns meses para cá, tenho observado seu comportamento mais de perto e tenho achado UM SACO o quanto ela só respira trabalho e o quanto parece sempre mostrar o quanto está ocupada, o quanto é necessária e o quanto sua vida pessoal é totalmente ligada ao trabalho. Continuo achando a carreira dela impecável e ela, uma profissional incrível, talvez a melhor da área, mas, para mim, falta algo. Falta falar de livros, filmes, de viagens, de família. Acho que meus valores estão mudando e agora busco um novo modelo, tentando também criar o meu. Devo dizer que o trecho final no seu texto resume bem como me sinto: não, não é possível ser a fodona da vida corporativa e ter uma vida pessoal equilibrada, pelo menos não no mundo corporativo tradicional. Quem estampa capas de revistas afirmando isso está mentindo – ou então tem a ilusão de que equilíbrio é sair correndo na hora do almoço para fazer pilates ou trabalhar (depois de ter cumprido o bate-cartão) das 11 da noite às 3 da manhã, depois de ter colocado o bebê para dormir – para acordar às 6, claro. Se puder, escreva mais sobre isso, Zel! Beijos!
bruna, só quem vive essa vida corporativa sabe do que estamos falando. porque é fácil achar que não é assim quando se trabalha em alguma área mais “feminina” ou quando se é profissional liberal ou freela, sem precisar competir de fato com outros profissionais. no fundo, acho que esse é um dilema de “mulheres líderes” no seu segmento.
eu realmente não tenho resposta, viu? por enquanto estou acomodada numa posição em que posso cumprir horário limitado sem grandes cobranças (dentro da minha zona de conforto, portanto).
beijo!
Zel, desculpe o comment imenso! Voltei para postar um link para um texto sobre o tema que amei – é mais ligado à realidade americana, mas tem ideias muito boas. Why women still can’t have it all http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2012/07/why-women-still-can-8217-t-have-it-all/9020/1/