#retratofalado
Eu queria falar da Naomi sem me referir à sua beleza física, mas não dá. Ela é uma das mulheres mais bonitas que conheci na vida, e desde que a vi a 1a vez ainda adolescente fiquei encantada — ela parecia uma princesa daquelas de história, de filme!
Mas isso seria irrelevante se ela também não fosse das melhores e mais doces pessoas que já encontrei. Ela tem voz, sorriso, olhar de menina eterna. Ela é engraçada, bobalhona, carinhosa, cuidadosa. E inteligente, pra desgosto da geral que acha que mulher bonita demais (e loura!) só pode ser burra.
Ela se tornou médica, o que faz todo sentido, já que sempre foi tão aberta pro mundo, pras pessoas, tão cuidadosa.
Escrevendo sobre ela, me lembrei desse poema do Drummond:
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito subtil,
Tão ágil, tão luminoso,
– Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi,
Não é a irmã que já perdi,
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.