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FEEDBACK: O QUE É; O QUE NÃO É
Não achei nenhuma palavra boa para traduzir ‘feedback’, que significa basicamente retroalimentação, no sentido de receber de volta um retorno sobre algo. Como os músicos, que usam um fone de ouvido pra captar o que as pessoas da plateia ouvem – o que tocamos / cantamos soa diferente pra nós mesmos do que soa pra quem ouve “do lado de fora”.
Talvez essa seja a coisa mais importante pra destacar antes de mais nada: feedback é sobre levar até o outro a sua percepção sobre o que ele faz, mostrando o que está chegando até você e como isso afeta você e os que estão ao redor. Lembrando que o objetivo é construir relações melhores, mais saudáveis.
Feedback é sobre dar perspectiva, expor como você se sente em relação ao outro, mostrar como o outro afeta você. Pode ser positivo ou negativo. É usar a si mesmo como um espelho pra mostrar ao outro como ele é quando vocês interagem. Exemplo de feedback quando há problema: “quando você me interrompe e eu estou no telefone, sinto como se você não se importasse de atrapalhar minha conversa e me sinto desrespeitando a pessoa que estava falando comigo antes. Gostaria que você esperasse para falar comigo quando eu estiver livre e puder de fato conversar”. Exemplo de feedback quando as coisas estão dando certo: “Estou contente em perceber que você tem vindo falar comigo nos horários em que estou livre!”.
Feedback deve servir para (caso a pessoa recebendo a informação assim queira, e consiga) melhorar o convívio, as interações, a vida de todo mundo. Não cabe a quem dá o feedback resolver questões de comportamento do outro.
E feedback não é sobre criticar, reclamar, julgar, elogiar ou dar conselhos. Quando tiramos nós mesmos da equação e passamos a apontar o dedo para o outro, já não é mais feedback, e diz mais sobre nós do que sobre a pessoa sobre a qual falamos. Exemplo: “Como você é mal-educada, por que não pode vir falar comigo em outro horário, como um ser humano normal?”
O que nos leva à questão: qual é a motivação de dar feedback?