Hoje é aniversário do meu pai, aquele da horta, dos bichos, das madeiras. Do lagarto, dos galos e gansos, das histórias mais fantásticas e malucas. Da melhor receita de macarrão, de siri, de peixe.
65 anos. Ele nasceu num ano com final zero, como o Otto (tão bonito, né?). Nasceu no último dia do último mês antes do inverno.
Ele é tão parte de mim que não sei quem seria se não fosse ele. Tenho orgulho dele, tenho raiva de tantas coisas que ele poderia fazer e ser, tantos dissabores que ele poderia ter evitado pra si mesmo, para os outros…
Ele também me ensinou com seus erros, e eu aprendi.
Obrigada, pai, você sempre foi meu maior heroi, uma inspiração, um alerta.
Amo você e sua história. Que ainda haja muitos patos, couves e cauacos.
<3
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E hoje ele me contou que 2 cachorros do vizinho da chácara mataram 16 bichos dele (galinhas, galos e seu pato preferido). “Até chorei, filha”.
Mas ele não ficou bravo com os cachorros “eles não fazem por mal, é da natureza deles”.
“Mas é assim, fazer o quê né?”
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O Otto deu parabéns pelo telefone, mas me avisou que “quero ir dar parabéns pro vovô lá na horta dele, mamãe!”
Eu também, meu amor, eu também.