dia dos namorados o cacete

e vocês me perdoem a rabugice, nem é porque estou casada há 16 (socorro!) anos… acho (não lembro direito, sério)… mas eu não gosto das “comemorações” de dias de namorados, assim como não gosto de dia das mães, nem pais, nem nada disso.

primeiro, porque isso tudo foi criado pra vender coisas. e pra vender coisas, é necessário fazer a gente se sentir culpado, inadequado ou obrigado, nos impelindo a comprar pra compensar. ou seja — “nossa, seu namorado não te levou pra jantar? não te deu presente? NÃO TE AMA TANTO ASSIM, HEIN?”

me recuso a entrar nesse jogo. amor e apreciação a gente mostra no dia a dia, e em especial nos dias RUINS, e não nesses dias de sair lindos numa foto e trocar presentes. essa idealização do amor e da felicidade me incomodam, e me levam ao próximo ponto.

segundo, porque o “marketing” de relacionamentos românticos nesse modelinho casal que se ama monogamicamente e parece perfeito nas redes sociais é uma mentira, que faz com que todos aqueles que não têm esse tipo de relacionamento se sintam fracassados. a realidade é que relacionamentos assim perfeitinhos não existem. relacionamento (aliás, qualquer tipo, romântico ou não) é um negócio foda, dá trabalho, enche o saco às vezes (um monte de vezes?), exige muita adaptação e… AMOR.
não esse amor de dar flor no dia dos namorados, mas o amor de dar um abraço quando a gente tá triste, de lavar a louça pra não dar trabalho pro outro ou de acolher a pessoa quando no fundo o que você quer é socar a cara dela.

amor não é beijar no pôr do sol na praça, nem trepar loucamente na pia da cozinha. amor é esquentar uma comida no final do dia porque o outro tá cansado, é pegar um copo d’água de noite, é levar pro hospital pra fazer checkup às 7h da manhã de uma quarta-feira (obrigada, Fernando), é fazer sua comida favorita num dia qualquer de semana (obrigada Mami Vera), é te dar bronca quando você precisa (obrigada Gui). amor é mandar uma mensagem só pra você porque achou que você tava triste (obrigada Daniela), ou programar sua viagem de férias pra ficar mais perto da amiga (obrigada Claudia).

foda-se dia dos namorados e a cobrança de ter relacionamentos casalzinho. viva o amor, inclusive e principalmente nosso amor próprio, que é o amor mais importante de todos e que se for forte o suficiente inclusive nos salva de relacionamentos tóxicos.

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