Eu não sou fã de Paulo Gustavo, nunca assisti nenhum filme ou programa dele. Mas sei que ele foi um artista muito querido, filho, pai de 2 crianças pequenas. Apenas 42 anos, e morto graças à incompetência do governo federal em negociar vacinas combinada com uma enxurrada de mentiras sobre “tratamento preventivo” (não existe) e boicote ao isolamento (única medida preventiva que funciona).
Ele é um no mar de +400.000 mortos — números de guerra, que deviam nos horrorizar. Pessoas deviam estar buscando asilo pra fugir do Brasil nessa altura! — mas ele não é “só” mais um, não. Ele é alguém em comum a milhões de pessoas.
Ele nos lembra que cada um desses 400.000 mortos deixou um vazio na vida de uma mãe, filhos, cônjuges, amigos. Ele nos traz de volta à realidade de que 400.000 não é só um número, são 400.000 famílias afetadas pela tragédia, pela perda, pela incompetência.
Isso não pode ficar assim.
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Estou vendo vários robôs fazendo comentários religiosos homofóbicos nos posts públicos. NÃO SE ENGAGEM. Cada vez que engajamos com robôs (ou mesmo com pessoas reais nojentas), elas ganham visibilidade que antes não tinham.
Denunciem, mas não respondam, não curtam, não engajem. Como alternativa, inundem o mesmo post de mensagens alinhadas com seus valores. Não sejam escada pra gente / robôs nojentos.
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Vai passar, sim. Mas espero que não esqueçamos do que está acontecendo e ajamos de acordo.