chegamos exaustos na noite anterior, depois de viajar de barco, andar muito de mochila, alugar o carro e pegar muitos quilômetros de estrada. não que viajar de carro seja um problema (pelo contrário!) mas vocês não têm noção do que é ser navegador com mapa em inglês e placas em grego!
bom momento pra falar do assunto: o alfabeto grego é uma vaga lembrança de infância. eu aprendi o alfabeto grego e os radicais gregos na escola primária, saibam. era comum ensinar isso na escola, na minha época de anciã 🙂 pois quando compramos o guia, começamos a relembrar o alfabeto e aprender palavrinhas simples. mas até esse momento da viagem conhecer um pouco do idioma não tinha feito diferença nenhuma, o inglês dava pro gasto. neste trecho, fez toda a diferença, pois eu não conseguia “traduzir” as placas do alfabeto grego na velocidade adequada para ajudar o pobre que estava dirigindo.
era uma beleza… aparecia Θήβα na placa e eu lia mais ou menos assim “PN… não, isso é um fi… Fn… não, êne com perninha é i… FI…” e a placa tinha passado, é claro. volto pro guia e confiro: THIVA. ahhhhhhh, passou, passou, volta!
a sorte é que a maior parte das placas é duplicada, aparece primeiro em grego e depois em inglês. mas nem todas, e aí a casa caía. rapidamente começamos a “pegar o jeito” e traduzir mais rápido, ficamos confiantes e aí fudeu de novo: quando era em letras minúsculas a gente não sabia mais ler, é tudo bem diferente. espetacular. essas são as férias que todo mundo pediu a deus, não é? parecia um pesadelo encenado na aula de ditado da terceira série.
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mas chegamos a delfos e, sem perceber, passamos por tebas. thiva, pois é! idiotas completos. o guia nos deu certo alento: não restou nada da antiga cidade, só o que perdemos foi o local onde supostamente édipo mata seu pai, laio (entre tebas e delfos). voltamos a este lugar depois, não se preocupem, mais adiante falo disso 🙂
nós queríamos ficar no hotel sybilla, é claro, mas estava lotado. ficamos numa pensão, que — adivinhem? — não tinha água quente. era tarde da noite, estávamos mortos e a temperatura permitia um banho frio, então deixamos pra lá e encaramos de novo o problema de água quente de mais um hotel de 45 euros. paciência.
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era domingo quando acordamos, e dia de eleição. surpresa: o museu e o sítio arqueológico do oráculo de delfos, com o templo de apolo e tal, não abria nesse dia. (coloque aqui aquelas músicas de palhaço: póim-óim-óim-óim-óooooim…)
decidimos então ir para o nosso próximo destino, lefkada, e voltar a delfos na volta para atenas. nem morta eu ia deixar de visitar o oráculo de delfos!
delfos fica no continente, do lado de “dentro” e há um golfo entre o continente e corintos, no peloponeso. seguimos a estrada que costeia o golfo, com uma vista espetacular do mar muito azul e das encostas secas, cheias de oliveiras.
as fotos desse trecho valem a pena ser vistas, é uma paisagem muito bonita. no final dessa costa há uma ponte imensa, moderna, que liga o continente ao peloponeso.
chegamos a lefkada no final do dia e encontramos um lugar ótimo para ficar: uma escola de kitesurf, que aluga apartamentos e tem um bar lindíssimo, na beira da praia. a decoração é toda de madeira, com louge music tocando o tempo todo e comida nota 10. neste lugar delicioso assistimos ao pôr-do-sol ouvindo música e tomando cola-light…
quem quer outra vida? 🙂